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JOÃO PEDRO

30 de janeiro

Mais um ano novo, porém a minha vida continuava a mesma merda. Não falo com a Fernanda desde o ano passado. Ela me liga bastante, envia inúmeras mensagens, até veio aqui em casa, porém eu a ignoro em todas as vezes. Fernanda estava desequilibra, ela precisa entender que o sentimento que sentia não era recíproco. Esse gelo fará bem para a mesma, pelo menos é o que eu espero.
Estou a dias sem ver a Ana, e isso está me enlouquecendo. Pus câmeras de seguranças na esquina da minha casa e conectei algumas das áreas ao meu computador, vejo tudo. O tempo que fiquei sem ver a Ana, resolvi me dedicar mais a encontrar os assassinos da minha mãe. Eu diria que estou indo bem.

Hoje às aulas da Ana voltam ao normal, eu já não aguentava mais esperar. Ela passou suas férias na casa dos avós. Acompanhei tudo pela rede social. Ela estava mais bonita nas fotos, mais mulher. Menina mulher.

Como eu sempre faço, fui para a praça esperar a mesma passar. Fiquei sentado no banco da praça até às 18:00 horas mas Ana não deu um sinal de vida. Será que errei a data? Duvido muito disso, eu esperei dias para isso. Voltei para casa revoltado mas decidido a descobrir o que aconteceu. Passei a última semana inteira parado naquela praça, das 12:00 às 17:00 horas seguidas, e nenhum sinal da Ana. Ela me parecia bem em suas redes sociais, não entendia que merda estava acontecendo.

— Certeza que ela ainda não está viajando?- perguntou Maria. Estávamos sentados no chão da sala, comendo um delicioso bolo de chocolate que a Maria fez mais cedo.

— Tenho certeza, Maria.

— Deve esta doente!

— Não, ela não está!

— Como sabe?

— Eu só sei!- ela cortou mais uma fatia do bolo e pôs em meu prato.

— Já sei!- Maria parecia pensativa.

— O que é?- perguntei, de boca cheia.

— Ela mudou de colégio.

— Aquele era o mais próximo da casa dela. Já pensei nisso também.

— Mas e se esse colégio só for para o ginásio?- Maria tinha razão, e eu não acreditava que não tinha pensado nisso.

— É isso Maria!- pulei no chão e a enchi de beijos. — É exatamente isso!

— Adoro te ver feliz, meu garoto.- sorri para a mesma.

— Te adoro Maria!- sai correndo em direção ao meu quarto.

— Pra onde você vai menino?

— Vou segui-la!- disse, pegando o capacete.

— Vai assustar a garota.

— Não se ela não me ver.- Maria negou com a cabeça, e eu saí de casa indo em direção a minha moto, montei na mesma e fui em direção a casa da Ana.

Eram 16:58 da tarde, e eu não me importava, estava com saudades da Ana, precisava ver a minha paz, me assegurar de que a mesma estava bem.

Foi dito e certo, às 17:45, Ana apareceu, meu peito se apertou de tanta felicidade, era como se não coubesse em mim. Ela estava linda, e como sempre dispersa do mundo com seu par de fones de ouvidos. Tirei uma foto da mesma, e fui embora para casa. Não podia conter o sorriso que ainda estampava meu rosto.

— Você a viu né?- Maria me perguntou, eu assenti várias vezes, e corri para cima da mesma, a levantei no ar e a sacudi em meus braços. — Para com isso menino, eu vou cair.

Titânio: destinados por DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora