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Cap não revisado.

João Pedro

Duas semanas, duas semanas que eu não vou para o colégio. Decidi tirar férias adiantado. Me afastei da Ana, desde o dia em que ela me julgou pela surra que deram em seu amiguinho fodido.

Todos me culpam. É sempre o João. Não sei porque pensei que com ela seria diferente, talvez porque pra mim ela é. Ela é tudo o que falta na minha vida, é tudo aquilo que eu deixei de ter desde o dia em que perdi a minha mãe, sua bondade, gentileza é tudo o que eu não tenho, somos totalmente o contrário um do outro, talvez tenha sido isso que tenha me encantado nela, sua pureza. Chega a ser irônico, um sujo como eu me encantar por alguém assim, por um tempo eu até cheguei a cogitar que ela seria a minha esperança.

Mas eu não sou digno de alguém tão puro como ela, embora eu tenha ficado puto com a mentira que o escroto do japa tenha inventado sobre mim, no fundo eu aceitei que foi bem melhor assim, alguém como eu não fica com alguém como ela, a Ana tem um lugar só dela no meu coração, por isso eu a cuido de longe, sabendo que ela é boa demais para mim.

Jamais iria me perdoar se alguma merda acontecesse com ela por minha causa. Afinal, eu sou o rei das merdas.

— Aí João, vem aqui queimar um com a gente.

— Ele não fuma, seu otario.- observei a Fernanda dar um tapa na nuca do JJ.

— Qual foi Nanda, tá maluca porra?

— Você quem tá, trazendo erva pra minha casa.

— Joga essa merda fora, JJ.- um dos caras gritou.

— Tão achando que isso aqui é festinha infantil? De qual foi seus vagabundos, se minha erva é proibida aqui eu também sou.

— Você tá livre pra ir embora se quiser, mas na minha casa essa merda não fica.- Fernanda diz.

— Que se foda você e sua casa.- observo o JJ se levantar pra ir embora.

— Tá tudo bem aí Fernanda?- uma de suas amigas vai até a mesma.

— É única regra da casa quando dou festas, drogas só lá fora, porra.

— Aquieta seu facho Fernanda.- digo.

— Agora você tem boca né?

— Ta de tpm, o caralho?

— O JJ só faltou voar em cima de mim e você aí não fez nada.- percebo que todos os olhares da sala estavam em cima de nós agora.

— To caindo fora.- digo, deixando o casco da cerveja sobre a janela.

Não curto tumulto, muito menos pressão de mulher em cima de mim, eu considerava bastante a Fernanda e por isso estava caindo fora.

— Fica aí, JP.- ouço algumas pessoas me chamarem no fundo. Mas só aceno, nem troco ideia.

Ultimamente tenho passado mais tempo na rua do que em casa, tento manter minha mente ocupada o máximo que consigo, uma vez ou outra me saboto e me pego pensando nela. Mais é só uma vez ou outra.

— Misericórdia, que susto menino!- Maria contém um semblante apavorante.

Tinha acabado de chegar em casa, eram quase três da manhã, apesar da Maria está assustada, também me encontro surpreso pela mesma estar acordada a essa hora.

— Qual foi, dona Florinda.- brinco com a mesma, devido ao seu penteado e sua camisola repleta de flores.

— Você não para nenhum segundo não é mesmo?

Titânio: destinados por DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora