• Capítulo 17 •

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Wallace estende um girassol em minha direção

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Wallace estende um girassol em minha direção. Pego-o de sua mão e sorrio. Wallace e seu charme conquistador não me abala. Não sei se um dia chegou a abalar de verdade.

Ao longe vejo Pierre olhando em nossa direção. Não paro de pensar em nossa conversa no lago. Já faz nove dias e suas palavras não saem da minha cabeça. Ele disse que quando eu tivesse amado iria saber e eu sei.

Eu amo Pierre.

Wallace toca minha bochecha e arrasta a ponta dos dedos até meus lábios. Em segundos seus lábios estão nos meus. Eu não sinto nada.

Wallace não me surpreendi. Tudo nele, todos movimentos sei como se fossem meus. Ele entrelaça nossos dedos e sorri. O que mais gosto nele é vê-lo sorrir. Wallace é espontâneo por mais que seus movimentos sejam premeditados em tudo. Marcel não era espontâneo. Marcel ditava as regras e eu obedecia. Eu achava que aquilo era o correto a se fazer.

Não fui criada em uma família machista, onde o homem comanda, tanto é que mamãe que sempre colocou a casa nas devidas ordens. Marcel me fazia acreditar que minha família era errada. Me fez acreditar que ele era o todo poderoso e que eu só estava ao seu lado para receber ordens. Que eu era sortuda de tê-lo ao meu lado.

Wallace me recosta na árvore e fita meu rosto. Não faço o mesmo. Por mais que eu já tenha tentado não consigo. Não era para ser ele.

Não era para ser Wallace. Não era para ter sido Marcel.

— Ei, linda! O que foi? — ele suaviza o semblante.

Amanhã vai fazer um mês que estamos juntos. Qualquer mulher seria feliz ao lado dele. Eu mesma sou feliz, só que não é ele. Nunca será ele. Ontem, decidi a escolha que fará bem para todos. Eu não vou trazer dor para nós. Não serei igual Marcel. Não quero fingir sentir algo e iludir a outra pessoa.

— Eu... Wallace? — é difícil dizer ou fazer algo que vai machucar o outro.

— Pode falar — ele já sabe. Pelo seus olhos consigo ver que ele sabe que é o nosso fim.

— Não podemos continuar...

— Tudo bem — ele sorri calmamente. — Eu sabia que não era eu. Não se preocupe, linda! — ele entrelaça nossos dedos. — Podemos ser amigos, certo?

Olho espantada para ele. Ele também não me ama e isso é um imenso alívio.

— Quando você percebeu? — pergunto, sem acreditar que seja tão fácil e indolor.

— Quando vi o jeito que você olha para ele — ele aponta com o queixo para Pierre. — Ele também te olha assim. Eu só estava esperando o seu momento de aceitar que não somos feitos um para o outro — ele diz.

— Obrigada! — abraço ele. Wallace me segura pela cintura. Olho para onde Pierre estava, o lugar agora vazio. Olho ao redor. Pierre anda a passos largos em direção a casa de Oliver.

Lavanda - O Amor Mora No Campo. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora