Capítulo 15 - Walk walk, fashion baby

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ALFONSO

Levei a Sabrina para uma pizzaria no Brooklyn. Teria que leva-la em casa depois, então preferi ficar pela vizinhança. Daria sorte de pegar o metrô aberto mais tarde para voltar ao Village.

— Esse lugar é incrível. Passo sempre por aqui, mas nunca entrei.

Eu sorri, puxando a cadeira para que ela sentasse. Queria que a noite fosse perfeita. Era o meu primeiro encontro oficial, afinal.

— Por mais que eu queria levar todo o crédito pela escolha, foi o Chris que me indicou aqui.

— Obrigada por me trazer. – ela corou um pouco, antes de perguntar. — Christian  te ajudou a se arrumar também?

— Nossa! Tá tão na cara?

Ela corou mais ainda.

— É que eu nunca te vi usando roupas assim... – Sabrina abaixou os olhos, envergonhada. — Ficou muito bom.

Foi a minha vez de ficar sem jeito e me inclinar desajeitadamente para beija-la. O beijo era calmo, sem pressa e Sabrina não usava nenhum tipo de maquiagem. Ela tinha uma beleza mais natural. Seus lábios não carregavam batom ou gloss, mas eram macios e suaves. Quando as coisas estavam ficando mais quentes e eu tentei colocar a língua em sua boca, uma tosse abafada nos interrompeu. Nos afastamos constrangidos e encaramos uma mulher loira, baixinha, que usava óculos quadrados.

— Desculpa eu interromper o, hum, jantar de vocês, mas eu não ía me perdoar se não tentasse...

Levantei as sobrancelhas, curioso, antes de perguntar:

— Sim?

— Me chamo Joanne Smith, sou fotógrafa e olheira de uma nova agência de modelos. – ela estendeu a mão para mim. — Estou na fase de recrutar novos rostos para nossas campanhas.

— Sabrina já tem um estágio. – falei sem pensar, mas logo percebi que não tinha o direito de responder por Sabrina. Ela gostava do que fazia, mas se decidisse ser modelo, o problema era dela, não é mesmo? Era sua decisão.

Eu ia me desculpar, quando Joanne me encarou e disse:

— Me desculpe, mas na verdade, gostaríamos que você fizesse um book sem compromisso. Tudo por nossa conta, claro.

Pisquei algumas vezes. Ela não podia estar falando sério.

Eu? – perguntei, pra ver se eu tinha entendido direito.

— Sim. Você tem a cara da campanha na qual estou trabalhando. – ela abriu um largo sorriso e então, enfiou a mão no bolso da jaqueta procurando alguma coisa.

Eu dei um sorriso amarelo. Sabrina nos encarava com curiosidade, enquanto tomava seu suco e Joanne esperava uma resposta. Eu? Modelo? Que tipo de piada era aquela?

— Eu acho que não levo jeito pra coisa e no momento, os trabalhos da faculdade ocupam todo o meu tempo. – respondi com sinceridade.

— Que pena. Mas vou deixar um cartão com meu contato. – ela me entrou um cartão de papel com o nome da agência, o endereço e seu telefone. — Se mudar de ideia, sabe onde me encontrar.

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