Il veut

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Começar foi uma tarefa complicada. A falta doía muita intensamente. Mas, neste momento, já tinham laços em Suncheon que me pesaria romper. Junmyeon e Yixing eram como verdadeiros irmãos mais velhos, conversávamos sobre tudo e qualquer coisa, a qualquer hora;  Sehun deixara a apatia de lado para ser o apoio dos meus dias ruins e o dono dos melhores conselhos enquanto Kyungsoo não estava por perto; Chanyeol era a mais fiel representação de Jongdae, ele fazia todo mundo rir, e exalava bom humor. Jin, apesar do monólogos, estava sempre pronta a ajudar. E Jongin? Ah... Esse ainda era um mistério. Não me dava os melhores conselhos como Sehun, nem me fazia rir tanto quanto Chanyeol, mas ele mexia comigo. Eu só não sabia o motivo de me sentir tão bem perto dele.

Finalmente eu conseguia ser feliz naquela cidade. Menos hoje. Hoje todas as lembranças de Yifan acordaram comigo. Todas as brigas e os piores momentos do nosso namoro vieram como um furacão e isso me devastou. Eu queria estar em casa, jogado na cama me acabando em chocolate, mas ainda tinha um dia inteiro pela frente.

— Caralho, é hoje! Meu aniversário vai ser muito foda. Você vai, né? — puta merda. Como esqueci da festa? Chanyeol falou disso a semana inteira, mas toda minha melancolia de hoje me fez só pensar em Yifan e em todas as babaquices dele. Mesmo sem muita certeza e com zero vontade, respondi — Claro, eu vou sim.

— Aconteceu alguma coisa? Sua cara não tá muito boa. — Jongin apareceu quando Chanyeol saiu perguntando para o resto da sala se iriam à sua festa.

— Ah, só acordei pensando demais em umas coisas de Seul.

— Hm, sei como é, todo mundo tem dias assim. Você quer falar sobre isso?

— Não, não mesmo... — ele deu uma risada compreensiva e fofa — Tudo bem, então. Mas você vai a festa mesmo, né?

— Não sei, tô meio desanimado, mas acho que vou sim.

— Vai, vai sim. Vai ser legal, sério. — seu tom transformava a frase em um pedido e nós dois ficamos tímidos.

O tempo passou lentamente, como se aquelas horas na escola fossem dias. Mas, enfim, terminaram, e eu pude ir para casa conversar com meus amigos.

— Você não parece bem, Baek. O que foi? — Jongdae perguntou depois de meia hora. Mesmo sem ter falado nada, eu queria que eles percebessem, eu queria falar sobre isso. — Eu não tô mesmo...

— Baekhyun, só me diz que você não fez outra burrice.

— Não, Kyung... Antes fosse.

— O que aconteceu, Baek?

— Yifan. Acordei pensando nele.

— Tá. Na verdade, seria até melhor que fosse um outro motivo. Mas porque isso depois de tanto tempo?

— Eu... Eu já não sinto mais saudade dele, sabe. Antes eu ficava mal pensando em tudo de bom, no que poderia ter sido; mas hoje foi diferente. Eu acordei lembrando de todas as coisas ruins, voltei nos gritos e nas discussões, e a cada momento que eu lembrava, parecia que eu tava revivendo aquilo. Todo nervoso, todas tristezas e humilhações, eu senti tudo de novo.

Do outro lado, Jongdae tinha a cabeça baixa como se estivesse assimilando tudo, e Kyungsoo suspirava sem saber o que falar. Ele buscava as melhores palavras, mas não era preciso. Os dois já faziam o que eu mais precisava deles: me ouvir.

— Eu fico tão puto por você estar passando por isso, ainda mais tão longe.

— Toda vez que eu vejo aquele babaca, tenho vontade de socar- — Kyung fitou Jongdae com um olhar repreensivo, imediatamente o fazendo parar de falar, me deixando confuso.

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