Noite XIII

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 MADELIENA

Belledisse não permitiu que comparecêssemos a reunião. Depois do que aconteceu na floresta, ela não quer nos envolver com os vampiros. Pergunto-me por que ainda estávamos ali. Se não éramos necessárias, deveríamos voltar para o clã. O pensamente fez meu corpo estremecer, eu não queria ir embora, não agora. Não estava pronta para deixa-lo ainda. Meu desejo por ele ainda me consumia, o que era estranho, quanto mais ficávamos juntos, mais eu o desejava. Eu o queria para mim, mas sabia que tal coisa era impossível. Quando as vinte noites terminassem, seguiríamos caminhos diferentes. Eu voltaria para o meu pequeno mundo, e ele voltaria para o mundo que eu desejava conhecer. Eu o invejava por isso.

— Estou com fome — Benna anunciou para todas na sala. Katherine a encarou com as sobrancelhas franzidas.

— Eu também — resmungou Tey, encarando o fogo que queimava na lareira. — Vá buscar comida para nós — pediu para Benna que bufou.

— Katherine fará isso — anunciou. Katherine cruzou os braços finos.

— Não vou, não — rebateu, se deitando na madeira quente da sala. Encostada na parede de gesso gelado, decidi me levantar.

— Eu vou — anunciei. Tey sorriu calorosamente para mim. Benna apenas me encarou antes que eu saísse da sala iluminada pela chama da lareira.

Eu faria qualquer coisa para sair daquele lugar sufocante. Caminhei até a cozinha e preparei um lanche para as outras. Esquentei a água e fiz um chá de ervas. Enquanto arrumava os pratos na bandeja, não me virei quando senti uma presença atrás de mim.

— Você não deveria estar na reunião? — Quebrei o silêncio.

— Tristen está me substituindo — respondeu, se apoiando na bancada ao meu lado. Não me virei para encara-lo, continuei servindo das xícaras e preparando a bandeja de prata. — Quero falar com você — declarou, com a voz firme.

— Estou ouvindo. — para minha surpresa, ele me tocou. Segurou meu ombro e me virou para encara-lo. Mesmo com o vestido entre sua pele e a minha, ele era frio. Mais frio que Tristen.

— Eu peço desculpas pela dor que Victoria lhe causou — anunciou, com os olhos vermelhos fitando meu véu branco. — Ela não tinha nenhum direito de ataca-la daquela forma. — Sua mão continuava repousada em meu ombro.

— O que ela era para você? — questionei. Os traços dos seus rostos eram muito parecidos. Mas Turno tem características serias e madura. Um homem formado com o tempo. Diferente de Victoria, que parecia usar sua beleza como uma arma e manipulação.

— Alguém importante para mim.

— Não pedirei desculpas pelo que fiz a ela — avisei, deixando-o pensativo. Logo em seguida, um pequeno sorriso surgiu.

— Não esperava isso. Mas eu ainda espero que você aceite minhas desculpas. — Olhei para os seus dedos acariciando meu véu.

— Posso aceitá-las se me der algo em troca. — Lentamente, ele recolheu a mão. O sorriso simples continuava marcado em seu rosto.

— O que quer de mim? — perguntou com leve curiosidade. Pensei no que ele poderia me dar, nas informações que eu poderia arrancar daquele vampiro. Coisas que alimentariam minha curiosidade sobre o mundo lá fora, porém, minhas próprias palavras me traíram.

— Quero o seu verdadeiro nome. — No começo, eu acreditava que Belledisse sabia o nome daquele vampiro de cabelos brancos, que ela possui poder sobre ele. Eu era tão tola.

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