Capítulo 77

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Eu fiquei literalmente 25 minutos plantada em pé em frente à porta da sala em que minha esposa tinha acabado de me dar o maior presente do mundo, meu filho. Agora meu desespero era em não perder minha mulher.

Por que isso acontece comigo? Primeiro minha irmã quase morre no parto e agora minha esposa? O destino só pode estar brincando comigo.

Eu não sabia mais o que fazer. Eu não paro de chorar e não consigo pensar em outra coisa que não fosse minha esposa. Não posso viver sem ela, não sei o que fazer sem ela, minha vida é ela.

A porta do centro cirúrgico finalmente abre.

- cadê ela? Ela tá bem? Por favor, diz que ela está bem!- eu imploro pro médico

- calma Maiara!- ele fala pegando nos meus braços.- a Carol está sedada. Literalmente dormindo agora. Ela teve uma complicação depois do parto como você mesma viu. O corpo dela talvez não estivesse tão forte quanto imaginávamos pra fazer um parto normal, você sempre soube que a gravidez dela era de risco.

- ela não vai acordar mais? Por favor me fala o que está acontecendo!- eu imploro novamente chorando desesperada e com o coração na mão

- eu vou falar se você me deixar falar- ele sorri- o corpo dela foi levado a exaustão por isso ela desmaiou. Mas conseguimos acordar ela, a estabilizamos e demos um sedativo pra ela dormir e relaxar. Vamos manter ela em observação, mas sua esposa está bem!- ela fala sorrindo

Um peso enorme sai das minhas costas, eu finalmente relaxei. Talvez tenha relaxado demais, porque só lembro do meu corpo cair e meus olhos se fecharem.

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Eu sinto minha cabeça doer, abro meus olhos, mas a claridade me incomoda e eu fecho novamente.

- olha quem acordou- escuto a voz da Carol

Abro os meus olhos novamente e vou me acostumando com a claridade até estar vendo tudo perfeitamente. Eu olho pro lado e vejo minha esposa sentada numa cama.

- quer dizer que eu que pari e você que desmaiou- ela ri

- o que? Eu desmaiei? Você que desmaiou e não queria acordar- falo me sentando

- eu só estava cansada.- ela sorri pra mim

- eu acho que estava tensa demais- respondo ela

Ela olha pra mim com aquele sorriso lindo que me deixa boba por ela. Estendo minha mão na direção dela e ela pega minha mão.

- como você está meu amor?- pergunto carinhosa

- eu estou um pouco cansada ainda, mas ótima... e você minha rainha? Se disser que está mal eu vou me levantar e ir cuidar de você- ela fala sorrindo

- tentador, acho que vou dizer que estou mal só pra ice vir aqui- falo rindo e ela ri também- eu estou bem amor

- que bom, porque nosso filho está vindo pra primeira mamada dele- ela fala com os olhos brilhando

- nosso filho, como ele está? Você já viu ele? Eu quero pegar ele no colo- falo

- eu ainda não vi ele. A Maraisa e o Dani viram ele quando levaram ele pra encubadora. Ele está bem, vai ter alta junto comigo nos próximos dias. Eu estou ansiosa pra ver ele. Como será que ele é?!- ela pergunta e fecha os olhos pra imaginar

- eu lembro dele ser branquinho e carequinha.- falo me lembrando de quando vi ele nos braços do médico assim que ele nasceu

- meu filho... nosso filho- a Carol fala toda emotiva

- nosso filho amor- já sinto as lágrimas vindo

Nesse momento escuto alguém bater na porta e abrir. A primeira coisa que bato meus olhos e num serzinho pequeno todo branquinho chorando. A roupinha toda branca. A coisa mais linda do mundo.

- alguém está com fome mamãe- a enfermeira que o trazia fala pegando ele no colo

- vem com a mamãe meu filho- a Carol fala com os braços abertos.

Com toda certeza ela tinha bem mais habilidades maternas que eu, a prova era ela e Maya.

A enfermeira coloca com cuidado aquele pequeno ser nos braços da minha noiva. Carol da um cheirinho na cabecinha dele.

- mamãe tá aqui meu amor- ela fala e desliza o dedo na bochecha dele- bochecha grande igual da sua mãe ruivinha- ela fala e me olha

- amor ele é sua cara- falo impressionada

- ele se parece com nós duas. Olha essas bochechas, são iguais a sua, olha esse queixo, igual o seu- ela fala olhando ele e me olha.

- acho que os olhos são iguais aos da senhora- a enfermeira fala pra carol

- ele já abriu os olhos?- pergunto

- já, um azul meio esverdeado lindo.- ela fala

- iti malia meu Deus, agora eu tenho uma cópia da minha pessoa preferida no mundo.- falo

- vamos dar o peito pra esse meninão- a moça fala

Carol meio tímida abre a camisola que vestia e tira o seio pra fora. A enfermeira fala que ela deveria guiar ele até o seio dela que ele acharia o bico e Carol assim faz. Ele rapidamente pega o peito dela e parar de chorar ficando calminho.

Minha vida toda ali. Meu filho e minha esposa. Quem diria eu sendo mãe e casando com a minha melhor amiga. Um sonho melhor que esse impossível.

Carol da o peito pra ele e ele dorme. Quando ele dorme a Carol tira o peito e a enfermeira pega.

- quer segurar seu filho?- ela pergunta pra mim

- quero- respondo

Confesso que estava tremendo em pegar uma coisinha tão pequena nos braços. Mas a emoção quando ela colocou ele praticamente deitado no meu peito e ele deu um sorrisinho, foi indescritível. Eu óbvio que derramei muitas lágrimas com meu filho ali. Tão lindo, tão parecido com a Carol, tão calminho.

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Se passaram 5 dias desde Enrico nasceu. Eu já tinha tido alta, mas carol e nosso filho ainda não. Alguns amigos e familiares já tinham ido visitar nosso filho. Lógico que os padrinhos já tinham ido lá. Todos morriam de amores por ele. Ele é a coisa mais linda que meus olhos já puderam ver.

Depois de 5 dias em observação Carol teve alta e Enrico também. Pude levar finalmente minha esposa e meu filho pra casa.

Quando chegamos em casa levamos nosso bebê pro quartinho dele. Carol deu peito pra ele e eu o pus para arrotar.

Ele era tão calmo, chorava pouco, não reclamava quase nada. Perfeitinho.

Nas primeiras noites, me vi acordando de madrugada, mesmo sem ele chorar pra ficar admirando ele. Eu nunca tive tanta certeza do que quero pra minha vida do que a certeza de que quero ser a melhor mãe e esposa do mundo.

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Os primeiro três meses foram bem difíceis. Carol ficava extremamente cansada. Eu tive que ir pro escritório com a Maraisa resolver muitas coisas do nossos shows e a volta aos palcos.

Mas carol estava se saindo muito bem. No quarto mês ela definitivamente tinha pego o jeito apesar de ser ainda muito cansativo cuidar de um bebê. Eu ajudava em tudo o que eu podia e lógico queria ficar com meu filho o tempo todo.

Minha família finalmente completa. Essa noite eu no poderia estar mais feliz.

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Beijos da Gio ❤️

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