Isso Não Pode Estar Acontecendo

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— AHHHHHHHHH!

Viro-me imediatamente. Não acredito que um homem que não é meu marido está completamente nu na minha frente.

— O senhor pode botar essa tualha em torno desse trem aí, sô?!

— Quem, eu? Ah, tudo bem. Me desculpe. Não estava esperando ninguém hoje.

— Moça, tá procurando alguém? – O rapaz loiro se aproxima — Espera, é você quem vai morar aqui?

— Morar aqui? Como assim, Sebastian? – O moço que estava fazendo agachamento se levanta e também se aproxima.

— Sim, a Senhoria falou comigo que iria chegar alguém para dividir o apartamento com a gente... Eu só não esperava que fosse uma garota. – Ele fala um pouco corado.

— Pera aí, sô! Como assim ocês são minhas colega de AP?!

— Acho que já deu para você perceber que não sou uma garota. – O cara da toalha diz rindo em seguida.

— Fica quieto, Alex. Vai pôr uma roupa. Não vê que a menina tá assustada?

— Tudo bem, papai. Já vou me vestir. – Alex diz saindo da sala.

— Venha, sente-se aqui – diz Sebastian apontando para o sofá — e poderemos conversar com mais calma. Os vizinhos já devem estar achando estranho depois do seu grito.

— Eu pego suas coisas. – O cara negro vai em direção das minhas malas.

Eu me sento com cautela no sofá. Olho para todos os lados.

O que está acontecendo aqui? Cadê as garotas que seriam minhas melhores amigas e eu teria uma vida plena como universitária?!

— Tome... – Sebastian me entrega um copo d'água.

Tomo tudo de uma só vez.

— Então... Muito prazer, meu nome é Sebastian. – Ele me estende a mão.

— Sou a Débora. – Aperto sua mão e ele sorri em retribuição.

— Esse aqui é o Guilherme e o cara da toalha é o Alex. – Quando ele menciona o cara da toalha eu coro e abaixo a cabeça envergonhada. — Ele é gente boa.

— Por que vocês são garotos e não garotas? A senhoria mentiu para mim?

— Acho que houve um equívoco sim. Ou você entendeu errado, ou ela te enganou...

— Mas o que farei, sô? Não tenho para onde ir. Toda a minha economia eu depositei para ela. – Me levanto com raiva — Muié empraguejenta do diabo.

— Acalme-se. Vamos achar uma solução. – Guilherme se aproxima e me faz sentar novamente.

— Que tal a gente ligar para ela? Você pode entrar com uma ação judicial para ela te devolver o dinheiro. É só você mostrar o contrato e dizer que você foi lesionada.

— Eu não tenho um contrato... – Digo frustrada.

— Ah meu Deus. Você pagou antes de assinar um contrato? – confirmo com a cabeça — Isso não é bom...

— Por que você não fica aqui até encontrar uma solução? Afinal tem mais um quarto sobrando. E você pagou por ele...

— Isso! Não tem problema você ficar. Prometo que não vou te atacar. – Guilherme diz sorrindo.

— MORAR COM VOCÊS?! – Arregalo meus olhos. E ponho as mãos cruzadas sobre meus peitos.

Eles gargalham.

— Pode deixar, vamos te deixar em paz. E hoje em dia isso nem é algo tão grande assim. Tem muitas moças que moram com caras e...

— Desconjuro! O que minha vozinha vai pensar se ela descobrir? E meu avô então? Vão arrancar meus bofes.

Eles e Eu... (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora