Garoto estranho

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     Ninguém fez a seguinte pergunta: o aluno novo gostaria de companhia para lanchar? ... Exceto Poppy. Ela observava como o garoto ia comer sozinho. Era estranho até mesmo o que comia! Nada gorduroso, calórico ou até mesmo com muito glúten, totalmente saudável. Prestando atenção, viu que ... havia uma espécie de corrente em seu pescoço, colocada para dentro da blusa.

— Poppy, você está estranha! — disse Suki

— O que foi? — perguntou Nina

— ... Esse cara é muito esquisito.

— Deixa ele.

Decidida, pegou o lanche e foi sentar com ele. Estranhou quando ela o fez:

— Oi, Branch!

— O que você quer? — perguntou, frio

— ... Te fazer companhia.

— Eu não quero, nem preciso, de companhia!

— Todo mundo precisa. — virou a cabeça, olhando para todos no pátio — É bom ter com quem contar.

— No final vou ser eu e eu mesmo pra resolver o pepino, então não.

— ... O que pepino tem haver com isso?

     Pegou o seu lanche e foi para longe dela, chateado. Poppy, confusa, foi de volta para a mesa de seus amigos:

— Galera, o que ele quer com pepinos?

— Como assim? — perguntou Cooper

— O cara falou que ele sempre fica sozinho pra resolver o pepino ... o que ele tem haver?

— Nossa, Papoula ... — resmungou Suki, cansada daquela característica da amiga

O dia passou o quão normalmente poderia com um aluno como Branch. Para falar a verdade, o problema não era ele. Não atrapalhava em nada. Bem ... não se pode atrapalhar se não chega nem perto de ninguém. Era a pessoa mais antissocial que a escola havia visto. A dúvida de Poppy se sanou na segunda semana de aula. Aquela corrente levava uma chave. Descobriu quando estavam fazendo exercícios da apostila. O garoto tirou-a e ficou mexendo nela, desumanamente concentrado.

— Ele deve ter algum problema psicológico ... — disse Nina, suspeita — ... QUEM COLOCA O FEIJÃO EM BAIXO DO ARROZ!!!?!!

(Autora: Eu 🤣)

— Que exagero, Nina! — retrucou Bitelo, até ver ele colocando café no leite — ELE NÃO GOSTA DE TODDY!!!!?!

— Poppy, o que pegando? — questionou Cooper, inocente e alegremente estranho

A menina brincava com suas batatas e cenouras apoiando a cabeça numa mão. Era estranho ficar tão pensativa:

— O que? Nada. Só tava pensando em convidar o Branch pra nossa festa de sábado.

— Sério!? Mas ele vai me obrigar a colocar o feijão - ...

— Nina, deixa de drama!? — reclamou Suki dando mais uma garfada no espaguete

— De qualquer forma, seria legal ter mais um na gangue das guloseimas. — ponderou Cetim

— Mas não ele! — rebateu Chenile — Ele usa uma camiseta CINZA tão larga que cabe DOIS Branch lá!

— Você exagerando, mana! — colocou as mãos nos quadris

— Não estou!

— Está SIM!

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