Capítulo- 2

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Bati três vezes na porta e nada, nem sinal dele.

Grito pelo seu nome e continuo sem respostas.
Onde ele se meteu?

— Senhorita Jade, precisa de ajuda?

Quando me viro vejo George, o mordomo.

— Olá George, o senhor viu o meu irmão por aí?

— Se ele não saiu, provavelmente está na biblioteca com a Lady Catarina.

— Obrigada George.
Nem deixei o coitado ter a chance de responder, saí correndo em direção à escadaria.

George me dá arrepios, e Christian caçoava de mim sempre que podia por conta disso. Talvez seja a sua aparência, já que ele é assustadoramente pálido, alto e magro, mas são os seus olhos pretos e profundo que mais tiram o meu sono.

Atravesso os corredores com passos acelerados, então entro na biblioteca sem bater.

Ouço minha mãe resmungando.  Então me deparo com uma quantidade considerada de livros dentro da mala de Christian.

— Nossa, você vai levar a biblioteca inteira para o palácio?

Mamãe bufa e diz —  Eu disse a mesma coisa.

Christian revira os olhos e diz por fim. — Uma boa história vai me livrar de conversas vazias e sem profundidade. 

— Não seja bobo, com tantas atividades acho difícil encontrar algum tempo para leitura.

— Aí que você se engana, eu não sou obrigado a participar das atividades.

Mamãe se aproxima e diz. — Você não é obrigado, mas vai participar de toda as atividades que eu mandar.

Eu tento segurar a risada, mas a reação do meu irmão não poderia ser mais engraçada.   É nítido a indignação dele, mas eu tenho que concordar com a nossa mãe, temos assuntos importantes no palácio que devem ser tratados com extrema atenção.

— Eu mereço. Diz ele bufando.

— Você pelo menos tem com quem conversar, eu não vejo a maioria daquelas pessoas faz tempo.

Mamãe praticamente rosnou para mim. — Não foi por falta de oportunidade.  Quantas vezes não tentei levá-la para lá?

Agora era Christian que se encontrava rindo de mim. 

— Quase me esqueci dessa sensação. 
Os dois viraram-se para mim com uma expressão curiosa então prossigo com minha fala— Esse frio na barriga, as incertezas, os protocolos .... tenho medo de acabar com tudo.

Mamãe se aproxima de mim, tocando meu ombro.  Sinto um conforto com seu toque.  Sorri para ela. 

Chris se aproxima e diz calmante. — Estaremos contigo, não precisa ficar insegura. Tenho certeza que independente de tudo, ficaremos bem.  

Vou até ele, envolvendo-o em um abraço forte.

Ele é uma cópia do meu pai.  O cabelo bagunçado, os olhos verdes, e a pele bronzeada.  Mas a sua personalidade ... me faz lembrar o nosso falecido avó.  Inclusive seu abraço apertado, que me faz sentir completamente amada.

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O senhor Travis é um verdadeiro tédio, quase agradeço aos céus quando ele termina a aula antes do previsto.

Peço para minha governanta trazer guloseimas, mas só foi uma desculpa que eu achei para conseguir juntar ela com o meu professor, pois sei que ele gosta dela, e ela dele.  Como os dois não tomam partido, talvez seja uma boa deixá-los conversando a sós por um tempo. 

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