14 .0 A A L M A D A H U M A N A P E R T E N C E A L Ú C I F E R

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ANALU

Ah, sim.

Eu conheci Azazel, aquele ser desprezível. Ele me perseguira e matara Uriel, quer dizer... se Miguel estava atrás de Uriel, provavelmente ele não estava morto... Minha mente ficou confusa.

— O que ele está fazendo aqui? — Indaguei.

Miguel jogou o demônio contra a parede com força, até me assustei com a brutalidade.

Azazel resmungou baixinho e cerrou os dentes.

— Quero ajudar.

O Arcanjo riu.

— Sim e eu com certeza estou propenso a acreditar em você, não tenha a menor dúvida. — Miguel apertou ainda mais o pescoço de Azazel.

Tinha me enganado. Na verdade, agora de perto dava para perceber quê Azazel não era careca e sim tinha o cabelo raspado rente ao couro cabeludo, seus olhos eram uma mistura de azul com verde e tinha um alargador na orelha esquerda.

Na verdade, o receptáculo dele tinha.

— Gosta de tatuagens, não é mesmo? — Debochei.

O receptáculo anterior de Azazel tinha sido um homem totalmente tatuado, até na cabeça, com piercings ainda por cima.

Eu tinha uma quedinha por homens darks, mas ele não precisava saber disso.

Azazel conseguiu olhar para mim e sorrir.

— Você... precisa... me... escutar. — A voz dele saiu entrecortada pelo aperto de Miguel.

Meu coração pesou.

Tudo bem, Azazel merecia ser morto, aliás, ele era um demônio. Mas... não na minha frente. Não tinha coragem de assistir nenhum porco sendo morto, imagine um homem. Ou demônio.

— Pode falar. — Miguel me olhou como se eu tivesse algum neurônio a menos.

Talvez fosse verdade, mas cheguei mais perto dos dois e encarei Azazel.

— Antes, no entanto, preciso saber por quê quer ajudar.

Ele olhou para Miguel e depois de segundos o Arcanjo já estava se afastando de seu corpo. Azazel tossiu e ficou sob os calcanhares. Ele estava usando um sobretudo preto e uma calça jeans, junto com o tênis vermelho.

— Por Abaddon. — Finalmente levantou-se e estralou as costas, fazendo vários ossos voltarem ao lugar. — Ele está do lado de Uriel e estou desconfiando de que quando Lúcifer voltar ao Céu... não nos levará junto.

Baixei os olhos, lembrando de como Abaddon tentara me ajudar. Ele, por mais que também fosse um anjo caído, não merecia estar preso.

— Como é que é? — Miguel colocou a espada na bainha e cruzou os braços. — Voltar ao Céu? Desde quando Lúcifer poderá voltar ao Céu? Enlouqueceu?

Azazel tossiu mais um pouco.

— Quem enlouqueceu foi você, Arcanjo. — Respirou fundo. — Lúcifer já tinha bastante poder e com Uriel...

— Quem disse que Uriel vai ajudá-lo? — Miguel engoliu em seco e olhou para mim de soslaio. — Eu vi. Ele mudou. — Admitiu a contra-gosto.

Azazel foi diferente. Ele me fitou intensamente.

— A alma da humana pertence a Lúcifer. Quando ela foi para o Inferno, ele fez isso. E está ameaçando a vida dela e do Anticristo, para que Uriel o ajude. Você tem alguma dúvida do que irá acontecer, Miguel?

Eu queria desesperadamente falar alguma coisa. Pelo menos me defender, embora não soubesse do quê. Mas minha língua parecia pesar toneladas e minha respiração descompassada.

Minha alma ao Diabo? Jesus... essa ideia fez minhas pernas ficarem molengas.

— Bem, isso irá mudar. Estou levando-a ao Inferno comigo. — Miguel cruzou os braços.

Como se ele estivesse bem a vontade num beco, conversando com um demônio.

Essa ideia ainda me faz ter arrepios e meu estômago dar voltas pelo ar.

— Dane-se. — Azazel deu de ombros como se não se importasse. — Danielle irá te matar quando chegar lá, mas talvez eu possa ajudar a humana a resgatar Uriel. Por isso eu trouxe a sua espada.

Das costas, reconheci quando ele puxou a espada de Uriel e me entregou. Eu a segurei, como se não pesasse nada.

— Tenho de ir. Nos encontramos nos portões do Inferno, Miguel.

Ele desapareceu, deixando-me olhar para nada além da parede onde antes estava.

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Espero que gostem :3

Bjocas da Gótica Suave :)

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