Capítulo - 5

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Assim que abro meus olhos demoro um pouco para raciocinar aonde estou.

Minha dor de cabeça não passa, estou com ressaca, meus olhos estão inchados e minha perna não para de formigar.

Beber não foi uma boa ideia, mas acho que ninguém ligou muito para isso, já que todos pareciam um tanto alcoolizados também.

Não me senti bem,  não gostei das palavras desprezíveis de Cíntia e muito menos dos olhares cheios de julgamento.  Tentei disfarçar em meio aos sorrisos, mas sei que no fundo quem olhasse atentamente veria uma garota assustada. 

Eu poderia ter evitado beber, mas no fundo sabia que sem o álcool eu não aguentaria passar mais um minuto sequer naquele salão.

Talvez seja o medo, não saber como serão as coisas daqui para frente. 

Por mais que eu tenha um rostinho bonito, tem coisas em mim que incomodam muito. Digamos que eu não sou uma pessoa fácil de se lidar ou até mesmo engolir.

Sempre gostei de fazer as coisas do meu jeito. Ser eu mesma pode custar o meu futuro e o da minha família, mas se eu me mascarar, fingindo ser alguém que não sou... seria como matar a minha alma.

E eu não estou disposta a perdê-la. 

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Ao lado da cama tinha um bilhete com instruções caso eu precisasse de ajuda.

No bilhete tinha o nome da minha ajudante, com uma foto dela ao lado.

Ela está linda na foto, seu cabelo está castanho avermelhado, com um sorriso encantador, porém a figura da foto não parece compactuar com a figura que eu vi pessoalmente. É como se o brilho fosse tirado dela.

Ouço uma batida na porta.

Eu não preciso abri-la para saber que Christian veio me perturbar logo cedo.

Abro e já vou logo dizendo.

— Por favor diga que a noite passada foi um surto da minha cabeça.

Faço um gesto com as mãos para ele entrar.

Ele beija a minha bochecha e me entrega um copo com um remédio. — Acho que está mais para um surto coletivo.

Ele boceja e se joga na minha cama. Ele parece mais avoado do que de costume.

Me embrulho em um robe de cetim rosa.

Christian se levanta da cama e anda de um lado para o outro, olhando tudo nos meros detalhes. Quando de repente um tom de revolta sai de sua boca. — Seu quarto! Ele é bem mais legal que o meu.

— O que tem de errado com o seu aposento?
Falo enquanto coloco o remédio na boca.

Ele bufa e cruza os braços.
— Você pelo menos tem prateleiras para colocar vossos livros, o máximo que eu tenho é um quadro de um velho fingindo estar lendo um livro. Ele faz uma careta ao lembrar do quadro — É apavorante.

Engasgo com a bebida enquanto tento manter a postura, mas falho miseravelmente rindo da situação. Falo em meio as risadas. — Desculpa, desculpa, mas é engraçado sua indignação.
Tento limpar o rosto na minha camisola, mas desisto por conta do tecido fino.

— Você é nojenta.  Ele fala em tom de brincadeira, então me entrega um lenço para limpar meu rosto.

— E você é um teimoso! eu avisei que não teria lugar suficiente para colocar todos aqueles livros.

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