ALFONSO
Era sexta-feira e eu tinha um encontro! Depois que a Sabrina veio jantar no nosso apartamento no outro dia, as coisas ficaram meio complicadas. Chegaram as provas na NYU e eu fiquei enterrado em livros de teoria musical. Quando eu não estava trabalhando no restaurante, estava na biblioteca da faculdade estudando. Foram semanas intensas.
Com isso, a gente acabou adiando várias vezes de se ver. Sabrina também era bastante ocupada no trabalho dela e como estagiária, eu entendia que ela precisava sempre mostrar muito serviço. Mas a gente continuou trocando mensagens de texto. Ela era engraçada e fácil de se levar, o tipo de garota que todo cara gostaria de ter como namorada. Não era nada parecida com a Annie, o que nesse caso era um bônus. Se eu estava mesmo disposto a tirá-la do meu coração, tinha que encontrar alguém que não me lembra-se em nada dela. Os cabelos escuros e olhos castanhos de Sabrina certamente não tinham nada a ver com as mechas claras e olhos azuis da Annie, mas o que mais me chamava atenção era sua personalidade. Onde Anahí era sarcástica, ela era simpática; se minha amiga de infância chamava atenção por onde passava, Sabrina era mais discreta, quase tímida. Tinha tudo pra dar certo, mas por que eu me sentia tão inseguro?
— Cara, se você não parar de andar de um lado pro outro desse jeito, vai abrir um buraco no chão e acabar caindo lá em baixo. Eu não vou fazer hora extra limpando o sangue do seu cadáver! – disse Christian, enquanto fritava alguns ovos e tiras de bacon para o café da manhã. — O que há com você?
Eu sentei no balcão da cozinha.
— Eu marquei com a Sabrina hoje e não sei o que vestir.
Meu amigo parou de virar os bacons na frigideira e olhou pra mim com uma cara esquisita antes de cair na gargalhada, batendo as mãos nos joelhos, mal se contendo.
— Qual é, Chris! – cruzei os braços na altura do peito e fechei a cara. — Vai rir da minha cara ou vai me ajudar?
— Eu vou rir da sua cara e te ajudar. – respondeu Chris, depois que a crise de riso finalmente passou. — Mas vem cá, por que não pediu ajuda a Annie?
— Ela não gosta da Sabrina.
— Hum.
— O que quer dizer com esse "hum"?
Chris deu de ombros, me deixando ainda mais intrigado.
— Que motivo a Annie teria pra não gostar dessa garota?
Eu não gostei do jeito como ele se referiu a Sabrina. Ela não era "essa garota", ela era a primeira mulher que despertava em mim um pouco do que eu sentia pela Annie. Eu esperava que esse "pouco" fosse o suficiente para que eu esquecesse de vez do meu amor não correspondido.
— Ela diz que que tem uma intuição sobre a Brina. Que é uma coisa de mulher e nós homens não conseguimos entender.
— Saquei. – Chris se virou novamente para o fogão.
— Mas, então? Topa me ajudar?
— Ponchito, meu amor, eu sempre topo um bom makeover!
Não fazia ideia do que Chris estava falando, mas assenti mesmo assim.
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Say no to love
FanfictionEles firmaram um pacto aos 13 anos de idade: Se nenhum dois tivesse encontrado sua alma gêmea até os 30 anos, se casariam. Para Anahí, Alfonso é o melhor amigo que uma garota podia desejar... para Alfonso, ela é a única garota que ele deseja. Além...