Série Flores - Livro 1
SINOPSE:
- Sem querer a gente se apaixona, isso é fato - sua voz doce e suave sussurrou ao meu ouvido. - Eu não acho que você deva ficar. O campo não faz parte de você - continuou ele, enquanto enrolava uma mecha do meu cabelo...
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Mas um dia chega, porém, esse é diferente. Esse dia é para minha despedida. Klaus está desde cedo no meu pé. Eu sabia que aquela implicância toda era amor reprimindo.
Sabe aquela coisa de irmãos que dão choque se encostar um no outro. Eu e Klaus sempre fomos desse tipo. Até hoje. Parece que ele não se lembra que é nariz empinado demais para dar moral para a caçula.
— Klaus sai já de cima da mala! — mamãe briga, batendo nele com o pano de prato.
O dia amanheceu um tremendo fuzuê. Mariza não totalmente satisfeita com minha coragem absurda de viajar, já está organizando as malas no carro de papai. E avisou que me quer lá dentro em quinze minutos. O medo de que eu não vá é maior que meu medo de pôr os pés na rua em cinco meses, literalmente. O máximo que faço é entrar no carro no banco de passageiro e papai dirigir até o consultório da minha psicóloga das sextas-feiras.
E o negócio sobre papai dirigir é que eles tem medo que eu acabe me matando nas avenidas da vida. Não por depressão, nem nada do tipo. É que eles dizem que não sei dirigir como gente normal. E olha que tenho habilitação.
— Cadê ela? — Sami entra afobada na sala. Quando me encontra, corre em minha direção. Ela entrelaça os braços em meu pescoço, afogando meu rosto em seus seios fartos de leite.
— Solta ela! — berra Klaus.
Hoje ele decidiu ser mais insuportável. Ele me acordou ás sete horas da manhã, se jogando sobre meu corpo e me abraçando. Depois me levou café na cama e até agora está me protegendo, prestes a me colocar em um potinho.
Devo lembra-lo que somos do tipo irmãos que se dão choque?
— O que deu nele? — pergunta Sami, me desafogando dos seus peitos.
— Está assim a manhã toda — esclarece Mariza. — Deve estar sentindo remorso.
— E você não? — questiona papai. — O motivo da menina está indo embora é sua implicância.
— Ela não está indo embora, é apenas quatro meses — ela fala naturalmente, enquanto arrasta minha mala.
Observamos ela arrastar a mala, as rodas fazem barulhos no chão. Observamos a senhora baixinha sair segura de si, levando minhas coisas. Me tirando do meu conforto como se tivesse esse direito. Ela olha para trás rolando os olhos quando vê que olhamos para ela.
— Vou sentir saudade — sussurra Klaus, seus olhos brilham por causa das lágrimas acumuladas.
— Também vou sentir saudade de vocês — falo, lutando para não deixar meu medo transparecer.