Capítulo 10 Um passado esquecido.

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Não poderia ser quem eu estava pensando que era...

— Alteza... — A diretora levantou de seu assento e fez uma reverencia ao mesmo tempo que o jovem rapaz virou-se e sorriu para mim.

Minha boca abriu em espanto. Era ele.

— Peter?

***

Dois anos e seis meses atrás...

— Vamos ver se amanhã a senhorita consegue se concentrar um pouco mais... — A professora de álgebra falou amavelmente se retirando da sala.

Suspirei fitando os papeis a minha frente. Não era como se eu morresse de amores por essa matéria, era mais fácil quando se gostava do que fazia e eu odiava álgebra. E ainda estava muito preocupada com Anastácya, já iria fazer sete meses que ela havia ido embora ou melhor fugido e desde então não tinha nenhuma notícia dela, se estava bem ou viva...

Senti um arrepio.

A verdade é que poderia se esperar qualquer coisa vindo daquele homem odioso que se dizia pai dela e eu temia que ele a tivesse encontrado e para manter o em segredo do mau que havia feito a ela a tenha...

Foi o som do computador que chamou minha atenção...

Chamada de vídeo da Ana... Não acredito! Ela finalmente apareceu. Pensei com um sorriso, embora estivesse brava por ela ter partido e não ter dado nenhuma notícia até agora, eu estava feliz por ela ligar.

— Ana! — disse com um meio sorriso quando atendi a chamada.

Ela não respondeu de imediato o sorriso, seu rosto não parecia expressar muita alegria e sim surpresa.

— Eliza...

Não era bem o que eu esperava.

— Você não é o David... — Um rapaz falou ao lado de Ana me fitando.

Eu voltei o olhar para ele sem entender.

— Eu... Hum... — Ela franziu os lábios — acabei ligando para a pessoa errada sem querer.

Eu gostaria que meu rosto não tivesse demostrada o quanto essa afirmação me afetou. Então todo esse tempo ela não havia entrado em contato porque não queria?

— Mas de qualquer forma Peter essa é a Eliza uma amiga de Aksun, e Eliza esse e Peter um amigo que adquiri a um tempo — ela mais uma vez voltou o olhar para mim e eu não saberia dizer o que se passava com ela, como sempre tinha aquele muro erguido só que diferente das outra vezes ela não me deixou passar por ele.

— A princesa? — ele perguntou exaltado. — Minha nossa! É um prazer?

Arqueei a sobrancelha.

Aquilo tudo era tão ridículo! Afinal não tinha porque me importar tanto com alguém que obviamente estava bem sem mim.

— Eu não posso dizer o mesmo — proferi erguendo o olhar impassível para eles — e já que foi apenas um engano eu tenho coisas a fazer.

A boca do rapaz se abriu em espanto. Ana apenas assentiu como se já esperasse isso de mim.

— Estou deligando... — Falei tocando no botão para finalizar a chamada.

— Eu fico feliz que esteja bem Eliza... — Ela conseguiu falar antes da ligação terminar.

Serrei os punhos... Depois de tudo que eu havia feito por ela.

A RAINHA.Onde histórias criam vida. Descubra agora