Capítulo 12-Presente de Natal

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 Alguns meses se passaram depois do ocorrido. Eu e Levi assumimos uma rotina discreta e confortável. Apesar de ele oferecer um quarto extra, eu recusei, então dormíamos juntos.

Havia noites em que ele trabalhava até tarde. E eu acabava dormindo praticamente sozinho. Como o semestre havia acabado eu estava de férias, e pouco depois ele também, só saindo para o trabalho na policia em alguns dias.

Eu havia aprendido sobre a limpeza da casa, e estava com medo de me tornar um segundo Levi. Porque havia dias que eu me pegava olhando de cima da escada pensando: Acho que tem uma mancha na mesa...

Nessas horas eu saía de casa e ia correr. Ou ia ao parque, na verdade, eu ia ao local com mais terra que eu encontrasse. Era o meu choque de realidade.

Recebi algumas ligações da minha mãe, mas não era ela que iria ser a pessoa que me levaria de volta para casa. Então eu não atendia.

O outro semestre começou, e apesar de ser um gasto a mais, que poderia ser evitado, eu e Levi íamos em carros separados. Tudo para não haver boatos.

O único boato que correu era de que eu não morava mais em casa, mas ninguém sabia exatamente o porque...

Todos os trabalhos em grupo agora eu fazia na biblioteca, ou na casa de outra pessoa. E não tinha aulas com Levi aquele semestre.

Meu treinamento como policial havia começado, e eu estava indo muito bem. Até que na segunda etapa do treinamento fomos apresentados ao nosso treinador.

Levi...

Todos os recrutas tinham ouvido falar da violência dele, e eu estava provando que não era exagero. Com frequência cheguei em casa todo roxo de apanhar de veteranos. Mas, pelo menos eu já sabia bater mais do que apanhar depois de algum tempo.

E eu também descobri com isso que Levi sabia fazer uma massagem encantadora. Claro, ela quase sempre premeditava algo mais. Ele nunca pedia desculpas pelos roxos, mas nunca imaginei que ele faria isso. Não era por ser seu namorado que eu seria tratado com moleza.

A época do natal e o frio chegaram, e eu decorei a casa com muito verde e vermelho. E luzinhas.

A sacada do quarto principal iluminava toda a piscina a noite. Piscando multicolorida.

--O que vou ganhar de presente?

--Me ter na sua vida já é um presente, seja grato.

Levi falou mudando uma folha do livro que lia. Estava agasalhado no sofá, comigo a seus pés com uma revista em quadrinhos.

--Não seja chato. Eu já sei o que vou te dar...

--Interessante.

Ele nem olhou para mim.

--Posso ter um cachorro?

--Não.

--Por...

--Porque ele sujará a casa.

--Ele fica do lado de fora.

--Não.

--Eu adestro ele.

Levi finalmente levantou os olhos do livro.

--Pode ser de pelúcia?

--Não!

--Então, não.

--Mas eu quero um bichinho.

--Então um gato?

Me Ensine ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora