Capítulo 3

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"Pensei que tivesses ido por água abaixo..." o Harry comenta assim que chego à mesa.

"Surgiu um contratempo..."  digo e sento-me na cadeira.

"Está tudo bem?" a Ella pergunta-me.

"Sim." respondo e sorrio-lhe.

Eles continuaram a conversar sobre não sei o quê e eu perdi-me nos meus pensamentos. Aquele Zayn Malik é um grande anormal! Porque raio tem ele de embirrar comigo?! Aposto que é só para me irritar! Não percebo aquela mania de querer mandar em tudo e todos... É realmente estúpido... Coitado, acha-se importante e irresistível, pelo que a Ella e a Jade me disseram... Lol... Quer dizer, aqueles olhos castanhos mel e os cabelos negros são de facto lindos... A crista de facto fica-lhe muito bem! Ele em si, é lindo mas porque raio estou eu a pensar nele? Ele é anormal e eu detesto anormais portanto vamos ignorar este bocadinho...

Fui para casa, acompanhada pelo Harry. Fomos falando sobre o facto do Harry ter uma queda pela Ella e eu só me ria da sua cara de parvo. Ele é simpático e engraçado, acho que vamos ser bons amigos!

"Wow mas o teu vizinho é surdo ou quê?!" ele reclama. De facto a música vinda da casa mesmo colada à minha está altíssima... Pára tudo! A minha mãe disse-me que aquela casa tinha um casal de idosos! Então o Harry está certo mas este tipo de música? Isto não está bem...

"Não sei... Eu já vou ver o que se passa." ele assentiu e levou-me até à porta de casa. "Bem, até amanhã Harry."

"Até amanhã Evelyn." dá-me um beijo na testa e sorri-me. Sorrio de volta e ele vai-se embora.

Ponho a chave na porta e rodo-a, tendo acesso à minha casa. Fecho a porta e ponho as chaves em cima da mesinha ao lado direito. Subo as escadas e vou para o meu quarto. Os meus pais ainda não chegaram por isso vou ler um pouco e depois falo com a minha mãe sobre o vizinho aqui do lado... Deixei-me cair na cama e peguei no meu livro "A Culpa É Das Estrelas". Não vou conseguir ler com a música do vizinho! Vou pôr os fones e talvez assim consiga. Bem, continuando... Agora já há em filme mas eu prefiro o livro. Já li este livro umas 50 vezes mas não consigo evitar lê-lo, é tão apaixonante!

A maneira como o Augustus é alegre mesmo tendo a doença que tem é apaixonante! Ele vive a vida como se não tivesse nada! Como se fosse a pessoa mais saudável do Mundo! Isso é tão apaixonante! Já para não falar em como ele e a Hazel são amorosos! Aquela cena do "Okay..." é tão querida! Eu simplesmente amo este livro! Está equilibrado. Tem uma quantidade igual de cenas engraçadas e de cenas tristes e sentimentais, as minhas preferidas!

Pergunto-me se um dia irei encontrar um rapaz como o Augustus. Não doente, mas alegre como ele, giro como ele, apaixonante como ele! Mas isto não é um livro, isto é a vida real e eu nunca irei encontrar um rapaz assim... São todos idiotas... O Harry não mas pronto, vá, a maior parte deles são assim! Só querem saber se a rapariga tem um rabo grande e umas mamas grandes! Não querem saber se ela é simpática, engraçada, inteligente nem nada do género! Mesmo que seja a maior puta da vida, eles não querem saber! Só querem levá-la para a cama...

Oiço a porta de casa abrir e fechar. Levanto-me e desço as escadas para encarar a minha mãe. Sorrio-lhe e dou-lhe um beijo na bochecha. Ela pergunta-me como correu o dia e eu respondo simplesmente que foi bom. Não quero falar com a minha mãe sobre hoje porque sei que me vou descair sobre o Zayn. Ela prepara-me um café e eu sento-me na cadeira, apoiando os meus braços na mesa. Ela entrega-me a chávena e senta-se à minha frente. Vou falar-lhe do vizinho, sim é isso.

"Hum... Mãe?" chamo-a e ela olha-me sorrindo.

"Diz querida."

"Tu não tinhas dito que aqui ao lado vive um casal de idosos?" pergunto e ela ri-se.

"Sim querida mas estava a falar na casa ao nosso lado, aquela que está mais afastada da nossa." ela explica.

"Então quem é que mora na casa colada à nossa?" pergunto novamente.

"Eu não tenho a certeza mas acho que é um rapaz." ela faz um ar pensativo.

"E ele é surdo?" ela ri alto.

"Ó querida claro que não! Achas que se fosse surdo estava a ouvir música?" rolo os olhos.

"Eu consigo ouvir a música como se estivesse com a orelha colada às colunas!" resmungo.

"Ó querida, que exagero! A música está só um pouco alta... Vai lá e pede para baixar ou desligar enquanto começo a fazer o jantar." o quê?!

"Hã?! Porquê?!"

"Tu é que estás muito incomodada com a música!" ela ri-se da minha cara.

"Está bem..." levantei-me e saí de casa para mandar o vizinho calar os Nirvana. Já não posso ouvir mais isto! Eu não quero ser mal educada mas estou mesmo farta de ouvir os Nirvana, ao menos mudava a banda!

Fiz o caminho de pedra que havia na relva da frente da casa e assim que cheguei à porta, toquei à campainha. Sou tão estúpida... Ele não vai abrir porque a música está em altos berros! Fiquei com o dedo pressionado no botão da campainha para ver se talvez ele ouvisse. Milagre! Os Nirvana calaram-se! Oiço passos até à porta e componho-me. Assim que a porta é aberta, o meu queixo cai. Não estão a ver o meu queixo colado ao chão?!

"Tu?!" gritamos os dois ao mesmo tempo.

"O que é que queres?" ele diz rudemente.

"Eu e talvez a rua toda queremos que desligues a música ou ponhas mais baixo se faz favor." digo educadamente.

"Não vou fazer isso." rolo os olhos. E não mentalmente. Ele viu e fico contente por isso.

"Vais sim."

"Se não o fizer o que é que acontece?" ele desafia-me.

"Eu chamo a polícia." ele ri-se alto.

"Ok. Só por seres gira, eu ponho mais baixo." sorri-me. Um sorriso nojento.

"Obrigada." viro costas mas ele agarra-me no braço e puxa-me para ele.

"Obrigado pelo quê?" ele pergunta-me enquanto tento sair do seu aperto.

"Por baixares a música e por dizeres que sou gira, mesmo sabendo que isso é mentira." murmuro a última parte.

"Eu ouvi..."

"E isso interessa?" saio finalmente do seu aperto.

"A minha opinião interessa a qualquer uma." ele diz.

"Pois mas eu não sou qualquer uma." eu digo e ele ri.

"Tu és como as outras. Fazes-te de difícil e depois é sempre a aviar."  a minha mão embate na sua bochecha e a sua cabeça vira para o lado.

"Tu não me conheces para dizeres isso lavas a boca para falares de mim ouviste?!" grito e viro costas para não lhe dar outro estalo.

"Ei, volta aqui!" grita e sinto os seus passos atrás de mim e por isso apresso-me para chegar a casa. Não é que tenha medo dele mas não quero falar com ele. Ele irrita-me. Muito.

Olá!!!!! Espero que estejam a gostar!!!! Mais uma vez, entusiasmei-me e acabei por escrever dois capítulos!  Já aí vem o próximo!  Beijinhos!

I Don't Believe That... I Love You |Z.M|Onde histórias criam vida. Descubra agora