Noite XII

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TRISTEN

— Então é isso? — perguntou Belledisse, seriamente. — Ela não quer falar? — Olhei para o Marco, que tinha o rosto sério.

— Não — respondeu ele, sem hesitação. — Ela se recusa a confessar o motivo do ataque. — Os dedos finos do Marco batiam contra a madeira da mesa.

— Dois minutos com ela e eu posso fazê-la dizer qualquer coisa. — A tensão naquela sala era sufocante e irritante. Victoria havia estragado tudo. Como sempre fazia.

— Você terá a execução dela está tarde Belledisse. Isso já não é o suficiente? — Analisei as sombras dançando ao seu redor. Seus olhos negros brilhavam em fúria.

— Não — gritou ela, fazendo todos na sala paralisarem. —Eu quero saber do por que ela atacou minha irmã. — Belledisse levantou, Marco fez o mesmo. Suas unhas pintadas de vermelho arranhavam a mesa de madeira escura. Encarei as outras bruxas na sala. Todas continuavam em silêncio.

— Já tentou perguntar a sua irmã o que aconteceu? — A voz de Marco continuava calma. — Ela deve saber de alguma coisa. — Belledisse ficou em silêncio. Passaram-se alguns minutos antes que ela começasse a falar em um idioma desconhecido para mim. A mulher ao seu lado lhe respondeu.

— Essa reunião está encerrada — declarou friamente. — Quero aquele verme em frente à mansão em duas horas. Se tentarem ajuda-la de alguma força... — Ela sorriu, deixando Marco desconfortável. — Nenhum de vocês conseguirá sair dessa mansão com vida. — Belledisse e suas irmãs saíram da sala rapidamente.

Com um aceno, todos os outros deixaram a sala. Analisei cada um deles saindo em silêncio. Um som alto chamou minha atenção. Virei-me e dei de cara com o Marco jogado na cadeira, suas mãos pálidas escondiam seu rosto bonito.

— Não foi tão ruim — comentei, seus olhos vermelhos me encararam. — Isso pode ter fragilizado a confiança dela, mas a trégua ainda está de pé. Isso é uma coisa boa. — Marco limpou a garganta e passou os dedos entre os cabelos brancos e finos.

— Por favor, apenas vá embora — pediu, com a voz rouca. Mesmo que ele tentasse de todos os modos esconder sua angustia e sua tristeza, aquilo nunca adiantaria. Pelo menos, não funcionava comigo. Levantei e deixei a sala, não quero vê-lo daquela maneira. Não uma segunda vez.

~~*~~

MADELIENA

— Está pronta para falar a verdade? — Encarei os olhos negros de Belledisse.

— Eu já disse a verdade irmã — menti facilmente. Era como se nada pudesse me atingir, meu corpo estava curado e minha mente estava clara e ativa. Minha magia parecia queimar de dentro para fora. Era uma sensação maravilhosa. Algo que nunca havia sentido em toda a minha vida.

— Eu não acredito em você — retrucou, friamente.

— Suas palavras me magoam irmã. — Mordi o lábio, escondendo um sorriso involuntário. — Eu nunca, jamais, mentiria para você. Por que eu faria uma coisa dessas? — perguntei, fazendo Agnes que segurava meu pulso falar:

— Porque está escondendo alguma coisa.

— Não a motivos para eu esconder nada de minhas irmãs — menti novamente. Antes, quando eu mentia, eu sentia minhas forças indo embora, era doloroso e cansativo. Mas agora, tudo o que eu conseguia sentir, era meu coração batendo com força e o gosto de Tristen em meus lábios. — Por que não acreditam em mim? — questionei, com a testa franzida.

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