Capítulo 39

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Pergunto a rir e ele engasga-se. As suas bochechas ganham um tom rosado e ele rapidamente disfarça a sua atrapalhação. Ele olha-me de sobrancelha erguida e eu imito a sua expressão facial. Ele está mesmo com ciúmes. Está na cara. Ele está a apaixonar-se pela Jade, o que é extremamente fofo porque ela está na mesma situação.

“Não estou com ciúmes.” Ele diz e eu rio-me.

“Claro que não, Hazz.” Ironizo.

“Estou a falar a sério.” Diz e eu sorrio.

“Não faz mal estar apaixonado e ter ciúmes, Hazz. Eu não lhe digo nada.” Digo e ele rola os olhos.

“Pára, eu não tenho ciúmes.” Diz.

“Ok, Harry. Tu tens ciúmes.” Digo calmamente.

“Eu não tenho, porra!” Resmunga um pouco alto e Mr… Como é que ele se chama? Ok, não interessa, o meu professor de Filosofia olha para nós.

“Silêncio! Menino Styles, não quero essa linguagem na minha aula.” Ele diz.

“Desculpe, Mr…” Ele pede e eu rio-me interiormente por ele também não saber o nome do nosso professor de Filosofia.

“Payne!” Ele completa. Ah, exato, Mr. Payne! Já nem me lembrava mesmo do nome do homem! “Vamos, concentrem-se na filosofia!” Diz e nós rimos baixinho.

“Como se fosse possível eu fazer isso…” Harry sussurra e eu pego na minha caneta para me preparar para escrever os apontamentos que Mr. Payne projetou.

***

O meu telemóvel vibra no bolso de trás das minhas calças e eu salto de susto. Tiro cuidadosamente o aparelho do mesmo e abro a mensagem.

Mensagens On

“Como vai a Filosofia?” Zayn pergunta e eu sorrio.

“Bem, eu e o Harry não sabíamos o nome do Stor mas pronto… E a Geometria?” Respondo. Ponho o telemóvel no meu colo e espero pela resposta do meu namorado. Ela chega quando o aparelho vibra nas minhas pernas.

“Vai bem. Tu não estás sentada ao lado do caralho do outro, pois não?” Ele responde e eu rolo os olhos mentalmente para o seu ataque de ciúmes.

“Pára de ser ciumento.” Envio. Há muito tempo que ele não utilizava a expressão ‘caralho do outro’…

“Tu estás ao lado dele.” Como é que ele pode ser tão ciumento?

“Zayn…” Envio e guardo o telemóvel. Isto vai gerar discussão, outra vez.

Mensagens Off

Tomo atenção ao tema abordado na aula e tento construir uma frase para poder explicar o aforismo que Mr. Payne projetou na tela. “Eu posso fazer o que quero mas não posso querer o que quero.” Então, isto quer dizer que há coisas que nós queremos e que sabemos que não as podemos querer. Tipo, queremos matar uma pessoa mas sabemos que não podemos querer fazê-lo pois é perigoso. Coloco o meu braço no ar e Mr. Payne olha para mim.

“Diga, Menina Sandler.” Diz e eu respiro fundo.

“Eu acho que o filósofo quer dizer que há certas coisas que nem sempre são corretas nós querermos, daí ele dizer que não pode querer o que quer.” Ele assente lentamente e sorri.

“E quanto à primeira parte frase? Eu posso fazer o que quero?” Ele pergunta e eu penso um pouco.

“Ele é livre de fazer o que quer.” Respondo.

“E agora relaciona isso com a última parte da frase.” Ele pede.

“Então, ele é livre de fazer o que quer mas sabe que essa liberdade é um pouco condicionada porque sabe que há certas ações que ele sabe que não pode querer concretizá-las.” Tento explicar e ele sorri.

“Muito bem, Menina Sandler.” Elogia e eu sorrio.

“Obrigada.” Agradeço.

“Não te queres já sentar ao meu lado para os testes?” Ashton pergunta e todos nos rimos, exceto o stor.

“Menino Irwin, os testes têm versões.” Diz e ele bufa aborrecido.

“Isso não é correto, Mr. Payne.” Calum diz e o stor apenas abana a cabeça em desaprovação.

“Vamos continuar.” Mr. Payne diz e todos voltamos a tomar atenção à tela.

Confesso que este aforismo até que tem algo a ver comigo. Eu sou livre de fazer o que quero, tal como todos nós, mas há certas coisas que eu sei que não devia querer, como, estar perdidamente apaixonada por ele. É perigoso e eu e ele chocamos muito, somos muito diferentes mas por outro lado, eu gosto de estar apaixonada.

É como se nada pudesse estragar o meu dia, como se o céu fosse de um azul lindo e sem qualquer nuvem, como se o arco íris estivesse sempre no céu. O meu telemóvel volta a vibrar e eu tiro-o do bolso. É o Zayn. Não sei se quero ver a mensagem, não sei se quero discutir por mensagens e depois discutir cara a cara, não sei se quero que o Zayn diga coisas que se pode arrepender, não sei se quero sair magoada disto.

Mensagem On

“Falamos depois.”

Mensagem Off

Suspiro e deslizo o aparelho para dentro do bolso. Nós vamos discutir, eu sei que vamos. Voltei a concentrar-me na tela mas confesso que isso se estava a tornar difícil. Será que nós não conseguimos estar um dia inteiro sem discutir? Ontem tivemos uma discussão forte e depois ficou tudo bem mas agora nem porra de vinte e quatro horas passaram e nós já estamos a discutir.

O som do toque soa e a turma toda começa a arrumar as coisas, assim como eu. Quero sair daqui e não falar com o Zayn. Não quero armar um escândalo no meio da escola. Fecho a mala e coloco-a no ombro. Olho para Harry, que está com o queixo pregado ao chão enquanto olha para a Jade a sair com o Calum e com o Ashton da sala. Esperem, o quê?

“Pára lá de ser ciumento, Hazz.” Digo a rir e ele rola os olhos.

“Cala-te, Ev.” Diz e eu rio-me. Caminhamos para fora da sala e vejo Zayn dirigir-se a passo rápido a mim. Pego no braço de Harry e puxo-o para fora da escola. Não quero falar com ele agora. “Que estás a fazer?” Pergunta e eu ignoro a sua pergunta, continuando a puxá-lo para a parte de trás da escola. Sentamo-nos na relva e eu olho para o horizonte.

“Eu não quero discutir.” Digo e ele olha-me.

“Com quem?” Harry pergunta.

“Com o Zayn.” Respondo.

“Com o Zayn? Porque haverias de discutir com o Zayn?”

“Porque…” Suspiro. “Esquece isto, Hazz.”

“Esquecer o quê?” Uma voz grave que eu conheço muito bem soa.

Zayn

 

Olá! Será que vai haver discussão? Espero que gostem! Beijinhos!

I Don't Believe That... I Love You |Z.M|Onde histórias criam vida. Descubra agora