Capítulo 13

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Sinto meu coração palpitar, como vou falar algo que não tenho certeza.

- lógico que não Maraisa...- digo tentando ser o mais convincente possível- eu não sou lésbica

- irmã, não tem problema se você for e se gostar da Carol também. Ela é uma mulher linda, super atraente, tem uma bunda gostosa, uma peitoes...- ela começa a descrever Carol e eu me solto dela a olhando furiosa

- para de falar essas coisas dela Maraisa- falo brava

- como você quer que eu acredite que não sente nada por ela se eu só te provoquei e você está me fuzilando com os olhos e com as mãos fechadas prontas pra me dar um sono na cara- ela ri

Olho pras minhas mãos e ela tinha razão. Eu me transformo por completo quando se trata da Carol.

- Mai, eu sempre vi você observando a Carol, às vezes até com um outro olhar, mas nunca falei nada- a Maraisa comenta se sentando no sofá e me puxando

- Maraisa eu não sou lésbica...- falo me sentando

- pode ser bi, Maiara que que tem? Beijar mulher é bom, eu beijo às vezes- ela fala sorrindo e depois ri

Olho pra ela indignada.

- não me olha assim- ela fala

- por que nunca me contou isso?- pergunto a encarando

- todo mundo sabe que eu sou a mais marchinha da dupla que curte às vezes... se é que você me entende- ela faz gestos quando fala a última parte

- eu não sabia- falo a olhando

- você é a menininha, princesinha da dupla- ela fala e aperta minha bochecha- a fofinha

- fofinha de gorda né... mesmo que eu assuma que eu goste dela... o que não é verdade, você acha que ela gostaria de mim? Assim? Gorda?- pergunto me olhando

- Maiara, você não é gorda! Você é a mulher mais linda que meus olhos já viram e se ela não gostar com certeza alguém vai, você é um mulherão da porra- Maraisa fala e isso me faz sorrir

- obrigada irmã, mas mesmo assim, eu não gosto dela e ela saiu daqui e disse que ia dar uma chance pra quem sempre se importou com ela, eu vi o Henrique vindo a buscar- falo e não escondo minha tristeza

- sinto muito- Maraisa fala e me abraça

Me aconchego no abraço da minha irmã, o único reconfortante no mundo.

- eu já disse que não gosto dela e não sou nem lésbica nem bi- falo ainda no abraço

Maraisa me solta e me olha com um sorriso carinhoso em seus lábios.

- quando cair na real que gosta dela eu estarei aqui, mas não demora muito. - ela fala e me da um beijo na testa

Apenas sorrio para ela.

Como estava de madrugada praticamente e tinha sido uma noite bem agitada eu e Maraisa fomos dormir. Minha irmã pediu pra que eu dormisse com ela e eu lógico aceitei. Ela logo caiu no sono, mas por mais que eu tentasse não conseguia. Me revirava na cama tentando impedir que meus pensamentos tomassem conta de mim, mas foi impossível.

Logo em meus pensamentos vem Carolina. Minha mente me mostra momentos de nossa adolescência, as baladas, as noites estudando, as conversas jogadas foras, as reuniões no bar, eu mostrando minhas composições para ela. Parece que desde que conheci Luiz, minha mente bloqueou Carol e eu não enxergava ela a não ser aquela amiga de muito tempo. Mas sem Luiz para me prender a ele, eu me lembrei e como lembrei de todas as trocas de olhares, os meus olhares escondidos pra cima dela. Lembro de cada detalhe de seu corpo desde a adolescência, como iria negar que não a olhava com segundas ou até terceiras intenções se tudo que vem na minha mente quando remete a passo tem ela ali ou um resquício dela, seja de corpo presente ou a força dela comigo.

Eu sempre a desejei, sempre a quis, sempre a amei e nunca percebi. Todo sentimento de amor, carinho, afeto e tesao era disfarçado com o sentimento de amizade e quando Luiz apareceu eu concentrei nele tudo o que era destinado a ela. Como pude ser tão idiota em achar que Luiz era o homem da minha vida? Eu nunca o amei nem tive um homem como sendo o meu grande amor. Meu único e verdadeiro amor é por uma mulher e eu não percebi? Meu Deus, como posso ser tão idiota assim?

Agora ela está com Henrique que em nenhum momento deixou de demonstrar o que sentia por ela, que se importou, que cuidou e amou ela. Deveria ser eu, mas neguei e magoei minha paixão. Deixei ela sair dessa casa com raiva de mim e pensando que a usei.

Mas nem pensar que eu vou deixar as coisas assim! Eu sou Maiara Carla. Eu vou pelo menos fazer Carol saber e entender o meu amor por ela.

Me viro para minha irmã que dormia feito uma pedra e a balanço, depois a chamo.

- Maraisa- chamo

Ela não responde

- ô Maraisa- falo mais alto e a balanço

- que foi Maiara- ela fala sonolenta e acordando um pouco assustada

- eu amo a Carol- falo sorrindo

- conta uma novidade- ela fala fechando os olhos

- não irmã, acorda. Você não está entendendo, eu amo aquela mulher e ela está neste momento nos braços de outro e eu não quero nem imaginar o que ela está fazendo- falo e sinto um arrepio

- o que você quer que eu faça no meio da noite?- a Maraisa fala desistindo de voltar a dormir e se sentando na cama

- faz o que eu pedir pra você por favor- falo e faço um biquinho

- tudo bem, você já me acordou mesmo- ela fala e revira os olhos

Me animo com a possibilidade de conseguir Carol para mim, mesmo com toda probabilidade contra.

Ao mesmo tempo que fico animada, sinto um medo enorme. Medo dela me rejeitar, de tudo dar errado e eu não ter nem ao menos minha amiga de volta.

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Será que é agora? O que Maiara vai aprontar em? Será o início de nosso casal?
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Até qualquer hora, beijos da Gio ❤️

Muito mais que amiga Onde histórias criam vida. Descubra agora