- Sejam bem vindos à competição que dirá quem será o novo dono da minha criação.
Enquanto Willy Wonka falava, a magia acontecia. Ele sabia como gesticular, sabia como encantar cada um para que ficassem calados ao ponto de sua voz ecoar por cada um deles.
- Os dois competidores são Arthur Slugworth e Charlie Bucket. Cada um prepara uma receita a sua escolha e contam, em suas bancadas, os utensílios e ingredientes necessários para fazerem-na. Poderão utilizar qualquer objeto que tenham consigo e em suas bancadas, mas não poderão pedir nada emprestado e nem mesmo trocar nada.
Charlie mordeu o lábio inferior.
Não era o mais ordeiro ao cozinhar e não costumava fazer coisas bonitas, mas sempre fazia algo gostoso. Enquanto Willy explicava tudo o que ele já sabia, repassava a receita em sua mente. Era simples, não demorava a ser feita, mas só daria certo se fizesse tudo no tempo certo.
- Cinco pessoas serão escolhidas, uma por Arthur, uma por Prodnose e uma por Fickelgruber, que representam os desafiantes.
O herdeiro ergueu a cabeça. A cidade gritava. Ele piscou os olhos e tentou entender o que estava acontecendo.
"É injusto!"
"Marmelada"
"Eles vão vencer assim!"
Willy esperou um pouco, torcendo para que a cidade se calasse e deixasse que ele continuasse, mas quando não ocorreu, ele bradou:
- Caras pessoas do mundo!
Charlie viu a magia voltar. Todos se calaram como se não houvessem escutado nada antes e como se não estivessem bravos com a vantagem dos adversários.
- Eu, Willy Wonka, escolherei um dos jurados e Charlie Bucket o outro. Estas cinco pessoas decidirão quem merece ser o detentor da fábrica ao meu lado.
Os competidores teriam uma hora e vinte minutos para realizar a sobremesa. Dois jornalistas seriam escolhidos para ficarem dentro, acompanhando as receitas e garantindo que nenhum dos dois competidores iriam roubar, mas não poderiam ficar muito perto, pois as receitas não poderiam ser copiadas.
Willy puxou o relógio de bolso.
- Assim que a igreja matriz der sua última badalada das nove horas, começaremos a competição.
Atrás dos dois competidores estava o cronometro. Prodnose deixou seu posto e foi até a grande máquina para inicia-la assim que Wonka lhe desse a permissão.
Willy parecia esconder os olhos sob a cartola, quando girou no eixo ao primeiro badalar. Ele queria correr com Charlie para dentro da fábrica e se trancar lá para sempre, nunca mais sair daquela construção que ele fizera há tanto tempo. Ele queria fugir, parecer um covarde, ser um covarde.
A última badalada ecoou. A cabeça do criador da fábrica Wonka desceu tão sutilmente que quase ninguém percebeu. Mas Prodnose viu. Prodnose viu toda a angústia que aquele chocolateiro carregava em seu peito e apertou o botão que deu a largada. O relógio soou como uma sineta que anuncia a hora de ir para o recreio e então começou a correr.
Buzina
Willy Wonka lembrava-se do primeiro doce que havia comido, mesmo que nunca fosse revelar para ninguem. Lembrava-se do primeiro doce que fez, do primeiro doce que deu errado, do primeiro doce criado do zero.
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Charlie sumiu
FanficQuando Charlie Bucket desaparece misteriosamente e apenas uma carta estranha é encontrada por Dóris, Willy Wonka começa a se preparar para o pior. Reconhecendo a letra de seu arqui-inimigo Arthur Slugworth na misteriosa carta, Willy sabe que uma gr...