Sangue e Honra

Capitulo 7: A Batalha das Lebres.

As arquibancadas estavam cheias, abarrotadas de nobres e comerciantes, e todo tipo de pessoas comuns, fazendeiros, soldados, ferreiros estavam no limite do campo em pé se espremendo para ter a visão privilegiada do duelo que viria a seguir.

Vhan Ventobravo parou do lado ocidental do campo, vestindo sua cota de couro de boi, sua espada velha estava na sua cintura e seu escudo de madeira estava em suas costas, ele estava olhando para a plateia esperando reconhecer algumas pessoas da Vila do Poder, a única pessoa que reconheceu foi Elum sentada no lugar de honra ao meio da arquibancada. Se perguntou se Cira fugiu, ele também queria fugir, a plateia o amedrontava mais que a ideia de um duelo até a morte.

A chuva parou ao mesmo tempo que a luz do sol se derramou pelo céu, a chuva tinha transformando o campo de duelo em um grande pântano de lama, Vhan olhou para a plateia e viu milhares de pessoas espalhadas, gritos ofensivos ressoavam por todo os lados, ele viu a quantidade de pessoas que vieram para ver sua morte e isso o atormentou.

No meio dos pensamentos depressivos Jafhar puxou Vhan de lado.

– Eu esperava você, meu irmão ainda não chegou, temos que arrumar outra pessoa.– Disse Jafhar.

Vhan colocou sua mão no rosto tampando sua boca não sabia aonde ele ia encontrar outro padrinho naquela hora e lembrou da visão de Rebecy.

– Não precisamos– disse Vhan – seu irmão vai vir.

Um rugido se ergueu da multidão. Na extremidade norte do campo, era Tohomy que estava montado em um corcel que foi revestido com uma pesada armadura de batalha, a armadura samurai era incrivelmente incrustada com escamas de Dragão vermelho, seu capacete era preto o típico das armaduras samurais, uma feição horrenda de um monstro oni com dentes negros curvados para fora, era a armadura de aspecto mais mortal que Vhan já vira.

Ele estava sozinho sem padrinho e Vhan se perguntou se alguém teria coragem de apadrinhar um monstro como Tohomy.

Vhan estava completamente amedrontado quando um cavaleiro surgiu por entre a plateia, era Lhamar ele estava vestindo sua armadura de víbora e o brilho do sol reflectia por entre as costas dele, enquanto andava firmemente em direção de Vhan.

– Senhor, ainda bem que veio– Vhan levantou os braços para cumprimentar Lhamar, mas o mesmo deu as costas.

O príncipe elfo tirou seu florete da bainha com sua mão esquerda, flexionado os dedos sobre o cabo – Não para você–.

–Como assim, você veio ser meu padrinho não é?– disse Vhan.

–Vim ser padrinho. Mas não de você– Falou a víbora negra.

Jafhar ia falar alguma coisa para seu irmão, mas parou como se tivesse levado uma flechada na garganta – Não.

–Sim irmão– Lhamar deu de ombros – Vhan, você tem que compreender, tenho um dever com meu reino... e Perys me ofereceu a ajuda que tenho certeza que Ukrar iria negar.

–Não irmão nisso não há honra– disse Jafhar.

–Honra, Onde honra salva vidas?– Lhamar sorriu –Na verdade ela pode até tirar vidas.

–Seu bastardo– disse Jafhar bravo – se acha que devo ficar do seu lado esqueça.

–Dobre a língua irmão– Lhamar levantou sua voz – eu sou mais velho, sou o futuro rei de Arvoreserpenteada, seu soberano, seu suserano.

–Você não é nada, nem um herói e nem um cavaleiro você é, seu merda irmão.

–Calado, eu ordeno. Lembre-se todo mentiroso mente o tempo inteiro, é como respirar, o que fode é que todas as pessoas são mentirosas, quanto mais rápido você aprender isso mais rápido você descobrira como as coisas realmente funcionam. Agora saiba que se você ousar apadrinhar Vhan Ventobravo, você atrapalhará a nossa única chance de vencer a guerra contra os goblings, e nem o nosso pai e nem eu o perdoaremos–. Dizendo isso Lhamar deu meia volta e cruzou a arena para chegar ao lado de Tohomy. Vhan só pode ver o príncipe Lhamar se distanciando, seus punhos fecharam, mas estava deprimido demais para falar alguma coisa, viu como sua esperança morria naquela momento, seus olhos lacrimejaram, ele se amaldiçoava por ser tão idiota.