Capítulo 7: First chance at second base

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ALFONSO

Sabe quando a gente é criança e está andando de bicicleta e consegue pressentir o momento em que vai cair? Toda a sua vida passa em um segundo pela sua cabeça e você revive os seus grandes momentos, ou os seus "Maiores Sucessos" como naquele episódio de Lost que fez todo mundo chorar até mesmo o cara mais machista e ogro. Mas não é exatamente desse momento que eu quero falar. Vamos nos focar no momento anterior a esse, o momento em que você tira o pé do freio e percebe o inevitável. Então, o que você faz? Aceita o inevitável ou tenta contornar o inevitável? Vamos além: Supondo que o inevitável seja o Triângulo das Bermudas, você o contornaria com seu barquinho frágil mesmo sob o risco de naufragar?

Ok. Ok. Você não deve estar entendendo nada... mas foi por culpa desse dilema que eu me enfiei na roubada que estou agora. Meus amigos, essa é a estória de como, bem no meu aniversário de 18 anos, eu acabei dando uns amassos na namorada de um amigo OU se preferir, como eu beijei a Annie depois do fiasco do nosso primeiro beijo embaixo daquela escada há tantos anos atrás.

E pra que vocês entendam melhor, achei melhor começar exatamente onde tudo começou: Quando meu colega de banda Kuno Becker convidou a minha melhor amiga pra sair:

— E vocês decidiram esquiar? – olhei pra ela, depois de pegar uma lata de Coca-Cola na máquina da cafeteria. — Annie, você odeia esquiar! Lembra como foi em Telluride? Você quis me matar no hotel...

— Eu sei... mas ele insistiu tanto. Eu não podia recusar pela terceira vez, mesmo que suas ideias de primeiro encontro ideal sempre envolvam esportes radicais que eu absolutamente detesto!

— Correção: Você sempre pode recusar. – foi o que eu respondi, ainda que minha maior vontade fosse dizer "NÃO SAIA COM ELE, PELO AMOR DE DEUS".

— Tá, eu sei. Mas eu gostei dele, Poncho. Acho que vai ser legal sair da minha zona de conforto e tentar uma atividade nova... vai que eu começo a gostar de esquiar. – Annie sorriu, mostrando a gengiva.

Sentamos numa das mesas da cafeteria que ainda estavam vazias e Christian e Maite chegaram logo em seguida, sentando na mesma mesa. As outras amigas da Annie tinham faltado no dia e eu agradecia silenciosamente por isso. Eu quase nunca ficava perto dela na escola quando elas estavam
por perto.

— Mane me falou de vocês, Mai. – comentei como quem não queria nada e vi minha amiga ruborizar. — Acho que vocês tem tudo a ver.

— Estamos nos conhecendo ainda, mas eu gostei dele. – respondeu Maite com um sorriso no rosto.

— Não vai ser super legal, a Mai namorando o Mane e a Annie namorando com o Kuno? – disse Chris, olhando pra mim. Era uma provocação, eu tinha certeza disso.

— Eu só tô conhecendo o Kuno, Chris... é muito cedo pra definir o relacionamento ainda. Nos vimos poucas vezes depois do show. – Annie desconversou. — Achei super legal a banda de vocês ter uma garota na bateria!

Deixe para a Annie mudar de assunto quanto lhe é conveniente! Mas não vou reclamar, falar sobre aquele "lance" entre minha amiga e meu colega de banda qualquer hora ía me causar uma tremenda indigestão.

— Susie é muito boa. Melhor do que qualquer cara que toca batera na cidade! – expliquei, com toda a sinceridade. — Foi o Kuno que a trouxe pra banda. Eles são primos de segundo grau ou algo assim.

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