Os dois estavam contando os segundos para o Domingo. E as aulas já haviam acabado, então não se viram.
Poppy ainda não estava muito bem. Descobrir seu problema fez com que ele incomodasse-a ainda mais. Doía muito. Colocava dúvidas em sua cabeça.
E, finalmente, chegou o dia.
Logo que almoçou, correu para o quarto. Escolheu cada peça que usaria a dedo. Tomou um banho rápido. Vestiu-se e passou um pouquinho de maquiagem.
Mirou-se no espelho. Não era o que alguém esperaria que ela usasse, mas ... sentiu-se bem. Muito bem, aliás.
A campainha soou justamente quando pegou a bolsa.
— EU VOLTO LOGO! — gritou para os pais enquanto descia as escadas.
Branch era o mesmo de sempre. O cabelo ligeiramente bagunçado. As roupas básicas. Seus olhos azuis hipnotizantes.
Mas a outra estava diferente. Um diferente bom.
Ela havia cortado o cabelo na altura dos ombros durante a semana e pintado de rosa desde a raiz novamente. E cortou a franja rente às sobrancelhas, também.
Usava uma camiseta rosa-clara lisa e sem mangas. Calça jeans rasgada nos joelhos. Tênis pretos. Um agasalho moletom vermelho amarrado na cintura. A bolsa no mesmo tom da camiseta.
De maquiagem, nada além de delineador, máscara de cílios e um pouco de glitter nas bochechas.
— Você 'tá linda.
— Obrigada. — agradeceu, feliz da vida, enquanto fechava a porta e começavam a caminhar.
Eles decidiram ir à sorveteria. Conversaram o caminho todo, fazendo piadas e gracinhas. Nem parecia que haviam brigado – epa, assunto morto.
Pegaram os sorvetes e decidiram sentar numa mureta debaixo duma árvore. Era fresco. Viam os carros passando, conversando.
— (...) Daí eu peguei umas canetas e rabisquei o meu rosto todinho! Demorou uma semana p'ra sair tudo!
— Poppy, o que tinha no seu leite naquele dia!?
— Eu não tinha a maquiagem da minha mãe! Ela não morava com a gente! Não tinha como eu usar maquiagem de verdade!
Riram bastante da situação. O clima estava leve.
Mas tinha uma coisa que a rosada precisava tratar com urgência.
— Bran, eu queria conversar um assunto meio delicado com você. — começou, nervosa.
— Sou todo a ouvidos. — sorriu-lhe, compreensivo.
Revirou seu sorvete com a colherzinha e apertou os lábios numa linha fina, escolhendo as melhores palavras para expressar sua "preocupação".
— ... A gente gosta um do outro. Mesmo que a gente se conheça só faz uns seis meses ... a gente se apaixonou e passou por muita coisa juntos. Confidenciamos muitos segredos bem íntimos.
— Qual o problema?
Respirou fundo. Focou numa árvore do outro lado da rua, como se ela fosse mostrar exatamente onde queria chegar com aquela "conversa". Tomou mais uma colherada demorada do sorvete de morango.
— É que as pessoas geralmente costumam namorar em situações assim. E ... eu quero namorar você. Mas- ...
Interrompeu-se, engolindo em seco. Analisou a própria roupa rapidamente. Suspirou, desanimada.
O moreno estava começando a ficar preocupado.
— Poppy, pode confiar em mim. Você sabe disso. — chegou mais perto — O que aconteceu?
Alguns segundos de silêncio pesado.
— ... Bran, eu não me conheço mais. — falou, desanimada, indicando vagamente a própria vestimenta — Quando você ia imaginar que eu usaria algo assim p'ra um encontro numa sorveteria!?
É. Ela tinha um bom ponto. Realmente ficou surpreso com aquela escolha num primeiro momento.
Mas, no seguinte ... pensou que combinava bastante com ela. Não sabia o motivo, mas era totalmente a cara dela.
— P'ra um namoro dar certo, os dois humaninhos precisam estar bem consigo mesmos. — encarou o próprio sorvete, que já havia derretido — E eu sou uma estranha p'ra mim mesma. E 'tô muito mau por isso.
Sentiu como ele colocava a destra sobre sua mão. O toque era gentil.
O silêncio reinou entre eles. Ansioso. Meio desesperador.
— Você 'tá com medo de acabar se machucando ou me machucando se a gente namorar?
— ... Essa é uma parte do problema. — olhou-o, os olhos marejados — E ... você se apaixonou pela Poppy lerda e "princesinha". E, se eu descobri alguma coisa nesse tempo que a gente passou brigado ... é que eu não sou uma "princesinha".
— Bom ... você quer se descobrir comigo?
Engasgou-se com a própria saliva.
— Como é que é!?
— Talvez eu não te conheça como você me conhece, mas quero muito conhecer! — respondeu, simples — Mesmo que ache que eu não vou gostar do "verdadeiro você" ... me deixa me apaixonar por ele, por favor?
A pergunta foi feita num tom meigo. Na verdade, estava mais para um pedido. Um pedido tão singelo e sincero que lhe era impossível negar.
— ... Claro, Branch.
Mais alguns instantes de silêncio.
— Então ... o que a gente é? — questionou a rosada, nervosa.
— ... Quer namorar comigo, Papoula?
Pela primeira vez em muitos anos, ficou feliz em ouvir seu verdadeiro nome.
— Quero, Branch.
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Palavrinhas rápidas:
E chegamos ao fim do livro!!
Eu sei. É triste. Dá saudade. Mas faz parte.
Gostaram? Riram e choraram bastante junto com este ser aqui do outro lado da tela? Porque eu sim! E adorei esse período de produção 💙
E um aviso:
TALVEZ
Talvez haja um segundo livro deste. TALVEZ. Essa evolução da Poppy deu uma brecha p'ra uma continuação, mas eu teria que trabalhar num enredo que valha a pena e que não fique só enchendo linguiça. Mas não prometo nada.E eu vou dar continuidade ao livro "Monstro ou simplesmente feio". E terminar o "Vampiros e lobisomens". E trabalhar nuns projetos que fiz duma série chamada "Voltron: Defensor Lendário". Isso é certo. Fiquem de olho!!
Beijos e roteiros,
Aliindaa.Vou sentir saudades dessa história 💙
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Trolls|||| Chave para o amor
Fiksi PenggemarBranch, o novo aluno, faz Poppy começar a se questionar sobre alguns assuntos. Ela vai aprender na prática o quanto vale a confiança de alguém, o quanto precisa para quebra-la e a repercussão disso na vida dos dois envolvidos. Capa feita por:...