Capítulo 3: A vingança é plena

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Capítulo 3: A vingança é plena

Cinderela

                Depois de um dia extremamente desastroso, cheguei em casa bem cansada, e quando entrei em casa meu pai estava me esperando sentado no sofá, eu o olhei e disse:

— Estou subindo! — Ele se levantou.

— Espere minha filha! Quero conversar com você.

Eu estava no primeiro degrau da escada, então recuei e fui em direção ao sofá vermelho de camurça que a Cruela tanto desejou quando veio para cá, até que ele era confortável. Me sentei e olhei em direção ao meu pai, dei um leve sorriso de cansaço.

— Fale. — Meu pai se sentou no sofá na minha frente

— Fiquei sabendo que brigou com uma menina por causa de um garoto. Você gosta dele?

Meu queixo caiu, fala sério que ele estava achando legal eu ter brigado na escola, e ainda me perguntar se eu gosto daquele idiota, olhei pra cara dele e não sei se conseguia esboçar alguma reação.

— Fala sério pai! A garota era uma idiota e nem fui eu que comecei a briga, e o garoto é namorado dela e não tenho nada com ele, se era isso, por favor, irei subir. Piorou meu dia! —  Meu pai riu

— Nunca imaginei que minha filhinha iria brigar na escola por causa de garotos, apesar de que com o gênio que herdou da sua mãe, com certeza você ganhou a briga. Estou feliz por você brigar por garotos! — Eu dei uma risada bem irônica.

— Se queria saber sobre a minha opção sexual era só perguntar, não precisava ansiar um momento desses para ter certeza dela papai! Enfim, valeu por não brigar comigo. Tchau.

Sai correndo e subi as escadas, ouvi meu pai dizer de longe que o garoto iria ser meu para eu não chorar, eu sei que ele estava sendo sarcástico, algo que ele era muito antes de minha mãe morrer, ele era o pai mais implicante e perturbado do mundo, e eu adorava isso e minha mãe também, isso fazia eles rirem ou brigarem muito. Por fim, cheguei em meu quarto celestial, fechei a porta e falei em alto e bom tom: — Adeus mundo cruel!

Ri comigo mesma. e fui direto para meu banheiro, quando me olhei no espelho refleti sobre começar a usar um pouco de maquiagem, pois realmente eu seria menos zumbi se fizesse isso. Não demorei muito e entrei no boxe e quando abri o chuveiro com a água bem gelada, não me contive, apenas entrei logo debaixo dele, nesse calor dos dias atuais nada era melhor do que um banho bem gelado. Deixei a água cair em minha cabeça e descer por todo o meu corpo e então comecei a refletir sobre meu dia, aquele garoto me deixa nos nervos, mas aquela Karol merecia uma boa lição. Comecei a dar risadas maléficas sozinha no banheiro, fazia um tempo que eu não roubava o namorado de ninguém, acho que está na hora de meus hormônios receberem uma atenção especial. Eu nunca gostei de brigas sem sentido, então eu precisava fazer aquela briga ter algum sentido, e ela só teria um sentido se eu realmente quisesse o namoradinho dela. Então, me ajoelhei no boxe, deixei bastante água cair em minha cabeça, fechei meus olhos e bati com minha cabeça no azulejo da parede do banheiro, eu estava cansada e com muita raiva, jurei a mim mesma que aquela garota iria me pagar por me fazer passar por uma situação tão grotesca, eu juro dessa vez eu não irei fazer nada de bom. Quando abri meus olhos já estava me sentindo ótima, amanhã eu vou arrasar!

                Noite passada eu dormi como um anjo e me sentia muito bem, quando chegou a hora de acordar eu não deixei me atrasar, levantei e me arrumei toda, melhorei minha cara de zumbi com um pouco de maquiagem, meus cabelos estavam macios e cheirosos por causa do banho de ontem, não tinha roupas de patricinha, mas tinha boas roupas, e elas com certeza fariam um bom trabalho. Coloquei o meu jeans justo rasgado, minha blusa gipsy azul de mangas longas e que deixam meu ombro aparecendo, coloquei meu cordão de cruz e também usei meu all-star de couro branco, e quando me vi achei que eu estava completamente perfeita porém, notei que minha mochila parecia um ninho de ratos, bagunçada, cheia de broches das minhas bandas favoritas, percebi que isso não combinava com meu "look do dia". Dei uma risada para mim mesma e refleti sobre o quanto era engraçado a minha genuína vaidade e o fato de que hoje aquela patricinha de brechó iria me pagar. Sai do meu quarto e fui em direção ao quarto da Cruela, sabia que aquela vaca não acorda antes de meio dia e ainda eram seis e meia da manhã, entrei de fininho em seu quarto e a observei pra ver se ela realmente estava dormindo, em seguida fui direto ao que interessa, o closet! Peguei uma bolsa da Victor Hugo de couro branca, uma beleza de bolsa, deveria ter custado muito caro. Dei uma risadinha e sai de fininho, quando cheguei em meu quarto coloquei todos os meus bagulhos dentro dela (não leve muito a sério os bagulhos, nesse tempo eu não aderia à maconha e nem a outros tipos de refúgios ilícitos, eram apenas as minhas coisas de escola que viviam bagunçadas). Coloquei em meu rosto um óculos de sol  Ray-ban aviador e desci as escadas correndo, peguei meu capacete de moto em cima da mesa de jantar da sala e sai correndo, subi em minha BMW e meti o pé no acelerador pra chegar bem antes do sinal bater. Cheguei em dez minutos no colégio, e quando tirei o melu capacete fiz  exatamente como nos filmes de besteirol americano, joguei o meu cabelo pro lado por cima do meu ombro direito,olhei para os lados e a única diferença  que teve é que no filme a menina sempre dá aquele meio sorriso que diz o quanto ela sabe que é linda e diva, bom eu não dei aquele sorriso de lado, preferi manter a minha postura  de "marrenta popozuda", brincadeira só o marrenta, também não aderi ao funk carioca. Fiquei rindo mentalmente de mim mesma, e do quanto seria engraçado se eu tropeçasse exatamente na frente do Noop, que mico! Seria uma ótima comédia romântica, enquanto pensava nessas besteiras idiotas, senti uma presença do meu lado, e quando olhei encontrei a Gabriela, com um sorriso em plena manhã, ela disse:

4 Amigas e os Passos de CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora