Henry, que por sua vez nunca sentira algo tão prazeroso em sua vida, sentiu como se flutuasse, não queria jamais acordar daquele sonho. Pitter também estava assim, porém o que o menor não sabia é que mesmo aquele beijo sendo tão prazeroso, suas verdadeiras intenções não eram nada boas.
Henry entrou na cabine de onde Pitter saíra, arrastando o menor ainda preso por seus lábios vorazes e sedentos, prensou Pitter na parede e desceu lambendo seu pescoço. Estavam excitados, vermelhos de desejo, transpiravam por todos os poros.
Henry segurou com as duas mãos fortes e grandes a cintura demasiadamente fina de Pitter e esfregou a sua pélvis contra a do garoto, seus membros estavam rijos, era perceptível isso. Henry se descolou do menor, segurou seu rosto com as duas mãos e o fitou com intensidade, respirações alteradas, corações disparados.
— Você é tão delicioso, Pitter! — disse encostando sua testa na de Pitter. Seu hálito com cheiro de menta era delicioso e viciante para Pitter.
— Eu não entendo. — Pitter falou quase num sussurro.
— Eu te desejo. Eu sempre te desejei. Eu quero você pra mim, só pra mim. — voltou a colar seus lábios nos de Pitter e por lá ficaram incontáveis minutos. Não sabiam o que falar, não tinha o que falar na verdade.
Henry saiu primeiro, disse que era para Pitter sair depois para não desconfiarem, queria continuar a ficar com Pitter, mas teria que ser tudo escondido, ele tinha uma reputação a zelar e Pitter entendeu. Qualquer absurdo que Henry falasse ou pedisse, Pitter consentiria. Não dizem que o amor nos deixa cego? Pois acho que a paixão desenfreada te deixa sem todos os 5 sentidos, até o 6°, considerado por esse que vos fala o mais importante, a intuição. Pitter teve “disso” mais cedo, mas esse sentido foi ofuscado totalmente por esse fogo que queima descontroladamente.
Mais tarde Pitter saiu aéreo do colégio, estava em outro mundo, outra dimensão, nunca esteve tão feliz assim desde... desde nunca!
Isso, Pitter nunca esteve feliz em toda sua vida, queria nunca mais acordar daquele doce sonho.
Seguiu para casa, entrou em seu quarto e trancou a porta, tirou toda sua roupa e seguiu para seu banheiro, ligou a ducha e deixou-se lavar pela água quente que saía pelos pequenos furos daquela ducha. Pitter tocava seus lábios lembrando dos beijos quentes de Henry, seu membro endureceu sem ele precisar tocá-lo, e ele não se conteve e masturbou-se com intensidade, sujando todo o vidro do seu box. Imaginava Henry lhe tomando com gosto, com fúria, com paixão. Pitter estava apaixonado, tinha certeza, “Estou amando, e ele me ama também”, pensou sorrindo com sigo mesmo.
***
Henry estava pouco atordoado, foi para sua casa e entrou no seu quarto pouco bagunçado. Pôsteres de mulheres peladas enfeitavam suas paredes, assim como troféus e medalhas. Tomou um banho frio, tentando abaixar sua excitação, fracassou, tentou não pensar nos beijos daquele moleque franzino “Que boquinha gostosa, imagina ele chupando meu... Não! Não, não, eu não posso, eu não posso!” tentou ao máximo tirar aqueles pensamentos de sua cabeça, não conseguindo. Por fim, acabou se tocando e gozou pensando na boca do menor em seu membro.
Estava ainda atordoado, entrou nessa por dinheiro, uma aposta escrota com os outros de seu grupo. A aposta? Transar com o garoto estranho e filmar para provar que o fez, em troca ganhava 500 pratas.
Henry tinha um ego muito grande e quando era desafiado não perdia nunca, o que lhe rendeu posto de capitão do time de futebol americano. O que não sabiam é que Henry sempre nutriu uma certa admiração pelo menor que se vestia esquisito.
Ele sempre teve desejo por garotos, porém sabia mascarar muito bem seus sentimentos, atacava o menor para provar a si mesmo que era mais homem que ele. E isso, obviamente, não era verdade, pois suas atitudes mostravam o contrário.
Agora não tinha mais volta, iria até o fim com essa aposta, de qualquer modo ele teria que provar para seus “amigos” que era capaz de humilhar um viadinho qualquer. Ele o faria, "definitivamente não tem mais volta", assim ele pensava.
Durante semanas Henry seduziu o garoto, seus beijos eram urgentes, ele sempre arranjava um modo e um lugar para ficar com o menor. Pitter estava cada vez mais apaixonado, Henry também estava, porém não admitiria nem sob tortura, embora o fizesse todas as vezes para o menor.
— Eu te amo Pitter, vamos viver juntos para sempre, teremos uma casa grande, iremos adotar duas crianças e vamos ter um cachorro também. — dizia ele para enredar cada vez mais o menor.
— Eu quero Henry, quero viver ao seu lado, mas acho que isso não será possível. — Henry estremeceu, teria o menor descoberto seus planos?
— Como assim Pitt?
— Você não vai assumir que me ama, você não deixará de viver sua vida pra ter alguma coisa concreta comigo. — então Pitter não era tão bobo assim... bom, talvez não.
— Pitter, olha pra mim. — segurou o rosto do menor o fazendo olhar pra ele — O que nós temos é concreto, eu te amo, você me ama, só temos que esperar mais um tempo, eu irei conseguir uma bolsa em uma faculdade boa através do time de futebol, depois que eu estiver formado e em um emprego bom, nós vamos nos casar, e assumir nossa relação pra quem quer que seja, seremos donos do nosso próprio nariz. Já falei que iremos nos casar em uma praia, né? Ao pôr do sol? — Pitter riu de felicidade com aquelas afirmativas, poderia sim ser feliz, ao lado de seu amado.
Pobre garoto, não imaginava que em poucos dias seus piores pesadelos se tornariam realidade, seus temores se tornariam concretos, e seu algoz era justamente a pessoa a quem ele mais amava na face da terra.
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Essência Provada
Romance"Acordou naquele dia com o pensamento de como se algo em sua vida fosse mudar. Tinha razão de pensar assim. Não era uma simples sensação, o mais breve a tardar teria a constatação." Pitter é um rapaz introspectivo que tem sua vida virada de cabeça p...