DESTINO

6

POV Christian

O que está a acontecer é surreal, dificil de acreditar. Quando a Dra chamou o pai esperava tudo menos um amigo dos meus pais, era quase como se algures eles tivessem a dar-me força para suportar tudo o que estava a acontecer. Para além disso ainda era o patrão do Elliot e ter o meu amigo ali naquele momento a dar-me força soube muito bem. Sinto-me impotente, preso a esta merda de cadeira, sem poder dar aos meus filhos a vida que eles merecem, e aquela p*ta de merda ainda vai e me hipoteca a casa, faz-me perder algo tão importante para mim, a unica coisa com que fiquei dos meus pais. O Sr Whelan foi impecável ao deixar-me trazer o berço dos meninos e as minhas coisas pessoais, mas ainda me dói lá ter de deixar as mobilias dos meus pais, que eles compraram com o seu esforço e carinho, aquele toque da D. Grace. Pensar que essas recordações agora serão vendidas em leilão, que nunca mais entrarei na cozinha e ainda sentir o cheiro da minha mãe a flutuar no ar, ou olhar para a garagem e ainda sentir como se o meu pai ali estivesse a arranjar qualquer electrodoméstico avariado, depois da minha mãe reclamar com ele 500 vezes. Tantas saudades que eu tenho deles, dói tanto não os ter aqui.

- Christian.- os meus pensamentos são interrompidos pela voz do Sr Steele. - Pelo que eu percebi aquela era a casa dos teus pais.  O que aconteceu?-Conto tudo desde como os meus pais e eu trabalhamos duro para construir a casa até o que aquela filha da p*ta fez deixando-o chocado e ele levanta-se de repente. - Eu vou ter de sair, volto daqui a pouco. Elliot e Ethan,  fiquem por aqui e ajudem no que for preciso é, Elliot,  trata da tua mudança com a tua irmã e dos vossos pais para aqui também, Ajudem o Christian a arrumar as coisas. Ana, filha, se for preciso comprarem alguma coisa para a casa ou para o Christian trata disso com as meninas,  fica com o meu cartão e têm carta branca, e antes que digas alguma coisa Christian,  deixa-me fazer isto, pela amizade que tinha com os teus pais.- Ele dispara a falar não dando espaço para ninguém falar ou respirar, vira as costas e sai.

- Bem, - diz a Ana, sim pois levei ralhete por chamar Dra, é só Ana como ela disse- o que dizem de descarregar a carrinha para a garagem e enquanto eu, Ethan e o Elliot tratamos de levar as coisas para os seus lugares com o Christian,  a Kate e a Mia vão buscar as coisas do Elliot e da Mia? A Rose pode ficar a tomar conta dos meninos... Pode ser assim?

- Aninha,- diz a Kate- Não podes negar ser filha do teu pai. Para dares ordens até tens aço...

Rimos todos e vamos para a garagem. Passado uns minutos parece que já nos conhecemos todos a anos, o Elliot e a Mia animavam-me mas não me lembro a última vez que ri tanto e com tanta vontade. Depois de tudo descarregado a Mia e a Kate vão na minha carrinha buscar as coisas à casa da D Eugène.  Eu vou ajudando com o que posso, vou levando algumas coisas no meu colo. Esta casa é linda e enorme,  quando entrei no portão nem quis acreditar. A lateral e a traseira não lhes ficam atrás e até uma casa de barcos para a enseada tem.