O garoto estranho e a civilização Maia

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     Ele se perguntava o motivo de ficar parado na frente de um monte de estranhos, dos quais teria que aguentar pelo resto do ano letivo – quer quisesse ou não. Se perguntava se ainda era tempo de alcançar o carro de seu pai ou se fugir dessa escola nova era uma opção; o que, logicamente, não era!

A gangue das guloseimas encarava o tal aluno novo. Era estranho; pensavam que só precisavam escrever com tinta na testa. Moreno, o cabelo comprido na linha tênue entre arrumado e bagunçado. Os olhos eram de um azul anormalmente escuro. Vestia um agasalho preto por cima duma blusa cinza bem folgada que faziam Cetim e Chenile terem um tic nervoso. Ele observava com atenção todos os rostos novos da sala. Não sabiam o motivo, mas olhar para ele os deixava com medo. A professora percebeu o clima de tensão que estava se formando e resolveu falar:

— Bom, amores ... como eu já havia dito, este é o nosso novo colega. Como se chama mesmo, querido?

— Branch Gatti. — respondeu indiferente

— Espero que tratem-no bem durante este período de aula. Alguma pergunta?

— De que nave espacial você veio? — perguntou um garoto do fundo

     Mais da metade da sala riu. Branch encolheu ligeiramente os ombros com o comentário. A expressão de alegria da professora ficou séria :

— Creek Zen?

— Sim, professora Kira? — respondeu o mesmo garoto do fundo

— Melhor sair de uma nave espacial do que ter as suas notas.

A sala inteira deu risada, até mesmo Branch:

— Ele só se veste diferente, então sem brincadeiras de mal gosto! Espero que acolham-no muito bem. Sente-se, querido.

Obedeceu prontamente tal ordem. Ocupou um lugar do fundo. Quando o fez; Mili foi mais para o lado, Lola e Ruby sentaram mais na ponta da cadeira, mas a professora não percebeu:

— Bom, meus amores, começaremos recordando o básico de história.

— NÃÃÃÃOO! — reclamou a maioria da sala

PRE-PA-RA!
Que agora ... é hora ...
Da aula de história
É chata
DE-MO-RA!
Eu quero é ir embora!

— Quem quiser ir embora, a porta está aberta! — disse prof Kira parando de escrever na lousa

     O tal de Creek levantou e encaminhou-se para a porta da sala, virou e gritou:

— LIBERDADE E PAZ PARA TODOS!!

   Saiu. A professora levantou o giz na altura dos olhos, parecendo apontar com ele enquanto perguntava:

— Alguém mais? — silêncio repentino — Foi o que pensei! — terminou de escrever seu raciocínio na lousa de caneta — Bom, alguém lembra o motivo de, quando falarmos que o Brasil e a América foram descobertos, colocamos o verbo "descobrir" entre parênteses?

     A mão do aluno novo se fez presente, e a mulher lhe cedeu a fala:

— Porque já haviam povos, até mesmo impérios vivendo nessas terras; sendo assim, não se pode descobrir um lugar onde já tem gente morando, certo?

— E quais os "grandes povos" que habitavam as Américas? — perguntou Suki, levantando a mão

— Astecas, Maias e Incas. — respondeu, como se fosse óbvio

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