Titânio: destinados por Deus

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JOÃO PEDRO

Hoje era segunda, a semana de provas havia começado. Mas eu estaria mentindo se dissesse que foi esse o motivo da minha ansiedade no domingo. Estava nervoso e animado para ver a Ana, depois do sábado passado passei o resto do final de semana com ela na cabeça.

Será que ela também pensou em mim, ou está tão ansiosa quanto eu?

Meus pensamentos me torturam.

Eu tô fodido demais por essa mulher.

Estava na cozinha tomando meu café da manhã, a ansiedade me fazia olhar às horas no meu celular a todo instante.

- O que você tem?- Maria me perguntou.

- O que?

- Você está diferente, o que aconteceu?

- Nada, tô normal.

- Não, você não está.

- Tá doidona, Maria.- brinquei com a mesma. Ela resmungou e deixou a cozinha.

Me retirei da mesa e levei toda a louça para a pia. Fui para a sala e me joguei no sofá, ligando a televisão.

- Bom dia, senhor.

- Bom dia, Maria.. e João?- meu pai esbanjou surpresa ao me ver.

- Bom dia, pai.

- Está acordado às oito da manhã?

- Sim?- dei de ombros, e voltei a encarar a TV.

- Obrigada, Maria.- ele agradeceu pelo o café que ela o entregou.

- Então filho..

- Sim.- estava focado no filme do homem aranha.

- Como a Ana Clara está?- desviei meu olhar da tv e encarei o mesmo, e depois para a Maria, que tinha um semblante confuso em seu rosto, desviei dos dois voltando minha atenção para a televisão.

- Bem.- não esbanjei expressão alguma.

- Ela é uma ótima garota. Deveria convida-la para jantar aqui em casa qualquer dia.

- Melhor não.

- E por que não?- ele bebericou seu café.

- Ana Clara e eu não somos amigos.

- Não foi isso que me pareceu no domingo.

- Domingo?- perguntou, Maria.

- Ele não te contou? Estou surpreso.

- Não foi nada demais.- disse para ela.

- Então por que não me contou?

- Porque não foi nada demais, Maria! - insisto.

- Você se encontrou com a garota por quem está apaixonado e não foi nada demais?

- Apaixonado?

- Eu não estou apaixonado por ela.

- Você tem a foto dela na tela do seu computador.

- Mais que merda, Maria!- aumento o meu tom.

- Computador?- meu pai estava perdido na conversa.

- Você tem que chamar ela para jantar aqui!

- Sim Maria, e você poderia fazer um daqueles seus pratos.- eles conversavam entre si como se eu não estivesse mais presente.

- Vocês não vão fazer jantar algum.

- Sim vamos, devemos limpar a piscina também?

- É uma ótima ideia, poderíamos fazer um pequeno churrasco.