• Capítulo 19 •

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Duas semanas se passaram desde que eu e Pierre nos tornamos amigos com privilégios

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Duas semanas se passaram desde que eu e Pierre nos tornamos amigos com privilégios. E vem sendo a melhores duas semanas da minha vida. A cada novo dia sinto que a vida pode ser melhor. Consigo acreditar quando diziam que são águas passadas.

Neste momento. Nesse instante. Nesses mínimos segundos tudo se torna melhor, apenas, pelo fato de ele fazer parte de algo tão importante. Apenas, pelo fato de olhar para a garotinha de olhos piedosos e saber que ela se parece tanto com o pai e que preza por minha companhia.

Eu e Lola todas as noites desde a semana passada sem exceção de nenhum dia nos sentamos no tapete da sala, estendemos as revistas no chão, deixamos as tesouras prontas e começamos recortar palavras, trechos, figuras e tudo que achamos interessante. E colocamos no caderno de colagem. Eu tenho um com a capa lilás. Lola tem um com a cor amarela. E Joseph tem com a capa rosa por ser sua cor preferida.

Seguro a frase que acabei de cortar entre os dedos.

O CAMINHO PARA A FELICIDADE É FAZER O QUE SE GOSTA.

Eu gosto de Pierre e Ferrassiéres. Essa será minha felicidade?

— Olha só! Veja um elefante rosa! — Joseph diz. Ergo os olhos da frase e olho para o garoto que ergue a revista onde um elefante de algum desenho animado preenche a maior parte da página. — Veja é rosa! — exclama alegre.

— Que legal! — Lola senta-se ao lado dele. Ela olha algo na revista e enruga a testa. — Titia o que é amor? — ela pergunta, me olhando esperançosa.

Não esperava ser questionada por uma criança, com uma pergunta tão complexa. Pego a revista de sua mão. O elefante está com uma pata levantada como se acenasse e logo a baixo em letras garrafais está a pergunta:

O amor é discutível? O que é amor?

Largo a tesoura e olho para os recortes no tapete.

— Descreva o que você sente pelos seus pais — peço. Ele põe o dedo indicador no queixo e faz cara de quem está pensando.

— Eu amo eles — ela sorri. — Então, é isso? Eles me falam eu te amo, então tenho que dizer também, mas não é obrigação. É sentimento — ela senta-se sobre as pernas. — Minha mãe é mais difícil ela quase nunca está por perto e mesmo assim quero que ela esteja sempre bem. Meu pai está comigo todos os dias e eu adoro-o, por que eu não consigo viver sem ele. Ele é grandão e me protege dos bichos que ficam em baixo da cama. E eu também protejo ele quando ele chora de noite.

— Isso é amor. Proteger ou tentar mesmo que a pessoa esteja distante — Ela sorri. — Como sua mãe... é sentimento puro e indolor.

Lavanda - O Amor Mora No Campo. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora