Capítulo 15: Segredos e Desejos
Bruno
"Na maior parte das vezes, aquilo que você mais quer é aquela coisa que você não pode ter. O desejo nos parte o coração, nos esgota. O desejo pode ferrar com a tua vida. E por mais duro que seja querer muito uma coisa, as pessoas que sofrem mais são aquelas que sequer sabem o que querem." (More Grey's Anatomy")Não fomos para a casa dela, lá não era o lugar ideal para ter a primeira noite juntos. Não posso negar que deixei de pensar com clareza naquele momento, eu sei que ali a única coisa que eu queria era sentir o seu corpo nu sobre o meu, abraça-lo e beija-lo como se nunca pudesse perde-lo, como se ele fosse meu.
Ao chegarmos ao meu apê não tivemos tempo para conversar sobre as consequências de nossos atos, nossas mãos não estavam sendo mais guiadas por nossos cérebros e sim por nossos instintos. Deitei-a no chão de minha sala e a beijei seu pescoço com muito ardor, meu pau pulsava forte e o meu corpo ardia como em um dia torrando na praia. Senti as suas mãos pouco delicadas arrastarem minha bermuda para meus pés, sua mão deslizava por todo o meu corpo, apertando e alisando com uma vontade tão intensa que eu sentia vontade de gemer para ela. Entrelacei uma de minhas mãos em seus cabelos e puxei-os com força enquanto a ouvia suspirar, ela já estava toda molhada, seu rosto era vivo e cheio de tesão, então levei minha outra mão para a sua vagina, tão quente que ao sentir o líbido suspirei alto em seu ouvido e ela me retribuiu com o sorriso mais safado que já tinha visto. E por um instante virei seu refém, ela se deitou por cima de mim e prendeu suas pernas em minha cintura, alisei suas coxas enquanto ela me desafiava a tirar lentamente a sua blusa de botão, quando enfim vi seus seios não pude conter a insanidade de pega-los com minhas mãos e massagea-los e aperta-los, então ao cometer minha insanidade ela sorriu para mim e sussurrou:
— Que maneira sútil de se comunicar comigo Bru! — Então ela abriu seu largo sorriso e ousou a lamber minha orelha. Meu pau pulsava contra seu corpo e eu sabia que ela adorava isso.
— Pois é, não dá para ignorar você em cima de mim. — Dei um meio sorriso e ela arranhou o meu peitoral com muita violência.
— Que delicado você heim! — Ela ri debochadamente e fica de pé na minha frente.
— Você é um menino muito mal Bru, merece um castigo. — Seu meio sorriso safado ao descer lentamente seu short me deixa alucinado. Nenhuma mulher conseguia me dominar desse jeito, nem no dia a dia e muito menos na cama. Sempre gostei de mandar, mas ela é tão desafiadora e isso me deixa mais excitado do que o normal. Ela coloca seu pézinho delicado na minha bochecha e ri com um ar de chefe.
— Não gosto de obrigar ninguém a satisfazer os meus desejos, mas eu adoro instiga-los a fazer. — Sua boca atrevida e seu batom vermelho me deixam louco. Ela pula por cima de minha cabeça e ri debochadamente para mim, então se encosta na parede com seu sutiã de renda branco e sua calcinha minuscula vermelha.
— Não estou mais em cima de você, vamos ver se me ignora agora! — Ela passa a língua por cima dos lábios num instinto desafiador. Ela não tem ideia de que homem eu sou na cama.
Me levanto do chão determinado a satisfazer todos os seus desejos, deslizo minha cueca por minhas pernas e mostro para ela o que há de melhor nesse mundo. Ela me manda um sorriso safado e eu a empurro contra a parede, o meu pau sempre sabe o caminho e ele contrai e se desliza por cima da rendinha vermelha. Seguro uma de suas mãos e falo em seu ouvido com meu hálito quente:
— Está bom assim minha rainha? — Sinto seu corpo estremecer e se arrepiar. Mordisco de leve a ponta de sua orelha e ela responde ofegante: — Pode ficar muito melhor. — Ela desliza uma de suas mãos pelo seu corpo e coloca a sua rendinha vermelha para o lado, em seguida ela empurra o meu pau para dentro de si. Tão quente e tão molhada, na primeira estocada eu a ouço gemer bem alto. Suas unhas deslizam freneticamente em minhas costas e eu a agarro e a levo para minha cama. Quando a joguei na cama, um surto de realidade me acometeu e eu me lembrei de pegar uma camisinha na gaveta de meu criado mudo, ao lado de minha cama.
Tivemos a noite mais longa do mundo, nunca senti tanto prazer em transar com alguém, a Mariana não era como as outras mulheres, ela me desafiava e isso me deixava com mais vontade de transar com ela. Eu nunca fiquei tão maluco por alguém, e me concentrei muito para demorar a gozar e fiz com que ela chegasse ao ápice de seu prazer. Ao terminarmos deitamos um ao lado do outro na cama, suados e ligeiramente cansados, liguei o ar condicionado para nos refrescarmos. Depois de meia hora em um longo silêncio, ela quebra o gelo.
— Estou com fome, tem algo para comer aqui? — Ela se vira para mim e fixa seu olhar no meu. Eu não consigo conter minha risada.
— Por acaso você leu meu manual de instruções? — Pergunto sendo ironico.
— Não, você tem um? — Surge um leve sorriso em seus lábios, e eu fico feliz por ela estar ali comigo.
— Não, não tenho um. Mas é que sempre me dá muita fome depois do sexo, são raras as mulheres que sentem fome também. — Digo fixando meu olhar nos dela.
— Ahh, faço parte daquelas que gostam de comer e dormir após o sexo. — Ela diz.
— É, você com certeza leu meu manual .— Dou um sorriso e vou buscar uma pizza para nós.
— Onde está indo? — Ela questiona.
— Fazer algo para comermos, pizza! — Respondo já na cozinha.
— Tudo bem. Precisa de ajuda? — Grita.
— Não, já vem pronta. Graças a Deus! — Dou uma risada comigo mesmo. Ao voltar para o quarto escuto a água do chuveiro caindo.
— Como você é abusada heim. — Observo a água cair sobre seu corpo e ela balança a sua cabeça como se estivesse em uma cachoeira, Ela joga água para todos os lados do banheiro.
— Não sou abusada, sou limpa. Me desculpe se as mulheres que você trás pra sua cama costumam sair sem banho. — Ela diz continuando a jogar água em mim.
— Pare de me molhar, preciso ver a pizza! — Grito.
— Ataaaaa! Então você que é o porco da relação. Hmmm. — Ela da gargalhadas debaixo d'água.
— Claro que não sua idiota. — Me defendo.
— Então venha tomar um banho ué. — Ela ri e me chama com o dedo. Não resisto a todo esse charme, entro no box e me jogo junto com ela para baixo da água. Sinto meu corpo esfriar na água gelada e uma leveza invadir minha alma.
— Viu, Bem melhor assim. — Ela me da o sorriso mais doce e sincero que eu já vi. Provavelmente se fosse uma outra mulher eu não estaria tomando banho junto com ela, deixaria que ela se arrumasse e torceria para que ela fosse logo embora, porém eu gostava de estar ali com a Mari, gostava de conversar com ela e tomar um banho depois do sexo ao seu lado. Ela me tornava um homem diferente, e eu temia isso.
— Com certeza. — Concordo e a beijo. Não um beijo de sedução e cheio de desejos, mas um beijo de segredos. Aquele beijo foi como um segredo sendo revelado, ali eu dizia que gostava dela, gostava mais do que eu podia imaginar.
Terminamos o banho e dei a ela uma de minhas blusas para ela não ficar andando pelada no meu apê, a pizza de calabresa não demorou muito para ficar pronta e nós a comemos sentados na cama assistindo Supernatural, uma série de demônios da Warner, que por acaso nós dois gostamos.
— E então, estou aprovada? — Ela me questionou após ter comido três pedaços de pizza.
— Não entendi. — Respondi comendo o meu quarto pedaço.
— Sou suficientemente boa de cama? — Ela me fita ao me questionar.
— Por que quer saber isso? — Fico intrigado.
— Ué, você já fez sexo com muitas mulheres, você é um homem indicado para dizer se sou boa ou não na cama. — Ela responde com tranquilidade e clareza.
— Não vou te responder isso. — Digo decidido.
— E por que não? — Ela arregala os olhos ao me perguntar.
— Porque eu não quero que saia daqui se achando a profissional do sexo. — Respondo seriamente e ela começa a rir.
— Acha que realmente me importo com isso? — Mais uma vez ela me desafia.
— Se não se importasse não perguntaria. — Constato.
— Era apenas uma forma de saber se você gostou. — Ela se levanta para pegar mais coca-cola que está no chão.
— Quer mais? — Ela pergunta ao levantar a garrafa de coca-cola, e eu apenas nego com a cabeça. Ela volta a sentar ao meu lado com o seu copo de coca-cola e volta a prestar a atenção na televisão. Em seguida eu desligo a televisão e atraio o seu olhar questionador para mim.
— Antes que me pergunte porque eu desliguei a TV, saiba que eu adorei fazer sexo com você. Eu posso ter fama de pegador, mas não tenho de mentiroso. Você foi a melhor transa que eu já tive. — Fixo meu olhar no dela, e eu sinceramente não sei o que esperar depois de minha confissão. Apenas a observo calado, ela me sorri com gentileza e segura a minha mão. E no exato momento em que digo essas palavras, me arrependo.
— Obrigada. — Ela diz com um sorriso alegre no rosto. Coloca a sua coca-cola no criado mudo ao lado da cama. Me empurra fazendo com que eu me deite na cama, e em seguida ela bate três palmas desligando todas as luzes de meu quarto. E ali no escuro e no silêncio ela me abraçou fortemente, e pela primeira vez uma mulher dormiu em meus braços.
Tive um sono pesado durante a noite, acho que nem sonhei, mas acordei subitamente as sete horas da manhã com um som da porta da sala se abrindo. Olhei para a Mariana que dormia um sono de anjo e não a acordei, levantei-me da cama e notei que estava apenas de cueca, coloquei uma bermuda e fui atender minha mãe, que provavelmente estava me procurando pela casa.
— Oi filho! — Diz ela com seu sorriso contido nos lábios. Por mais que a maquiagem fosse boa, dava pra notar que minha mãe não dormia muito bem, e que provavelmente andou chorando pelos cantos.
— Oi mãe. — Digo sem muito entusiasmo. Ela abre a geladeira e a observa por alguns minutos.
— Você só tem comida besteira, vou falar pra Maria vir mais vezes e preparar coisas mais saudaveis pra você. — Sua voz soa pensativa e preocupada.
— Não precisa, estou bem saudavel. — Retruco e ela me abraça com seus olhinhos apertados, sei que ela não está bem, sei que sua vida não é fácil, mas não consigo aceitar que ela não queira lutar por uma vida melhor, não consigo parar de pensar no quanto ela tem sido egoista, e por mais que eu ame minha mãe, não sinto vontade de ficar perto dela. Tento não me desviar de seu abraço e faço o possível para que ela se sinta abraçada, mas sei que ela sabe o quanto isso é difícil pra mim. Andamos para a sala e ela se senta no sofá, fico parado por um tempo, hesitante, antes de me sentar ao seu lado.
— Seu irmão está bem. — Ela diz calmamente, mas sei que está hesitante em me contar isso. Eu e meu irmão estamos brigados, ele é tremendo burro e eu não suporto conviver com ele.
— Que bom. — Digo sem nenhum tom de felicidade ou contentamento.
— Eu e seu pai queremos que jante conosco hoje, sei que as coisas tem sido muito complicadas pra você, mas ... — ela hesita antes de completar a frase e então respira fundo e continua. — amamos você. — Ahhh, como amam! Minha família poderia ganhar um prêmio pela família mais unida e amada que somos. Sim, estou sendo amplamento ironico em meu pensamento. Minha mãe e meu pai são um desastre de casamento, meu irmão mais velho é um puto que só vive bebendo e provavelmente se drogando por aí, e é claro todos da família ainda dizem que eu sou o revoltado por viver sozinho em meu apê desde os quinze anos. Toda a família diz que meus pais me educaram mal e me mimaram muito, todos amam o drogado do meu irmão, e eu? Sou o revoltado. Tento não desabar todas essas palavras de meus pensamentos em minha mãe, sei que ela é frágil e depressiva, mas como eu queria que ela fosse menos egoísta e tivesse pensado mais em mim e no meu irmão. Enfim, contorço o meu corpo ligeiramente e digo tranquilo:
— Irei pensar sobre isso. — Minha mãe coloca sua mãe em minha coxa e sorri gentilmente. Faz anos que eu não vejo meu pai, e não quero me recordar da última vez que vi meu irmão.
Então, quando minha mãe começa a se levantar do sofá, a Mariana aparece na sala, vestida com um de meus blusões, seus cabelos lisos estão um pouco despenteados, mas ela continua infinitamente linda. Seus olhos despertam quando ela encontra o rosto de minha mãe na sala, e então numa tentativa desesperada de sair dali, ela diz: — Ohh! Me desculpa, não sabia que tinha chegado alguém. — Ela se vira e tenta retornar para o quarto, mas é em vão. Minha mãe fica impressionada por ver uma menina em meu apê, sim nunca trago mulheres para cá, principalmente porque alguns tios ainda diziam que provavelmente eu era gay porque era o único a nunca estar acompanhado de mulheres, nunca me importei com isso, aliás era uma forma interessante de deixar meu pai puto, ele jamais admitiria um filho gay, aquele intolerante bronco do meu pai.
— Olá! — Diz minha mãe segurando com suas mãos frias as mãos de Mariana. Ela sorri tão gentilmente e vejo que uma alegria brota em minha mãe. — Sou a mãe do Bruno, Helena. — Minha mãe se apresenta com tanto carisma que fico impressionado. A Mariana olha para mim como se esperasse que eu desse a ela algum sinal, um sinal de aprovação ou algo do tipo, mas eu apenas fico observando tudo acontecer.
— Sou Mariana, bom .. sou amiga do seu filho. — Ela profere as palavras esperando que eu as confirme ou dê a ela alguma coisa que a deixe mais segura, porém não há nada que eu possa falar ou fazer.
— Bom, fico feliz em saber que meu filho tem uma amiga. — Diz minha mãe contente, mas profere a palavra amiga embargada de segundas intenções, talvez agora ela esteja planejando o meu noivado mentalmente. Oh my God! É o que penso.
— Obrigada. — A Mariana dá um sorriso mais leve, e então minha mãe nos convida para um café. Não tinha reparado que ela tinha posto a mesa, acho que notei sua presença em casa muito tarde.
Sentamos a mesa do café, uma mesa abarrotada de coisas deliciosas, eu estava cheio de fome e a Mariana também não hesitou em comer tudo o que tinha vontade. Minha mãe apenas ficava observando nós dois, com um olhar cheio de perguntas do tipo: Vocês estão juntos? Vão namorar? Ahhh, um dia espero que vocês se casem! Gosta dela realmente meu filho? Será que ela vai te fazer bem? Sei que por mais frágil que minha mãe seja e por mais que a depressão tenha a levado para um lugar onde eu nunca consegui habitar ou entender, a minha mãe estava contente ali, e eu jamais imaginaria que me ver com alguém iria faze-la tão feliz. Por horas minha mãe conversou com a Mariana, perguntando coisas sobre ela, e elas acabaram se dando muito bem. Minha mãe a convidou para o jantar da nossa família, e então a Mariana ficou subitamente sem reação.
— Bom, teremos um jantar hoje de família, talvez você quisesse ir com o Bruno. — Diz minha mãe abrindo um sorriso feliz. Ela sabia que se a Mariana falasse que sim, eu jamais poderia deixar de ir no jantar, o que provavelmente tinha 99% de chances de acontecer.
— Bom, eu não sei, é algo de família e não quero ser inconveniente. — Ela diz me olhando sem saber o que responder pra minha mãe, eu noto que seu único objetivo é não me forçar a nada. Ela não quer se tornar de uma hora pra outra a minha namorada, ela sabe das minhas dificuldades e tenta respeitar os meus limites. Então eu a salvo.
— Vamos comigo Mariana? — Meu olhar encontra o dela, ela sorri gentilmente para mim e sei que ficou feliz em ser convidada.
— Tudo bem. — Ela sorri para mim e para minha mãe, que agora demonstra estar mais feliz ainda. Quem sabe esse jantar não seja assim tão desastroso?
Minha mãe se despede entusiasmada, e fala repetidamente o horário do jantar para que eu não me esqueça, ou melhor para que a Mariana não se esqueça. Nos despedimos dela e então a Mariana se arruma para ir pra casa.
— Bom, eu te levo em casa. — Digo.
— Não precisa, posso pegar um táxi. — Ela diz se olhando no espelhando e penteando os cabelos.
— Eu deveria ter te deixado em casa ontem, mas não fiz, então te deixarei em casa e te buscarei as 18 horas. — Ela se volta para mim com um olhar enigmático.
— Está querendo mesmo que eu vá nesse jantar com você? — Sua pergunta me pega de surpresa, pensei que tivesse sido claro quando a convidei.
— É óbvio, eu te convidei pra ir comigo. — Respondo automaticamente.
— Ah, pensei que fosse apenas na frente da sua mãe. — Ela responde em um sorriso.
— Já disse que não minto. — Retruco.
— É, eu sei. — Ela solta um sorriso contente. Termina de pentear os cabelos e coloca sua bolsa no ombro.
— Vamos? — Ela pergunta parada em frente a porta de saída. Me pego dando um sorriso.
— Claro.
Deixo a Mariana em casa as dez da manhã, seu irmão me dá um meio sorriso ao meu ver, e ela se despede com um beijo em meu rosto. Não fico desapontado, e até entendo isso, mas me senti estranho na hora.
Meu dia estava sendo maravilhoso, deitado no sofá comendo ruffles e assistindo Two and Half Man, quando meus estúpidos amigos batem a minha porta. Noop, Lucas e Phelipe. Os babacas pegam a minha ruffles, abrem a minha geladeira e acabam com a minha coca cola e com o meu chocolate. Enfim, que merda de amigos eu arrumei.
— Queremos saber a verdade. — Constata Lucas.
— É essa porra aí mesmo, que história é essa de você ter passado mal e vindo pra casa sem se despedir da gente ontem? — Fala o Noop num tom de desconfiança pura.
— Eu disse por mensagem, eu senti fortes dores no estômago. — Falo sem ser nada convincente.
— Vocês fizeram sexo? — Pergunta o Phelipe acabando com o meu chocolate inglês.
— Eu e meu estômago? Não, acho que não. — Respondo num tom irônico.
— Ah para, a Locked me garante que sim. — Diz o Lucas em tom de risada. Meus olhos se arregalam quando penso na minha vaca oriental preferida.
— Locked! Tenho que matar ela! — Digo tentando fingir estar irritado, Na verdade estou agradecido, e sei que ela sabe disso.
— Transou ou não transou? — Pergunta o Noop claramente bebendo mais um copo de coca cola.
— Sério, andar com as meninas tem feito mal pro nosso grupo. Vocês estão virando umas porras de fofoqueiros. — Falo sério.
— Nem vem Bruno, até parece que você zuando pros moleques dizendo que sou punheteiro nato. — Diz o Phelipe e inevitavelmente todos riem. É verdade que falo isso, mas é só pra descontrair.
— Tudo bem, em forma de perdão eu digo que diferente de vocês três, eu sou um bom comedor! — E todos me mandam tomar no cu.
— Mas, sério. Isso vai virar uma novela. — Reflete o Noop.
— Já virou. — Fala o Lucas rindo.
— Ela vai num jantar da minha família comigo, hoje a noite. — Desabo para eles minha maior preocupação no momento. Tento me mostrar controlado, mas eles sabem o que eu passo. Depois de um silêncio gélido, o Phelipe me dá um tapa na perna e diz:
— Eles vão amar ela! Você vai deixar de ter fama de gay, preparado para isso? — Ele diz em tom de brincadeira e me deixa animado.
— Aiinnn, acho que não benzinho. — Respondo acariciando o braço dele e todos começam a rir.
— Não faz assim, porque do jeito que o Phelipe tá carente ele não vai rejeitar. — Fala o Lucas em tom de sacanagem. O Phelipe joga uma almofada na cara dele e manda ele "tomar no suco de caju, agua mineral, hula hula é um real." Depois que o Phelipe aprendeu esse trocadilho carioca, ele não para de cantar. É engraçado.
A tarde toda foi assim, jogamos Call of Duty no XBOX a tarde inteira e rimos das palhaçadas um dos outros, as quatro e meia da tarde eu fui tomar meu banho. Coloquei meu terno da Armani e não hesitei em usar meu perfume Armani Code ultimate, eu adoro esse perfume. Conclui que estava extremamente elegante, e espero que a Mariana tenha se vestido para a ocasião da mesma maneira, apesar de que minha mãe avisou várias e várias vezes de que era um jantar elegante. Fui até a sala pra mostrar a minha versão mais sedutora e elegante de mim mesmo. É claro recebi muitos elogios, só que não né? Essas porras desses moleques só sabem me azucrinar a mente.
— Tá se sentindo o Cronaldo esse troço! — Diz o Lucas em uma risada. (Cronaldo - Abreviação de Cristiano Ronaldo)
— Devo confessar que sou muito mais atraente que ele. — Falo em um tom superior.
— A Mariana já está acostumada com seus trajes maltrapilhos, acho que ela vai ficar impressionada em te ver menos pior. — Conclui o Noop de sacanagem.
Por fim eles vazam do meu apé e eu vou ao encontro da Mariana. As 18 em ponto toco a campainha de seu apartamento. Uma empregada me entende e pede para que me sinta a vontade que ela já virá em meu encontro. Sento-me no sofá de sua sala, e fico ali olhando alguns porta retratos, analisando a arquitetura da casa, e então depois de alguns segundos seu irmão Miguel aparece na sala com um sorriso de recepção.
— Olá Bruno. — Diz ele apertando minha mão.
— Olá Miguel, obrigado por me receber. — Digo em um tom educado e respeitador. Ele pede para que me sente, e nós dois nos sentamos ligeiramente próximos um do outro.
— A Mariana deve demorar alguns minutos, sabe como são as mulheres. — Ele diz.
— Imaginei que isso pudesse acontecer. — Digo refletindo sobre o assunto atraso.
— Então, pelo visto esse jantar é bem elegante mesmo. — Ele inicia uma conversa novamente tentando quebrar o gelo.
— Sim, minha família tem uma queda pelo glamour e o bom vinho. — Falo sem querer me mostrar muito arrogante, mas acho que não consigo.
— Compreendo. — Ele relata por fim. E então surge a Mariana na sala, com um vestido vermelho longo, belíssimo. Seus cabelos estão soltos, mas possuem um toque de brilho e uns cachos soltos fora do normal. Ela está realmente deslumbrante. O vestido é apertado por todo o seu corpo e valoriza grandiosamente seus seios. Seu decote não é muito grande e então noto que suas costas estão de fora, ela segura uma bolsinha pequena de cor preta, e me sorri genuinamente quando me vê,
— Desculpe a demora. — Ela diz em seguida.
— Tudo bem, valeu a pena esperar. Você está magnifica. — Digo em um tom de brincadeira pela palavra ser tão rebuscada. Seu irmão fica a observando e constata o mesmo que eu.
— Estou fascinado irmãzinha. Você sempre se supera. — Diz ele com os olhos fixos nela.
— Obrigada. — Ela solta um sorriso envergonhado e nos caminhamos para a saída.
Chegar a casa de meus pais demora um pouquinho e nesse meio tempo eu não consigo falar nada para ela, ela está tão linda, e eu queria repetir isso várias vezes, mas não me parece muito sensato.
Chegamos no jantar um pouco atrasados, toda a minha família já se encontrava lá, em seus trajes altamente caros, com copos de champagne na mão e rindo de piadas puramente sem graças. Todos me olham abruptamente quando notam a minha presença, minha mãe está em um vestido longo preto conversando com meu tio quando me vê na porta do nosso grande salão. Seu sorriso se abre de uma felicidade que não via há muito tempo, ela vem em minha direção e nos acolhe com uma felicidade jamais esperada. Todos nos fitam impressionados, primeiro pela minha presença em algum jantar da família, e segundo pela deusa que me acompanha.
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4 Amigas e os Passos de Cinderela
RomanceEssa é uma obra sobre uma menina de 18 anos que vive na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ela perdeu a mãe aos 15 anos e sofre uma certa revolta com o casamento do pai com uma mulher bem mais nova. Ela era bem retraída e revoltada, mas sua vida muda com...