Capítulo 8

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"Caras pessoas do mundo

Eu, Willy Wonka, decidi permitir cinco crianças a visitarem minha fábrica este ano. Essas cinco, sortudas, crianças serão guiadas por mim e vão aprender todos os segredos e magias da minha fábrica[...]"

Quando Arthur Slugworth leu este anuncio roubado por Prodnose, suas esperanças de ter achado o momento perfeito para ter a fábrica sob seus comandos foram reacendidas. Há anos os doces saíam da Wonka's Candy Company, mas durante muito mais tempo, ninguém entrava por aqueles portões.

Prodnose aguardou alguma reação de seu chefe. Havia roubado aquele anuncio antes do raiar do dia, quando saiu para comprar o dejejum de Arthur. O frio do dia descolou uma das pontas e arrancar o restante fora fácil. Depois, com os dedos quase congelados, correu até a casa do vilão e entregou-lhe o papel sem lembrar-se de que precisava, antes, ter comprado o alimento matinal.

Arthur, olhou para o capanga. Os olhos brilhantes e pedintes, como um cachorro implorando para que dividisse a comida com ele, lhe irritou. Então, para livrar-se do capanga, a única coisa que Arthur fez, foi questioná-lo sobre o café da manhã.


Compreensão


- Devo dizer, William, que eu já não imaginava um dia verdadeiramente conseguir entrar nesta fábrica.

Slugworth comentou enquanto seus pés tilintavam contra o chão da fábrica. Estava bem mais calmo e animado por finalmente conhecer os aposentos pessoais de Willy Wonka sem a companhia irritante de seus capangas.

- Mas, agora que estou podendo andar calmamente por aqui, devo dizer que fico mais curioso em saber como é seu quarto do que o restante da fábrica.

O estômago de Willy estava embrulhado desde o momento em que deixou Charlie. Sua mente caçava toda e qualquer oportunidade de avisar alguém sobre o que estavam passando e assim poder se livrar daquele carrasco, mas quando escutou que Arthur queria conhecer seus aposentos pessoais e quando finalmente percebeu para onde estavam caminhando, o chocolateiro sentiu o estômago congelar e os joelhos fraquejando.

- O que teria de tão interessante em meu quarto?

O novo dono parou em frente à porta que ocultava a ala de descanso, o mesmo lugar onde Willy Wonka e Charlie Bucket dormiam há anos. Ele sabia o que havia ali atrás, pois havia decorado o caminho que levava aos quartos após ler no mapa que ficava na sala dos mapas.

- Você é um gênio, William. – Os dedos de Arthur pousaram sobre a maçaneta. – Eu quero saber o que te faz ser este gênio. Eu quero devorar essa essência, suga-la, torna-la exclusivamente minha.

Se Willy pudesse ver o sorriso que Slugworth deu, talvez ele desistiria naquele momento. A ganancia é um dos sentimentos mais cruéis que existe, pois cega quem o carrega e desanima quem o encontra. É a ganancia que desune, que faz a falta ter presença tão forte na humanidade.

Mas ele não o viu e por isto, apesar de sentir medo do que estava para lhe acontecer, o chocolateiro conseguiu focar em seu plano principal. Já tinha uma parte pronta, só precisava saber o que fazer em seguida.

Em sua mente, tinha planejado avisar seu pai, aquele que fora fiel a promessas feitas quanto o chocolateiro era um pequeno garoto esquelético e portador de um enorme aparelho ortodôntico. Aquele velho homem que tinha criado Willy longe dos doces, era sábio e astuto e poderia ajudar Willy a ter a fábrica de volta com uma solução adulta.

Precisava, então, escrever uma carta e faria isso após Arthur dormir ou enquanto estivesse no banheiro, mas a parte de enviar lhe seria necessário um pouco de esperteza e mais sorte do que ele possuía sozinho.

Charlie sumiuOnde histórias criam vida. Descubra agora