18 . 0 P R O V A V E L M E N T E D E M Ô N I O S

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ANALU


Miguel nem pediu para mim ficar ali em cima, ele simplesmente puxou a espada da bainha e correu para baixo.

Cavalheirismo em primeiro lugar. Sempre.

Não dando tempo ao meu cérebro para paralisar, fui atrás dele com meu coração se acelerando somente com a ideia de um ser maligno estar na minha sala. Quando Miguel parou subitamente, choquei-me contra seu corpo musculoso.

— Ai. — Massageei a cabeça.

Mas ele nem olhou para trás.

Dei um passo para o lado e quase tive um ataque cardíaco. Christopher estava ali. Sentado normalmente no sofá como se estivesse aproveitando a vista.

— Oi.

— Samael. — Miguel cuspiu no chão... e Bob lambeu com satisfação. Eca, que nojo. — Duas visitas de demônios no mesmo dia? Quanta honra.

Samael encheu o peito com oxigênio.

— Miguel.

— Christopher...? — Minhas mãos estavam suando.

Pareceu idiota, mas não era aquilo que eu verdadeiramente estava perguntando. Era para sair parecido com: "onde ele está?" ou "Chris ainda está consciente? Quando você sair, ele vai se lembrar do que aconteceu?"

Miguel e Samael me olharam como se eu estivesse atrapalhando a conversa com burrices.

Mas... ah, eu não estava! Podia ser uma humana fraca e ridícula perto dos dois, mas possuía inteligência.

Quando ela queria colaborar, mas possuía.

— Bem, Azazel mandou-me para entregar isso. — Apontou para a espada, que reconheci sendo a de Uri, ao seu lado no sofá. — Desculpe se roubei o corpo do seu namorado, mas foi preciso.

Um demônio pedindo desculpas? Estava aí uma coisa que não pretendia ver tão cedo.

Me senti um tanto confusa — desorientada por estar ainda perto de um arcanjo e um demônio quê não estavam se matando —, e franzi o cenho.

Miguel guardou a espada na bainha e cruzou os braços.

Era boa a sensação de estar protegida pelas montanhas de músculos.

— Para quê a espada? — Perguntei.

— Como você é lenta, humana. — Samael sorriu, confortando-me. — Como você vai resgatá-lo, nada melhor que ir com a espada do Arcanjo. Além do mais, você poderá entregar para ele quando o próprio estiver livre.

Senti minhas bochechas corarem de vergonha.

Por quê eu não pensava antes de perguntar? Quê. Droga.

— É só isso? — Miguel passou a mão pela nuca, rangendo os dentes. — Acho então que você já pode deixar o humano em paz, não é? E nós também.

Samael fez uma reverência debochada.

— É. Tenham cuidado, o Inferno está mais perigoso visto lá de dentro. — Muito calmamente, ele saiu pela porta do vidro aberta. A qual tinha sido quebrada por Azazel, mas agora estava inteira novamente.

Lancei um olhar desconfiado para Miguel.

— Ele sempre foi mais sentimental que os outros anjos, e agora, provavelmente demônios. — Miguel sorriu, como se explicasse tudo.

Mas não chegou nem na metade.

Fechei os olhos e guardei mais essa informação no caixa-forte que era a minha cabeça. Fui para a cozinha e coloquei dois pacotes de macarrão instantâneo para cozinhar.

Era pouco e pobre, mas o mais rápido a se fazer.

Meu estômago estava roncando e já podia sentir meus olhos se fechando e minha mente ficar aérea.

Miguel sentou-se na mesa e ficou desenhando com o dedo as flores da toalha.

— Você queria saber o que aconteceu desde sua ida ao Inferno, não é mesmo? Então vou começar antes que mais alguém atrapalhe, Analu.

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Espero que tenham gostado :3

Bjocas da Gótica Suave :)

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