Capítulo 11

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Anthony chegou em seu apartamento juntamente com Pitter, estava feliz, apesar das circunstâncias. Pitter estava aliviado por não precisar morar na rua e Anthony finalmente iria ter companhia em casa, já que morava sozinho há muito tempo. Ele levou Pitter até o quarto de hospedes e disse para o garoto descansar, deixou Pitter se habituando ao local e saiu em direção a cozinha. O garoto estava ainda tão frágil e abalado com os últimos acontecimentos que não conseguiu conter as lágrimas, se encolheu na cama macia e em pouco tempo adormeceu.

Anthony resolveu limpar o apartamento, tudo com menos barulho possível, botou roupas leves e começou a pequena faxina. Tinha agora um hospede em casa, não poderia parecer desleixado. Tudo neura da cabeça do jovem rapaz.

Anthony apesar de novo, 23 anos, era bastante responsável, morava sozinho desde os 19, quando seus pais morreram em um trágico acidente de carro, cursava direito e fazia estágio em um escritório de advocacia, era um bom funcionário e teria um futuro brilhante como advogado, assim dizia seu patrão, por sorte tinha aquela semana livre do trabalho, o escritório passava por uma pequena reforma, teria que voltar as atividades dali a duas semanas, tempo suficiente para conhecer melhor o jovem Pitter, mas achava desnecessário, poderia dizer a si mesmo que conhecia Pitter de outras vidas, era incrível a afinidade que sentiu com o menor.

Terminada a limpeza em seu apartamento resolveu fazer algo para os dois, a vida de solteiro ensinou a Anthony como se virar sozinho. Ele aprendeu muito bem a cozinhar, e era parabenizado por seus amigos por seus pratos. Fez uma simples macarronada com um molho branco, sua especialidade e um mousse de frutas vermelhas que deixava qualquer um querendo mais. Já era noite e em poucos minutos Anthony teria que ir para faculdade, resolveu, então, acordar o jovem Pitter para comer e lhe avisar que sairia logo mais. Entrou no quarto escuro e aproximou-se da cama, sentou próximo a Pitter e alisou seus cabelos negros e lisos, não quis parecer invasivo por isso levantou-se e chamou seu nome duas vezes antes do garoto acordar atordoado.

— Pitter, vim lhe chamar para comer um pouco. Daqui a pouco estou indo para faculdade e você ficará sozinho, a casa é sua, sinta-se a vontade OK. — Pitter bocejou, esfregou os olhos e deu um sorriso tímido para Anthony.

— Tudo bem, Anthony, vamos comer agora? Estou com fome. — sentiu seu estômago se apertar. Ele nem lembrava qual foi a última vez que comeu direito.

— Sim, sim! Tome um banho, deixarei umas roupas minhas que devem te servir. O banheiro é ali naquela porta, lá tem tudo que precisa. Eu te espero na cozinha, tudo bem? — Pitter assentiu com a cabeça e Anthony foi para seu quarto pegar roupas que servissem em Pitter. Por sorte, tinha roupas de quando ainda não malhava em academias, serviriam em Pitter. Pegou toalhas e levou para o quarto, escutou o barulho do chuveiro ligado, deixou as roupas em cima da cama e avisou que já estavam lá e saiu fechando a porta.

Pitter banhou-se devagar, sentindo a água quente levar embora a tensão de todo um dia de seus omros. Mentalmente ele fez una oração agradecendo a Deus por existir pessoas boas no mundo.

Ele saiu do banheiro enrolado em uma toalha que lá se encontrava, enxugou os cabelos em outra que Anthony havia posto em cima da cama e vestiu uma bermuda que ficou um tanto folgada, nada de mais, e uma camisa que ficou larga, essa sim parecia ser de vários números acima do seu. Olhou-se no espelho e riu, o primeiro sorriso sincero do dia, arrumou o cabelo como pôde e saiu a procura da cozinha, foi fácil achar, o cheiro que vinha de lá era ótimo, fez mais uma vez seu estômago roncar. Anthony o olhou de cima a baixo, fazendo Pitter corar, e depois riu. Era deveras engraçado ver Pitter com suas roupas, e diria a si mesmo... excitante.

— Desculpe, mas você ficou engraçado com minhas roupas. — disse Anthony mordendo o lábio inferior, tentando conter o riso.

— Tudo bem, até eu achei engraçado, o que temos para comer? — perguntou tentando mudar de assunto.

Anthony mostrou tudo que preparou e sentaram-se à mesa. Jantaram juntos conversando sobre as atividades do moreno que logo depois se foi pra faculdade. Ele estava feliz, sim. Estava feliz, como a muito tempo não estava, a sensação de não estar tão sozinho no mundo era ótima.

Os pais pais de Anthony morreram quando ele ainda era um jovem saindo da adolescência, deixando-o com uma boa herança, desde então ele vivera sozinho e triste.

Seu primeiro amor o abandou quando ele tinha 18, Anthony ainda não tinha se curado da tristeza de perder o amor de sua vida quando seus pais se foram. Ele entrou em depressão e com ajuda profissional teve forças para poder sair dela. O primeiro passo era o mais difícil: admitir a si mesmo que estava doente e procurar ajuda. Seu amigo Mathew o ajudou bastante nessa fase. O mesmo Mathew irmão de seu, agora, adorado Pitter.

Vejam como o mundo é pequeno, ele cabe na palma de sua mão, você decide o que fazer com ele!

Vejam como o mundo é pequeno, ele cabe na palma de sua mão, você decide o que fazer com ele!

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