"Acordou naquele dia com o pensamento de como se algo em sua vida fosse mudar. Tinha razão de pensar assim. Não era uma simples sensação, o mais breve a tardar teria a constatação."
Pitter é um rapaz introspectivo que tem sua vida virada de cabeça p...
Saiu cambaleando pela rua, não sabia para onde iria, não sabia como sobreviveria, chorava copiosamente. Andou por horas a fio, não sabia sequer onde estava, já era noite e fazia bastante frio, uma chuva fina caia, Pitter sentiu algo em seu bolso vibrar, era seu celular, nem lembrava que estava em seu bolso, retirou e atendeu sem olhar o identificador.
— Alô Pitter? Como você está? — perguntou uma Haley muito preocupada.
— Estou fodido, literalmente! Não tenho mais casa, roupas, não tenho dinheiro e nem sei pra onde ir, hehe. — riu totalmente sem graça, continuava atordoado.
—O QUÊ? — gritou — O que você está querendo dizer Pitter? Não brinque. — Haley se alterou por um instante.
— Meu pai viu o vídeo, me enxotou para fora de casa sem nada a não ser a roupa que estou usando. — ele fungou e deu um suspiro. Haley estava perplexa, tentava raciocinar e falar alguma coisa ao garoto, e nessa hora ele foi atravessar a rua sem olhar para os lados e um carro lhe atingiu em cheio. Haley ouviu apenas o som de freada de carro, seguido de um som surdo de batida. O celular ficou mudo.
— Pitter? PITTER? — gritou Haley sentindo seus olhos molhados. Ela estava atônita, descobriu que seu amigo foi expulso de casa sem nada, logo depois escuta o som de um carro freando bruscamente e o celular fica mudo, o que deveria pensar a jovem garota?
Pitter ficou desmaiado no meio da rua, seu celular estilhaçado. O jovem motorista saiu desesperadamente de seu carro, por sorte conhecia primeiro socorros. Abaixou-se ao lado do garoto e tirou da frente os cabelos que caiam em seus rosto, admirou a beleza do mesmo.
Sentiu seu coração disparar, e não se sentia assim antes desde quando foi abandonado por seu namorado, e estranhou tal fato. Seu coração estava fechado para balanço fazia anos e de repente sentiu como se pudesse respirar novamente. Verificou se não havia nada quebrado e constatou que este apenas estava desmaiado, mesmo assim ligou rapidamente para a emergência e solicitou uma ambulância o mais rápido possível, sentia suas mãos tremerem, “Como machuquei um anjo tão lindo?” perguntava a si mesmo com os olhos marejados.
Logo os curiosos se amontoaram, uns viram que o motorista não tinha culpa, “O garoto atravessou a rua distraído, não tinha como desviar” disse uma mulher, que segurava sacolas de compras em suas mãos, à outra curiosa que lhe perguntou o que houve. Anthony (o motorista) olhou o celular de Pitter e constatou que este estava inutilizado, mesmo assim o guardou, o socorro demorou apenas alguns minutos para chegar. Perguntaram a Anthony o que havia acontecido e ele explicou, colocaram um colar cervical em Pitter e o puseram dentro da ambulância. Anthony avisou que seguiria a ambulância até o hospital, queria estar certo de que o garoto estava bem.
Lá rapidamente Pitter foi atendido e Anthony ficou a esperar pela conclusão dos fatos. Estava assustado, não apenas por ter atropelado alguém, mas também não sabia explicar o porquê. Talvez porque sentiu seu coração esquentar como a muito tempo não fazia, “Será que é isso que chamam de amor a primeira vista?” chacoalhou a cabeça tentando tirar tais pensamentos de si e ficou se distraindo com uma revista velha que havia ali, pouco tempo depois um médico de cabelos grisalhos veio avisar os resultados dos exames.
— Você que veio acompanhando o rapazinho que foi atropelado?
— Isso, como ele está? Já posso vê-lo? — perguntou Anthony ansioso.
— Pode sim, ele já acordou e está bem, não foi nada grave. Mesmo assim só terá alta amanhã, ficará em observação. — sorriu o médico enquanto falava. Anthony agradeceu aos céus e perguntou, mais uma vez, se podia vê-lo, o médico lhe disse o número do quarto e ele foi até ele.
Parou diante da porta do quarto de hospital e suspirou mais uma vez antes de girar a maçaneta, encontrou Pitter olhando para o nada, era mais lindo acordado que dormindo, sem dúvida, embora seu semblante fosse de tristeza, “O que aflige o coração desse pequeno? Que vontade de cuidá-lo”, Pitter notou a presença daquele jovem no quarto que lhe olhava com ternura, ficou curioso “Quem será? Não está vestido como médico”, os olhares se cruzaram e o restante de gelo que cobria o coração de Anthony se derreteu.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Gente!! Só drama até aqui, né? hue. Mas eu prometo que agora as coisas começam a mudar para Pitter, não desistam ainda. Beijos.
