Capítulo 51

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Ela estava em silêncio dirigindo olhando somente pra rua. O som não estava ligado, estava um silêncio entristecedor.

- amor...- chamo sua atenção

- estou dirigindo- ela fala secamente

- vida...- falo e coloco a mão na perna dela

- Maiara, não me desconcentra- ela fala e retira minha mão da perna dela

- eu só quero sua atenção- falo manhosa

- nem era pra você estar indo comigo, que parte do tempo você não entendeu?- ela fala já um pouco brava- não é pra gente ficar juntas, eu to achando melhor terminar, assim você fica longe de mim.- ela fala

- para o carro- peço alto

- não posso, tá louca? Aqui tá um breu, é perigoso- ela fala

- PARA A PORRA DO CARRO- grito

Ela da um soco no volante, um soco forte e suspira. Vai diminuindo a velocidade e encosta no meio de uma estradinha que mal tinha iluminação.

Assim que para ela levanta todos os vidros e tranca as portas.

- satisfeita? Se formos roubadas a culpa é sua- ela fala irritada

- to muito satisfeita- falo

- porque me fez parar?- ela pergunta e me olha pela primeira vez desde que entramos no carro.

- porque eu não aguento nem escutar você dizer que vai terminar comigo. Acha mesmo que vai se livrar tão fácil de mim? Não vai não! Eu vou te dar seu tempo, seu espaço, vou fazer o que quiser. Mas você não vai se livrar de mim- digo

Enquanto falo ela me encara atentamente.

- porque eu não consigo resistir a você?- ela pergunta me olhando e depois desvia os olhos pra estrada.

Num movimento rápido, Carol tira o seu sinto e pula pro banco traseiro.

Fico olhando pra ela.

- para de me olhar por favor- ela pede e coloca as mãos no rosto.

Eu tiro o meu sinto e pulo pro banco traseiro, me sentando ao lado dela.

- sai Maiara- ela fala dengosa quando coloco a mão na perna dela e acaricio

- não vou sair, me deixa cuidar de você- peço

- cuidar porque você me machucou você quis dizer né?- ela fala e tira as mãos do rosto

Vejo que ela estava chorando.

- não chora meu amor, eu vou me redimir, eu vou cuidar de você- falo e enxugo suas lágrimas - deixa eu cuidar de você? Só hoje pelo menos- falo

Ela não responde, fica em silêncio e fecha os olhos. Tomo isso como um sim.

Seguro na mão dela e a empurro delicadamente pra encostar suas costas no banco. Ela faz sem protestar. Levanto a manga da blusa que vestia e vejo o roxo que tinha se formado. Me aproximo e dou um beijinho leve lá, ouço um gemidinho de dor dela. Estava mesmo dolorido, porque eu mal encostei meus lábios.

- me desculpa- peço baixinho

Ela abre os olhos e me encara. Os olhos verdes dela estava ainda mais verdes.

- desliga o farol- ela fala

- mas vai ficar muito escuro- falo

- desliga- ela fala novamente

Me inclino pro banco da frente ficando com a bunda um pouco empinada, mas não de propósito. Desligo o farol e volto a me sentar. Ela estava me encarando.

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