Os Dependentes

Capítulo 4.

Andrew e eu fomos caminhando em meio aos destroços do que antes costumava ser uma cidade movimentada,agora só resta veículos enferrujados e abandonados no meio da rua. Apesar do céu não estar nublado fazia um pouco de frio,talvez por ainda ser cedo.

— Está tudo tão solitário. — Falei aleatoriamente.

— É,mesmo assim nós não devemos baixar a guarda. — Respondeu Andrew.

— Nós já andamos muito,não acha melhor parar por um momento?.

Eu realmente não estava me sentindo bem,pego meu inalador que estava na mochila e o seguro em minha mão para evitar uma crise de asma.

— Você está bem Israel?. — Perguntou Andrew.

— Claro que sim. — Falei sorrindo.

— Pois eu não acredito,talvez seja uma boa parar para descansar.

...

Andamos por alguns minutos até achar uma farmácia que poderia servir de abrigo temporário,mas logo em frente dois infectados e uma criatura com o corpo contorcido estavam rondando o local.

— Eu distraio eles e quando a barra tiver livre você corre para dentro da farmácia.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa Andrew sai correndo,isso fez com que aqueles monstros fossem atrás dele. Quando o caminho fica livre entro na farmácia,por sorte nas prateleiras encontro remédios que poderiam ser úteis.

Enquanto eu organizava minha mochila ouço um barulho vindo da sala de depósito,uma sacola com poucos mantimentos deixada em cima de uma das prateleiras me chama a atenção.

...talvez eu não estivesse sozinho...

Coloco a mochila em minhas costas e me escondo de trás do balcão do caixa. Segundos depois um homem carregando uma arma aparece,sua expressão não era nada confiável.

De repente Andrew surge do nada,vendo que ele carregava uma mochila rapidamente o homem aponta a arma.

— Escuta garoto,eu não estou afim de machucar você então passa essa mochila para cá e ninguém sai ferido. — Disse o homem tendo Andrew em sua mira.

Sem que ele pudesse me ver saio de trás do balcão e chuto sua perna esquerda com todas as minhas forças,se contorcendo de dor ele cai no chão,pego a arma que estava ao seu lado e saio o mais depressa possível dali.

— Israel,isso foi...

Agarro o braço de Andrew e juntos nós corremos para bem longe. No meio do caminho quase sem folego paro de correr,eu não podia dar mais um passo.

— Vamos,eu te ajudo.

Andrew me apóia em seu ombro e fomos andando em direção a um canteiro de obras abandonado,o terreno tinha muros altos e provavelmente estava livre de criaturas e infectados.

...

Aos poucos a noite começava a aparecer,meu amigo fazia uma pequena fogueira improvisada e eu estava encostado na parede olhando para o céu.

— As sopas enlatadas estarão prontas daqui a pouco. — Falou Andrew sentando do meu lado.

— Isso é bom...

— Como você está agora?. — Perguntou ele.

— Estou bem,é sempre bom andar com esse negócio. — Respondi balançando o inalador que estava em minhas mãos.

— Obrigado por me salvar,só Deus sabe o que aconteceria se você não tivesse reagido daquela forma.

— Estamos juntos nessa,ninguém pode nos deter...além disso a jornada de encontrar nossas famílias não acabou. — Falei sorrindo.

Por um momento Andrew olha para o vazio...

— Meus pais se foram a muito tempo...

Com suas palavras desfaço imediatamente meu sorriso...

— Está tudo bem,eu já deveria ter contado isso a você. — Disse ele.

Andrew estava sozinho quando me encontrei com ele,sempre que eu perguntava sobre sua família ele fugia do assunto.

— Quando tudo isso estava começando minha casa foi invadida por criaturas,meus pais se sacrificaram para me salvar e infelizmente eu não pude fazer nada.

— Eu sinto muito por isso. — Falei.

— Ainda resta um pouco de esperança para nós. — Disse ele voltando a sorrir.

Mesmo tendo que superar tudo isso Andrew ainda acha forças para sorrir,isso explica seu amadurecimento ao longo do tempo...

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(Continua No Próximo Capítulo)