• Capítulo 11 •

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Não posso sentir cheiro algum e isso está acabando com meus nervos

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Não posso sentir cheiro algum e isso está acabando com meus nervos. Roger me entrega mais uma aspirina, já é a terceira que tomo no dia. Minha garganta dói, meu corpo reclama de cansaço sendo que não esforcei um dedo para me sentir cansada.

Maldita gripe.

— Não ouse por os pés no chão. Já volto! — avisa Roger, saindo.

Em contrapartida, ao que meu amigo disse me levanto e saio me arrastando, não que a gripe tenha ocasionado minhas pernas ficarem fracas, é só o que chamamos de preguiça. Prendo meus cabelos de qualquer jeito, afinal, eles não vão melhorar minha cara de doente. Calço minhas pantufas especiais, trazidas em minha mala. Elas que acompanharam o luto do meu namoro com Marcel elas merecem sempre estar ao meu lado ou melhor nos meus pés. Visto o cardigã cinza por cima da camisola e saio do quarto.

Já está escurecendo e tudo que fiz o dia todo foi ficar no quarto e dormir. E ficar no quarto não está me fazendo melhorar como todos pensam, só faz com que eu me sinta mais doente. Uma inútil e inválida.

Minha ideia para o dia de hoje era... Bem, eu não tinha uma, então, não tenho do que reclamar. A gripe só foi um complemento nada agradável.

A chuva não cessou ainda, então, o que tenho que fazer nesse começo de noite é ficar zanzando pelos cômodos. Eu não reclamaria desse dia em Chichester. Ficaria imensamente feliz. Eu poderia ficar o dia inteiro na janela vigiando Marcel. Na verdade, essa era minha rotina, com chuva ou não.

Exatamente, era. Não será mais. Lavanda  cansou de sofrer por Marcel. Quem estou tentando enganar? Será que cansei mesmo?

Me sentiria grata se a casa de Marcel fosse logo ali na frente e eu pudesse estar vigiando ele agora mesmo. Porém, estou a quilômetros de distância e cansei de sofrer por ele.

Esbarro com Pierre saindo seu quarto. Ele me olha impassível. Odeio o fato dele não demostrar nada. Parece uma pedra, se duvidar até uma pedra seria mais expressiva que ele. Maldito Pierre.

— Era para você estar na cama — ele fala por falar, porque já está seguindo para a escada. Como se eu me importasse com a opinião dele.

Babaca infeliz!

Pra que abrir a boca se não se importa?

— Não estou morrendo — falo para implicar. Me encolho diante da minha voz. Pareço o pato Donald falando. Tentei ao máximo não falar pra minha voz melhorar logo, mas não funcionou.

Pierre está parado me olhando por cima do ombro. Aquilo é um sorriso? Pierre está sorrindo?

Pisco os olhos inúmeras vezes. Olho novamente para ele. Ele está sorrindo! Pierre está sorrindo de verdade, com dentes e tudo! Inclusive ele tem covinhas. Na verdade eu já tinha notado suas covinhas na noite da família via Skype, mas ele não sorri e quando sorri é como se fosse a primeira vez. E poxa vida é tão bom ver ele sorrir.

Lavanda - O Amor Mora No Campo. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora