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Christian

Há 6 meses que ela se foi deixando-me com os meus filhos, 1 ano do meu acidente. O Theo não pergunta pela mãe, diria até que nunca sentiu a falta dela, a pequena Ebe nem deu por nada. Nos primeiros dias admito que foi dificil, mais pela minha pouca mobilidade pois andar de cadeira de rodas numa casa não preparada para tal é muito dificil mas graças a Deus tenho bons amigos que me ajudaram. Eu digo bons amigos quando os considero irmãos, são um casal espectacular que se mudou para a casa ao lado da minha 1 semana antes da Elena ir embora, a Mia e o Elliot, 2 irmãos ele tem 24 anos e ela 22 e alugaram o quarto da D Eugene e que se aperceberam da situação toda, vindo bater á minha porta 2 horas depois quando ouviram a Ebe chorar. Todos os que eu considerava amigos me viraram as costas, eles pelo contrário aproximaram-se, o Elliot estuda arquitectura e estagia numa grande empresa de Seattle, a Steele Design and construction, SDC. A Mia estuda Gastronomia e está a trabalhar num restaurante ao lado do Trevelyan Private Hospital. O Elliot ajudou-me a alterar algumas coisas na casa e a Mia sempre me ajudou com as refeições. Recomecei a faculdade mas agora á distância para além de fazer uns trabalhos que me pedem. Os meninos dormem no quarto e eu aproveito para fazer o trabalho da faculdade que tenho de entregar. Assim que termino de enviar  aproveito e vou buscar as roupas das crianças á secadora e levo para o quarto começando a dobrá-las. Tocam á campainha e vou abrir a porta, está ali um homem com 2 seguranças.

- Pois não, em que posso ajudá-los?- pergunto e o homem toma a frente da conversa.

- Sr Christian Grey?- pergunta estendendo a mão e eu assinto respondendo ao cumprimento.- Sou Adam Vincent, executor do Seattle Private Bank. Viemos executar a hipoteca da sua casa.- Acho que não ouvi bem, se não estivesse na cadeira de rodas acho que tinha caido.

- Desculpe mas não estou a entender? Hipoteca? Mas esta casa nunca teve nenhuma hipotecada, ela foi construida e paga pelos meus pais.- digo e ele passa-me uns papéis.

- Desculpe Sr Grey, mas nós temos aqui uma nota hipotecária feita á 4 meses atrás e que nunca foi paga no valor de 500 000 dólares, e está assinada pela sua esposa através de uma procuração assinada pelo senhor. Este valor engloba casa e mobilia. - Olho para os papéis e vejo a procuração assinada por mim dando plenos poderes á Elena e a nota hipotecária feita 2 meses depois dela sair de casa. Aquela vaca, agora é que me f*deu o resto da vida. 

Convido-os a entrar e peço-lhe só para fazer uma chamada, ligo para o Elliot e para a Mia mas nenhum deles me atende. Volto á sala e conto ao Sr Vincent a minha história e vejo os 3 homens olharem para mim com pena. Explico também para quem liguei e conto que a unica ajuda que tenho é mesmo dos 2 irmãos.

- O que faço agora Sr Vincent? Eu não posso perder a casa, para além de ter sido dos meus pais, é a unica coisa que eu tenho. - digo já não conseguindo controlar as minhas lágrimas.

- Sr. Grey, - diz o sr Vincent - se eu pudesse fazer alguma coisa acredite que faria sem sequer olhar para trás, apesar da sua situação o sr recebe-nos como se fossemos uma visita quando habitualmente sou agredido e até á frente de cachorros e armas já tive de fugir, mas infelizmente não posso. Tem algum sitio para onde possa ir com as crianças e possa guardar as suas coisas? É que a casa vai a leilão já em 2 dias e eu hoje tenho de levar a chave ou o dinheiro comigo, e com os juros a dívida está já perto dos 700 000 Dólares.

- Não Sr, não tenho ninguém. Mas não há problema, posso só pedir a vossa ajuda para arrumar as minhas coisas? Eu tenho a minha carrinha na garagem parada desde o acidente e podemos lá colocar dentro. Depois, quando o Elliot chegar ele ajuda-me a procurar um local. Posso levar ao menos o berço onde dormem os meus filhos e deixar aquele quarto para ultimo para eles não acordarem da sesta?

- Claro Sr Grey, nós ajudamos. E se quiser levar mais alguma coisa disponha, nenhum de nós verá nada a sair.

Seguimos os 4 para o meu quarto e eles ajudam-me a arrumar as coisas. Um dos seguranças ligou e puxou a carrinha para a frente para ser mais fácil carregar as minhas coisas, tiro a comida que tenho no frigorifico e nos armários da cozinha, encaixotaram as loiças que eram dos meus pais bem como os quadros e levaram para a camionete e segundo vou percebendo, eles nunca abrem concessões destas. Oiço o choro da minha Ebe e logo vou para o quarto das crianças e os meus meninos estão acordados. Agarro a Ebe e o Theo sobe para uma das minhas pernas segurando a Ebe com os seus bracinhos tal como nos acostumámos a fazer. Os 3 homens quando nos vêm sair do quarto e a maneira como nos equilibramos suspiram e abanam a cabeça e juro ter visto uma lágrima na cara do sr Vincent.

- Quem xão papá?- pergunta o Theo

- Uns amigos do papá. Vamos ter que sair daqui meus amores, os donos desta casa precisam dela e nós vamos para outra casa, pode ser?- Ele assente com a cabeça e segura mais a irmã.

- Sr Grey, se quiser nós arrumamos o resto. - diz o sr Vincent - Desculpe tudo isto, nunca me senti tão mal com um despejo, acredite. E chame-me Adam, por favor.

- Não se martirize Adam, o sr só está a fazer o seu trabalho. 

Saio com a cadeira para a rua e olho para a minha carrinha. Uma vida na traseira de uma pick-up, tudo por causa da ganância daquela vaca, que raiva. Estamos na calçada enquanto eles trazem as nossas coisas, a Ebe está ao meu colo a beber o seu biberão e o Theo brinca na relva. Vejo uma mulher que passava na calçada vinda de uma das casas do lado parar a brincar com o Theo. Reparo que é uma linda mulher, magra, cabelos castanhos, ela pergunta algo ao Theo e ele aponta para mim. Quando ela me olha vejo 2 olhos azuis lindos a olhar para mim e para a Phoebe e um sorriso lindo no rosto, cumprimento-a. Vejo uma mulher chegar com 2 polícias, o que me falta mais.

- Sr. Grey, sou a Dra Leila Williams, assistente social. Recebi uma denuncia que o sr estaria a ser despejado de casa com 2 menores e vim confirmar. Se assim for, os seus filhos ficarão á guarda do estado.- Deus, o que mais me vai acontecer, eu não acredito.

- Quem fez tal denúncia?- pergunto.

- Confidencial Sr, mas pelo que vejo a denuncia é verdadeira. Tenho de levar as crianças comigo. - Vira-se para os policias- Podem agarrar as crianças.

- Parem, o que pensam que estão a fazer?- oiço uma voz linda gritar, olho e é a mulher que falava com o Theo, ela chega perto de mim e dá-me um selinho tão leve que mal sinto os seus lábios. A Ebe estica os braços para ela e ela pega-lhe. - Olá amor, desculpa, distrai-me com o Theo. Agora podem-me dizer o que se passa aqui e porque importunam o meu noivo?

- Noivo?- pergunta a cobra.- A informação que temos é que o sr é divorciado.

- E é, mas vamos casar.- responde ela.

- Você? com um aleijado?- diz a cobra e ri.

- Não, vou casar com o homem que amo, não com um aleijado. Agora, se não se importam nós temos de arrumar o resto da mudança para a nossa nova casa.

- Já agora.- diz a cobra a desdenhar.- A Sra noiva tem nome?

- Dra Anastácia Steele, pediatra no Trevelyan Private Hospital...

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora