Capítulo 12

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Estava trancada me torturando a horas em pensar que Maraisa estava sozinha com Carolina e poderia contar o que eu falei para ela. 

Meus pensamentos são interrompidos.

- Mai?- escuto a voz doce de Carol seguida de uma leve batida na porta

Fico em silêncio, quem sabe ela não pense que estou dormindo e vá embora me poupando do constrangimento.

- Mai, eu sei que está aí e acordada- ela fala- a sua irmã está chorando desesperada a horas desde que se trancou aqui e não quer me falar nada- ela termina

A Maraisa não contou para ela.

Abro a porta no mesmo instante e vejo Carolina escorada na porta com a cabeça encostada no batente.

- vamos conversar nanica- ela fala com um sorrisinho que meu coração não aguenta, eu faria o que ela ela quisesse enquanto mantivesse esse sorriso nos lábios

Me afasto da porta deixando-a aberta e vou até a cama onde me sente com as costas na cabeceira.  Observo ela fechar a porta e vir até a cama e se sentar ao meu lado da mentira que eu estava.

- você vai me contar o por que da briga de vocês? Ou vai fazer como sua irmã que se diz minha melhor amiga, mas acaba não me contando as coisas- ela fala e da um risinho no final

- se eu contar você pode ficar com raiva de mim e eu não quero isso, por isso, por favor eu te peço que não me pergunte nada- falo sem conseguir olhar nos olhos dela

- foi o que eu pensei. Vocês duas se dizem minhas melhores amigas, mas só me usam. Primeiro a Maraisa que me chamou só porque estava triste, você porque queria saber como era beijar uma mulher. Vocês são ótimas amigas viu- ela fala se levantando

- não Carol, não é isso que está pensando- tento puxar o braço dela

Ela volta e eu penso que ela vai me escutar, mas não. Ela me deposita um beijo demorado na testa e se levanta.

- já estou indo. Se precisarem de mim de verdade não só como consolo de vocês, mas como amiga, podem me ligar- ela fala

- está indo pra onde? Carol, onde você pensa que vai?- falo me levantando

- vou dar uma chance pra única pessoa que parece se importar comigo durante todos esses anos- ela fala e sorri, mas conheço o sorriso dela e é um daqueles tristes

- como assim?- pergunto

- desculpa Mai, eu já estou indo- ela fala, sorri e sai do quarto bem rápido

Sigo ela. Sua mala já estava no corredor pelo que eu vi. Ela vai descendo as escadas levando a mala dela. Na sala Maraisa estava jogada no sofá encolhida. Carol passa por ela e para, se abaixa na altura de Maraisa e da um beijo demorado nos cabelos dela. Maraisa não para de chorar. Carolina continua a andar com sua mala. Continuo a seguindo.

Como no condomínio nenhuma casa tinha muros que cercavam o quintal na parte da frente nem portão eu vi um carro estacionado.

Carol continuou andando e a porta do motorista do carro estacionado se abriu revelando Henrique todo sorridente que veio correndo até Carol e paga sua mala. Carol lhe sorri e deposita um selinho nos lábios dele.

Meu coração palpita ao ver aquela cena, minha boca seca e minhas pernas falham por um momento.

Carol entrelaça a mão com Henrique e ele vai levando a mala dela na outra. Depois de colocar a mala no porta malas os dois entram no carro e meus olhos se perdem tentando acompanhar.

Eu entro em casa ainda sem muito reação.

Vejo Maraisa chorando no sofá e vou até ela. Uma coisa que me parte o coração é ver uma lágrima, nem que seja a menor de todas no rosto da minha irmã.

- irmã, para de chorar- falo me abaixando

- por favor Mai, não fica brava comigo, eu te conto tudo- ela fala em prantos

- eu não estou mais brava- falo acariciando os cabelos dela

Ela se levanta e se abaixa no chão comigo, me agarrando num abraço esmagador sem parar seu choro.

- eu estava na balada e vi o Wendell lá, eu fui até ele e nós conversamos um pouco, ele meio tímido para conversar, mas deu o primeiro passo e me beijou. As coisas foram ficando quentes e nós achamos um cantinho mais escuro...- ela fala chorando- eu não deveria ter feito isso, mas eu coloquei a mão lá nas partes dele e ele nas minhas... mas não fizemos nada- ela fala me abraçando

Eu não aguento com o que ela fala e começo a rir descontroladamente.

- Maraisa, você é uma safada- falo rindo

Ela se solta do abração e começa a me bater.

- aí- falo rindo

- eu pensando que você estava brava comigo e você rindo de mim- ela fala brava

- e eu tenho culpa de você ser uma safada?- falo me levantando do chão e puxando ela- era isso que você não queria me contar? Maraisa eu sei desde sempre como você é safada- falo rindo

- credo Maiara, eu fiquei com vergonha, pensei que ninguém tinha visto...- ela fala corada

- só você mesmo....- rio

Ela me abraça dessa vez num abraço super carinhoso e se instala um silêncio avassalador. Mas ela logo fala.

- o que você me disse antes lá na varanda sobre a Carol... é verdade?- ela fala ainda me abraçando e agora mais forte

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Maiara vai perder Carolina....
Semana tá corrida, por isso só vou postar na sexta talvez, se eu não conseguir só no final de semana.
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Até qualquer hora, beijos da Gio❤️

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