― Christopher! ― Escutou a esposa o chamar exaltada.
O investigador levantou os olhos, preocupado ele reparou no estado nervoso dela. Alguma coisa havia acontecido, apertou o punho com força, imaginando o motivo. Não deveria ter a deixado sozinha, seu burro!― Essa é a sua esposa? ― declarou o xerife. ― A filha do fazendeiro Saviñón? ― Arregalou os olhos surpreso.
― Vamos conversar lá fora, querida ― Uckermann interviu.
A moça concordou em um aceno, em silêncio os dois cruzaram a porta.― Eu... ― Ela tentou formular uma frase. ― Não consigo mais, eu vou embora ― disse com a respiração arfante.
― Alguém te machucou? ― Por um impulso, o homem encostou em seu pulso para verificar se estava ferida.
Assim que tocou a pele dela, ouviu um protesto de sua boca. Xingando-se mentalmente, ele quis socar a cara do miserável.― Como? ― O rapaz se questionou, pois tinha visto ela de longe em uma loja sozinha.
― Estava procurando a minha amiga em seu ateliê, mas não a encontrei, então o ar começou a me sufocar e decidi atravessar a rua. Foi quando esbarrei nele ― a mulher sussurrou.
Christopher a envolveu em seus braços, acariciou seus cabelos enquanto a tranquilizava.― Se a senhorita deseja partir, tudo bem. Irei acompanhá-la até a pousada. ― Dulce aos poucos se acalmava encostada em seu peito. ― E depois disso, o que aconteceu? ― O marido perguntou.
A moça contou todo o ocorrido para ele, que se culpou ainda mais por não conseguir protegê-la. Após alguns minutos, o investigador avisou o xerife que se ausentaria um instante.― Você pretende viajar hoje mesmo? ― ele pronunciou assim que chegaram na porta do quarto. A esposa o encarou, uma dor no coração lhe atingiu, não queria ficar longe dele, porém também estava sendo difícil permanecer nessa cidade.
― Não sei. ― Suspirou.
― Certo... ― O homem coçou a nuca. ― Então feche a porta e não abra para ninguém. ― Antes de sair, ele despediu-se com um beijo na testa dela.
Logo depois, a mulher entrou no cômodo.― Céus! ― exclamou ao esconder o rosto entre as mãos. ― Foi um grande erro.
Entretanto, não haviam passado alguns segundos quando uma batida na porta a alarmou. Sem se mexer, ela mirou assustada a tranca, respirando aliviada por ter obedecido o marido.― Dul? Sou eu, a Annie. ― A moça tocou de novo na madeira.
― Anahí! ― disse sobressaltada, girando a maçaneta. ― Senti tanto a sua falta. ― Abraçou a amiga emocionada, assim que viu a figura da mulher.
Após a comoção entre as duas, convidou-a para entrar. Sorrindo, a jovem adentrou o quarto. Ela era esguia e graciosa, com cabelos loiros compridos que caíam em cascata por seus ombros. Os olhos azuis brilhavam em uma intensidade cativante.
― Não posso acreditar, achei que nunca mais a veria ― Balançou a cabeça em negação. ― O que a trouxe de volta?
― Meu marido. ― Dulce levantou a mão esquerda.
― Não! Aquele investigador bonitão? ― Apontou na direção da saída. ― Nossa, amiga... ― Arqueou as sobrancelhas, arteira.
― Anahí! Ele é muito mais do que um rostinho bonitinho, tá bom?
― Toda apaixonada. Que gracinha ― Deu batidinhas brincalhona no ombro dela. ― Mas então, como vocês se conheceram? ― Ela sentou na beirada da cama, sem cerimônia.
― É uma longa história ― comentou rindo enquanto se acomodava do lado da amiga. A jovem loira a encarou, aguardando a mulher começar a contar.
Ela descreveu os momentos de tensão do assassinato do senhor Nogueira, de como o marido a livrou da cadeia, da aproximação deles e do seu retorno para Belmonte.
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A Dama de Vermelho - Parte 2
Fanfic|+16| Dulce e Christopher estão prestes a encarar uma noite que mudará suas vidas, dessa vez não terão como escapar do esperado jantar no pitoresco Armazém. É o momento perfeito para abrirem seus corações, compartilharem os sonhos e os caminhos que...