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JOÃO PEDRO

Já tinha um mês que eu havia conhecido á Ana Clara, eu não fazia ideia do aquela menina tinha, mas eu não conseguia tirar meus olhos dela. Eu já sabia tudo sobre a vida dela, tinha me tornado a porcaria de um stalker.

Hoje era segunda-feira, por mais animado que o meu final de semana tivesse sido, nada se comparava as segundas, era o dia de matar a saudade dela, dois fodidos dias sem ela, era torturante.

Por mais estranho que parecesse, por eu não trocar uma palavra se quer com ela, ou por eu á vigiar eu não ligava, pois eu me sentia realizado no final do meu dia, pelo simples fato de eu tê-la visto. Aquela garota tinha um efeito louco sobre mim, e eu estava amarrado demais nisso, meus dias passaram a valer mais a pena depois que eu passei a saber da sua existência, eu tinha vontade de querer viver, eu voltei a existir.

Saí de casa as pressas, já eram 11:30 da manhã. Ana Clara, passa pela praça às 12:30, eu ia a pé porque era perto da minha casa, sem contar que o tempo que eu levava andando era ótimo para espairecer.

A caminho eu acabei ficando com sede, tinha esquecido de como a Bahia era quente. Passei em um mercado que tinha no caminho para comprar um energético. Ao abrir o freezer para pegar uma caixa de enérgico, revirei meus olhos ao ouvir algumas garotas cochichar perto de mim.

— Vai lá e fala com ele.- disse uma delas, olhei de canto e pude notar que ambas pareciam ter 15 anos, ou até menos. Bufei e saí.

— Já pegaram os refrigerantes?- paralisei quando ouvir aquela voz, eu nunca tive a chance de ouvi-lá pessoalmente, não até agora. Apesar de ter apenas a escutado pelos seus vídeos nas redes sociais, ao vivo era muito melhor.

— Vamos levar cervejas. Mas estamos com medo de sermos barradas.- disse uma das garotas que estava com ela. Eu voltei para o lugar que estava, só para poder ouvir mais.

— Sabem que eu não bebo!- disse a Ana, isso já era de se esperar.

— Você não precisa beber, só olha ue.- pude ouvir a minha cachinhos bufar, e foi nesse exato momento em que eu me virei para observa-la. Não estava usando sua farda do colégio, pela primeira vez pude vê-la com roupas normais. Ana usava um shorts jeans escuro, e uma camiseta grande de série. Stranger things, sério? Minha cachinhos tem bom gosto! Subi meu olhar de seus pés até suas belas coxas, suspirei com a vista, fui subindo ainda mais até chegar na minha parte favorita, seu lindo cabelo preto caracolado, com poucas mexas rosas.

Tão linda!- pensei comigo mesmo, e um estranho sorriso brotou em meus lábios. Ela estava de costas, não me viu, mas senti o olhar de sua amiga sobre mim, encarei a mesma e tive certeza que ela realmente me encarava. Me virei no mesmo instante e fechei o freezer.

— Por que tem que ser eu a pagar pela cerveja, sendo que eu nem bebo?- perguntou, Ana.

— Você parece ter mais idade com o cabelo solto.- soltou uma das garotas, e meu sangue no mesmo instante ferveu, elas queriam sacanear meu anjo, meu pobre anjinho que não via maldade nas pessoas.

Sua amiga continuava a me lançar olhares, chamei a mesma e ela logo se animou indo cochichar algo no ouvido da sua amiga. Fogo no cu. Ela caminhou até mim toda sorridente, até tentei sorrir para a mesma, mas não dava.

— Me chamou? - perguntou a mesma, enrolando uma mexa de seu cabelo nos dedos.

— Não foi por isso que você veio?

— Sim, porque me chamou.- disse, sorridente.

— Então por que tá perguntando?- ela desfez o sorriso.

Titânio: destinados por DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora