Capítulo 69

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Acordo no dia seguinte e Carol já estava acordada. Ela já tinha ido na nossa casa, já tinha pego uma mochila com coisas pra mim e pra ela, ja tinha comido e feito varias coisas enquanto eu dormia.

Eu tomo café da manhã e depois o médico vem me examinar e me da a alta. Eu apenas tomo um banho lá no hospital mesmo e vou ir ver primeiro minha sobrinha que eu estava simplesmente louca pra ver ela.

- você já viu ela, como ela é?- pergunto ansiosa pra carol

- ela é tão pequena, magrinha e linda. Parece uma boneca, é uma mistura dos dois- a Carol me conta animada

Ela vai o caminho até a UTI me falando que a Maya teria que ficar quase três meses lá na encubadora para ter a força necessária, a saúde em perfeito estado e finalmente "vir" ao mundo. Me assusta um pouco o fato da minha princesa ter que ficar tanto tempo dentro de um espaço pequeno de vidro numa UTI no hospital, mas sei que tudo é pro bem dela. Se eu estava louca pra conhecer ela, imagina a Maraisa quando acordasse.

Finalmente chegamos.

- me fala qual é ela?- peço pra carol já que tinha vários bebês

- procura, qual você acha que é- ela ri

Observo atentamente cada um dos bebês através daquele vidro que separa a sala. Olho, olho e olho até bater os olhos numa menininha com a pele mais morena, mas ainda clara, toda pequenininha, a fraudinha nem cabia na bunda, toda agitada com as mãozinhas balançando no alto. Ali eu vi que era o bebê da tia Mai, minha princesinha Maya.

- achei- digo encantada

- achou nossa princesa? Tão pequena, olha a frauda, gigante na bunda- a Carol ri

- eu quero pegar ela- digo e sinto meus olhos se encherem de lágrimas

Aquele momento é tão esperado, tão bom, meu coração tá tão completo em ver minha sobrinha que pra mim é uma filha bem e espoleta mesmo com tão pouco meses, ela seria como a Maraisa eu tenho certeza, mas parecia mais com o pai, só faltava ter os olhos claros. Carequinha, tão frágil e linda. Eu já estava chorando

- eu tive a mesma reação. Chorei por quase uma hora vendo ela- a Carol fala e me abraça

- minha irmã tem que acordar pra ver a filha- digo

- ela vai, eu só não sei quando- a Carol suspira

- eu quero ver a Maraisa- digo

- eu te levo até ela- a Carol fala e da um beijo na minha bochecha

Me despeço da minha princesa olhando ela mais alguns minutos e dizendo baixinho só pra mim que eu amo ela. Depois a Carol me leva até a Maraisa.

Eu entro no quarto lentamente e vejo primeiro meu cunhado em pé olhando pra janela.

- Dani..

- tá tudo bem, pode ir ver a Maraisa que eu cuido dele- a Carol fala e o tom de voz dela é audivelmente triste

Mas eu deixo pra lá. Olho pro lado e vejo minha irmã com uma bolsa de sangue no braço. A feição dela é calma, mas ela estava mais magra, bem mais magra, mas assim estava tão plena, como se estivesse apenas tirando um cochilo. Eu me aproximo da cama até chegar bem pertinho, depósito um beijo no rosto dela e dou um selinho.

- oi metade, eu to aqui com você. Eu vi nossa pequena agora pouco e ela é tão linda e espoleta. O seu sonho tá aqui, sua família tá aqui, seu marido tá aqui, eu to aqui com você. Sua filha está te esperando, ela está esperando a mãe dela, você não pode deixar a gente. Acorda vai, abre os olhos e nos encanta com todo seu amor, me irrita como faz desde que nascemos, mexe com a Carol pra me provocar, agarra o Dani pra ele ficar com vergonha, abre os olhos vai, estamos te esperando...- digo no ouvido dela baixinho só pra ela escutar

Eu passo mto tempo ali conversando com a minha irma e acariciando ela. Eu tenho certeza que ela estava me escutando.

Meu coração ficou tão pequeno, tão destruído ao ver ela daquela forma que eu jurei pra mim mesma que não sairia dali até ela acordar. E assim fiz.

Eu fiquei lá durante exatos 5 dias contados, todos os dias indo ver minha sobrinha e depois voltava pra ficar com a minha irma. Carol ficou comigo, só saiu uma vez porque disse que iria resolver pra mim nossa agenda e coisas no escritório por mim e pela Mara. Ela demorou bastante pra voltar, saiu de manhã e voltou a noite.

Confesso que não estava dando tanta atenção pra minha noiva, mas eu não conseguia, meu mundo estava girando através da Maraisa e Carol compreendia isso, porque não falou nada e ficava conosco ali, trazia comida pra mim, me fazia carinho quando eu chorava sem parar, cuidava de mim e dizia que iria ficar tudo bem.

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6 dia da Maraisa em coma
Meu corpo estava totalmente cansado de ficar sentada numa poltrona, dormir ali, meu corpo já estava reclamando, mas não sai dali.

Maraisa moveu o dedo pela primeira vez.

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12 dia da Maraisa em coma
Os médicos fizeram uma bateria de novos exames nela e ela ainda estava em coma, mas eles nos explicaram que existem varias fazes do coma até chegar ao mais profundo onde a Maraisa estava a alguns dias, mas agora ela estava num estágio mais leve o que nos levou a ter mais esperança.

A Carol nesse dia foi pra casa buscar mais roupa limpa pra nós duas, demorou um pouco, mas ela disse que precisava descansar na cama um pouco por isso tirou um cochilo lá. Continuo sem sair de perto da Maraisa a não ser pra ver minha pequena Maya que parecia crescer mais a cada piscar de olhos.

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22 dia da Maraisa em coma
Eu estava tão cansa de ver minha irmã naquela situação, mas ela estava dando tantos sinais de progresso.

O coma dela já estava num estágio muito leve, ela apertar nossa mão, às vezes respirava mais fundo, abria a boca, mas não acordava o que me deixava desesperada.

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1 mês e meio da Maraisa em coma

- amor- escuto minha noiva me chamar

- oi- digo sem olhar ela

- eu posso ir pra casa? Meu corpo tá doendo muito de ficar sentada nessa cadeira- ela reclama manhosa

Eu olho pra ela.

- mas eu queria você aqui comigo vida- faço bico

- vida...- ela ia dizer algo, mas acaba voltando atrás- tudo bem eu fico aqui...

Carol estava reclamando bastante esses últimos dias de dores no corpo e que queria ir pra casa, atribui ao fato dela estar taocas ada quanto eu, mas ela ali me dava forças pra continuar a lutar e ter esperanças da Maraisa acordar.

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3 mês da Maraisa em coma

Hoje eu estava totalmente deprimida, estava triste, mais que o normal, estava cansada e já tinha discutido com a Carol que queria ir pra casa.

- Maiara eu vou pra casa- a Carol fala depois de voltar do banheiro

- amor fica, vai que ela acorda hoje- peço

A Carol suspira e me olha emburrada. Ela vem até a cama e pega na mão da Maraisa.

- Maraisa minha linda, sabe que eu te amo por tudo, mas tem como você acordar por favor? Eu prometo que cozinho pra você durante um mês se você abrir esses lindos olhos e eu puder ir pra minha casa- a Carol fala como se estivesse implorando pra Maraisa

Ela aperta a mão da minha irmã e deixa uma lágrima escapar.

- meu corpo não aguenta mais, não sou tão forte como você- a Carol chora

- amor...- aquilo me corta o coração

- Mai, por favor deixa eu ir pra casa, minhas costas estão me matando já, eu não aguento mais dormir naquela cadeira desconfortável- a Carol fala me olhando nos olhos

- grávidas não podem dormir em cadeira- escuto aquela voz inconfundível.

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É sofrimento que você quer @ ?
Vamos voltar ao amorzinho né, ou não...
curtam e comentem muito, quem sabe não continuo ainda hoje.
Beijos da Gio ❤️

Muito mais que amiga Onde histórias criam vida. Descubra agora