Série Flores - Livro 1
SINOPSE:
- Sem querer a gente se apaixona, isso é fato - sua voz doce e suave sussurrou ao meu ouvido. - Eu não acho que você deva ficar. O campo não faz parte de você - continuou ele, enquanto enrolava uma mecha do meu cabelo...
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Dois anos atrás, em meados de março de 2015.
Com os sapatos na mão desço a escada com cuidado. O capuz do casaco esconde grande parte do meu rosto. Não sei de onde tirei á ideia que após beber mais que duas cervejas, era sábio ir atrás de pistas para descobrir se seu namorado é infiel. Principalmente, quando você sabe que se esse fato for verdade vai te destruir de corpo e alma.
Marina, minha psicóloga das sextas-feiras me explicou o que acarreta essa desconfiança imensa que tenho das pessoas. Diz ela que é por que eu fui bastante solitária na infância, e que desenvolvi um jeito de me proteger de problemas. Não acho que ela esteja blefando. Até que acredito nessa possibilidade. Mas o que ocasiona a obsessão que tenho por Marcel?
“Respire longa e calma durante três minutos. Pense em algo colorido que faça o foco se torna outra coisa que não seu namorado.”
Ela com certeza estava blefando. Isso não funciona! Já pensei em pôneis verdes. Unicórnios, com todas as cores e todos os tons possível. Já imaginei galinhas rosas, amarelas. Nada disso faz com que eu perca o foco em Marcel.
No começo foi legal sentir ciúmes. Três meses depois ele já estava reclamando da minha maneira de ver as "coisas". Com que olhos eu deveria olhar para as amigas do meu namorado que tentavam esfregar o decote nos olhos dele?
Mas o ciúme não parou por aí, foi mais grave que pensei. Se tornou uma obsessão. Eu tenho que admitir que achava muito sexy o termo obsessão, até estar vivendo. No começo era ligações questionando o paradeiro da pessoa, depois desculpas furadas para descobrir algo mais do qual estava desconfiada e depois veio a pior parte a perseguição. O que estou fazendo agora.
Sei o quão errado isso é para um relacionamento, mas não é como seu eu conseguisse me controlar. Sempre tem aquela voz insistente na cabeça com um temível será?.
Será que ele me ama?
Será que ele está em casa agora?
O que será que ele está fazendo?
Será que ele tem uma amante?
Lógico que em uma festa com amigos de trabalho eu não estaria tão pilhada a ponto de sair de lá, seguindo apenas o endereço que diz ser onde a outra de Marcel mora.
Eu não estaria numa madrugada fria sozinha, se uma garota não tivesse entregado um bilhete com o endereço da suposta amante de Marcel. Não culpo a garota, não fui forçada a sair escondida, ela só fez o que achou certo e resto era comigo.
Ela certamente não teria dito nada se soubesse que sofro com uma obsessão incontrolável. E Roger certamente vai querer me matar quando descobrir o que estou fazendo. Principalmente quando descobrir que peguei seu moletom sorrateiramente, enquanto ele dava uns amassos no sofá com seu peguete da noite.
Ele e meia dúzia de amigos que estavam naquela festa ficaram furiosos quando não me encontrar em nenhum canto da casa.
Cerveja e coragem, não são uma combinação sensata. Nada que contenha mais que 0,001% de álcool combina com coragem. Olhando agora da escadaria percebo que não fui sábia. Então, entra a questão do será?