Capítulo 9.

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Na manhã seguinte todos acordaram bem cedo e eu era o único que ainda permanecia dormindo. Nem lembro quando foi a última vez que tive um sono tranquilo como esse.

Logo decido acordar de uma vez. Lentamente abro os olhos e vejo Rebeca arrumando a sua cama.

— Me desculpe por acordar você.

— Não tem problema,já dormi o suficiente. Cadê todo mundo?. — Perguntei.

— Estão tomando café no hangar ao lado. — Respondeu ela.

— Acho que nós devemos nos juntar a eles. — Concluí.

— Tem razão...

Do lado de fora o céu estava incrivelmente bonito,Rebeca e eu andamos até o hangar vizinho,aquele em que a gente esteve ontem a noite. Lá dentro todos estavam sentados em volta de uma mesa de vidro cheia de comida.

— Israel,Rebeca,que bom que vocês acordaram,sirvam-se antes que Rodrigo acabe com tudo. — Disse Carolina com aquela sua voz doce e gentil.

...

— Bom,já que todos estão aqui quero dizer algo que eu e Carlos conversamos bastante esses dias. Há um avião disponível para nós aqui no aeroporto,planejamos sair da cidade o mais rápido possível.

Carolina falava de uma forma bastante esperançosa,essa é a melhor notícia que eu pude receber em todos esses anos.

— Nosso plano era juntar o máximo de sobreviventes possível e sair dessa cidade de uma vez por todas. Infelizmente durante muito tempo que a mensagem sobre o refúgio foi transmitida ninguém apareceu,além de vocês. — Falou Carlos.

— E quando vamos sair daqui?. — Perguntou Andrew.

— Acredito que em dois dias,depois dai vamos para o sul. — Respondeu Carolina.

Os olhares de todo mundo ganham um certo brilho,como se o peso que carregavam fosse desaparecendo aos poucos.

— E por qual motivo não vamos hoje ou amanhã?. — Perguntou Rodrigo.

— Ainda temos que organizar muitas coisas e uma delas é revisar o estado do avião. — Respondeu Carlos.

...

O aeroporto ficava em um ponto da cidade onde havia eletricidade. Nem me lembro a última vez que assisti televisão,isso pode ser um sonho em meio ao desastre que nós estamos vivendo,mas Rebeca parecia bastante indignada cada vez que mudava de canal.

— Isso é um absurdo,nenhum desses canais falam sobre a nossa situação. — Disse ela.

— Não é atoa que construíram barreiras nas saídas da cidade. — Falou Andrew.

Do outro lado do refúgio,dentro de um dos hangares do aeroporto,Carlos dava uma breve revisada no avião e suspira de alivio quando vê que tudo está em perfeito estado.

Carolina e eu andávamos por ai apenas conversando coisas aleatórias,acabei contando sobre os meus pais...

— Bem,você pode achar isso muito estranho mas,a dois anos atrás,quando o aeroporto foi invadido por criaturas e todo mundo corria para lá e para cá,conheci um jovem casal que procuravam desesperadamente pelo filho. Eles correram para fora com esperança de encontra-lo...mas infelizmente...foram atacados por esses monstros.

Quando Carolina começou a descreve-los para mim automaticamente reconheci eles,lágrimas começavam a escorrer...

— Eles seriam capazes de fazer tudo para me proteger. — Falei.

Logo começo a lembrar de Andrew que também perdeu os pais...eu queria ser forte como ele. Carolina me abraça e com seu gesto me sinto um pouco melhor.

De repente Rodrigo vem correndo em nossa direção,provavelmente para dar alguma notícia.

— Desculpe interromper mas o rádio acabou de transmitir uma mensagem...alguém precisa de ajuda...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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