(Sangue e Honra/pagãos e cristãos)

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À tarde Vhan Ventobravo foi levado acorrentado até os aposentos de Akum, o Imperador estava sentada em um trono de madeira improvisada, feito de árvores de ferro, Akum estava sendo iluminado por velas brancas espalhadas por entre o trono, sorrindo enquanto conversava com o paladino Osvalde, Vhan não sabia o que fazer então se ajoelhou perante ele.

– Levante-se– disse o Imperador – quantas luas você tem?

– Dezoito meu rei.

– Você é grande para um simples jovem– disse Akum ao se levantar – infelizmente tenho que te dizer, –você não fará mais nenhuma lua.

As correntes que prendiam os braços de Vhan se moveram com sons estridentes, o menino não podia deixar de evitar o temor percorrer seu corpo, –vossa alteza, por favor eu não tive intenção de fazer mal algum– Vhan esperou um momento antes de continuar, e desajeitadamente tirou o crucifixo de madeira que Rebecy o dera, –veja eu sou cristão também... veja também só...

– Não importa se queria ou não fazer mal, ou se é ou não cristão, o que importa é que você fez, Tohomy é um príncipe, e pior do que isso, a proposta de paz que ele veio fazer esta ameaçada graças a você– Akum manteve seu rosto duro, mas não pode disfarçar um singelo sorriso rasgar seu rosto – Vhan, eu teria feito o mesmo, não ligo para paz na verdade, mas já estou velho para lutar.

–Sei que não é boa ideia bater em alguém enquanto estou em fúria, Apopo sempre me disse que raiva é mais útil que o medo, mas frieza e controle são melhores ainda– disse Vhan gesticulando a mão atrapalhada-mente.

Akum sorriu sombria-mente, foi até uma mesa próxima do trono e pegou uma taça de vinho em cada mão, se aproximou de Vhan e a entregou,–beba–. Enquanto o menino se deleitava com um doce vinho, Akum o analisou.

– Você é grande e forte, quão bom guerreiro você é Vhan Ventobravo?– disse Akum olhando nos olhos negros do garoto.

Vhan não sabia o que responder.

– Apopo me ensinou a lutar com espada e escudo, Sor Lainoel me ensinou a lutar com duas espadas pequenas, meu imperador.

Akum parecia perturbado com aquela resposta. – Tohomy está com a fúria do Dragão, e o alvo do réptil alado é você.

–Eu?– disse Vhan, tristemente.

– Sim você colocou a mão no sangue do Dragão, o rei Goldfrey de Perys não deixara isso barato, se não te julgar e não te punir haverá uma guerra–. Akum tomou um gole do cálice e recolocou ele sobre a mesa.

–Punido? – Vhan se amaldiçoou por ser tão idiota.

– O príncipe Tohomy quer sua cabeça, juro que ele não terá... mas não posso negar um julgamento, e se o príncipe foi o ofendido por um plebeu ele tem o direito de ser o juiz.–.

Vhan não podia enxergar justiça no que ouvia, e Akum podia ver isso nos seus olhos –eu posso pedir para ele ter misericórdia, ele veio atrás de paz, e minha palavra tem peso, mas o Dragão vermelho de Perys não é conhecido por escolhas razoáveis, ele é como seu pai Goldfrey, o rei de Perys é um mercenário Ukraniano que virou rei ao matar o antigo. não consigo ver misericórdia vindo de um mercenário–

–Eu– disse Vhan –eu não queria... foi um ato idiota de um ninguém...– Vhan sabia que não conseguiria mudar a situação com palavras ou Desculpas, então apenas largou mão.

– Bom, posso fazer uma coisa por você– disse Akum andando até o trono, – Não sei se é melhor ou pior para você, mas hoje na frente dos nobres da corte de Perys, vou falar para Tohomy que você o desafia para um duelo das lebres, conhecendo o povo de Perys ele não poderá negar sem desonrar a sim mesmo e sua família. Será obrigado a lutar com você –

Vhan cruzou o cenho, ele sabia o que um duelo das lebres era, uma luta entre dois cavaleiros e dois padrinhos.

Os padrinhos lutavam entre si ao mesmo tempo que os cavaleiros se enfrentavam, se um dos cavaleiros morrer ou desistir..perde, isso significa que verdade é do vencedor, se um padrinho vencer o outro, ele pode ajudar seu cavaleiro afilhado, Vhan sabia o quanto forte era e se, bateu naquele príncipe metido uma vez, bem que poderia fazer de novo.

Akum viu a esperança tomar conta do rosto moreno do menino gigante, seu rosto velho se enrugou ao sorrir –Então Vhan Ventobravo, quão bem você luta?

***

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