+14

182 14 3
                                    

João Pedro

Segurei firme em sua cintura, a fazendo se sentar na mesa no canto da parede, a sala estava escura, mas eu podia visualizar seu sorriso apenas por escuta-la. Minha boca não desgrudava da sua a nenhum instante, ela puxava meu cabelo com vontade, fazendo-me ascender ainda mais. A puxei para mais perto de mim grudando nossos corpos, gemi durante o beijo ao ouvi-la gemer também entre suspiros. Sentia-me duro, duro como nunca antes, nenhuma garota havia me deixado tão duro com beijos, nem mesmo a minha primeira, e se a gente continuasse daquela forma, poderia gozar feito um virjão qualquer em seu primeiro beijo.

Desgrudei nossos lábios, escondendo meu rosto em seu pescoço como eu sempre fazia. Inspirei forte seu cheiro, estava tão viciado nela, essa era a pior de todas as drogas, não conseguia mais me imaginar sem seu cheiro, sem essa pele macia ou seus cachos sobre meu rosto.

Nossos peitos subiam e desciam em sincronia, e eu amava aquela coincidência.

— O intervalo já vai acabar.- ela disse, alisando meu braço.

— Queria que esse momento fosse pra sempre.- disse, surpreso comigo mesmo por tais palavras terem saído de mim.

— Eu também.

— Tá afim de ir lá em casa ver a nossa roseira de uma rosa só?- ela deu risada, e prosseguiu.

— Você precisa arranjar uma desculpa nova.- sorri.

— Netflix?- ela gargalhou, e eu não pude deixar de rir junto.

— Eu adoraria, mas vou ter que recusar.

— O que seria mais importante do que assistir toy story comigo?

— Então iríamos mesmo assistir alguma coisa?

— Não.- disse, tentando não rir.

— Preciso ficar até mais tarde hoje, o professor de história quer que a gente encene uma peça sobre a revolta da vacina ou coisa assim.

— Eu posso esperar e te deixar em casa depois.

— Não precisa.- assenti. Eu e a Ana já estávamos ficando a duas semanas, e ela não me deixava a levar em sua casa, eu sabia que ela não queria que sua família soubesse da gente, Ana não deixou claro em palavras, mas também não precisou.

— Não consigo relaxar em saber que você vai voltar pra casa sozinha tão tarde.

— É provável que o meu pai venha me buscar.- assenti. Eu sabia que o pai dela a buscava sempre quando anoitecia, mas queria ter certeza.

— Então eu só vou te ver amanhã?- perguntei, entristecido.

— Sim.- ela me abraçou, e eu retribui, a abraçando mais forte.

Nos beijamos por uma última vez, até deixarmos a sala que guardava os livros didáticos.

Voltei para a sala de aula intrigado por que as pessoas me olhavam com sorrisinhos e cochichando uns com os outros.

— Aí cara, toma aí.- o Luciano me entregou um papel de seu caderno, e eu fiquei sem entender, até ele fazer um gesto com sua mão até a boca. Esfreguei o papel sobre a minha boca, e vi o papel sujo de batom.

— Merda.- resmunguei, e esfreguei o papel até me certificar que a minha boca estaria limpa.

•••

Trocava mensagens com a Ana Clara o tempo todo, em nossa última conversa ela tinha avisado que demoraria para me responder pois precisava ajudar mais na peça. Suspirei frustado, já estava com saudade dela.

Titânio: destinados por DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora