Mesmo Que O Destino Nos Separe

Não desista

     Durante aproximadamente cinco horas, eles permaneceram em silêncio, não sabiam o que fazer, o que pensar. Agora eram definitivamente, crianças perdidas em uma estrada sem rumo.
Fukase permanecia ao volante sério, seus olhos fixados na estrada a frente, mal parecia respirar, em sua mente palavras voavam a turbilhão. Ele sentia-se responsável, sentia que deveria cuidar de todos, sentia que se algo acontecesse a culpa seria dele. Nesse momento pensava no que poderia ser feito, tinha que haver uma saída, apenas uma. Tinha medo, essa emoção dominava todo seu ser, acreditava que em poucos instantes pessoas apareceriam e levariam sua família, e ele, como sempre, não poderia fazer nada além de fugir; Fukase realmente pensava isso, tudo que ele tinha feito até agora era fugir e fugir, como um rato medroso.
Hatsune olhava Luka enquanto a abraçava. Preocupava-se com a menor ao seu lado, o brilho em seus olhos havia sumido. Ela, mesmo sendo animada e confiante, estava sem esperança. Perderam seu lar, pessoas adultas que tinha mais força e ação perante o mundo, alguém que amavam e por fim toda alegria que tinha criado em volta de Luka, havia simplesmente sido sugada dela. Sentia-se culpada, havia criado uma estrela e sentia que havia a destruída. No fim seu único pensamento era que não existia mais razão.
Luka a pessoa que mais amava tinha morrido, diante de seus olhos e por sua razão. O arrependimento e angustia subiam por sua garganta a enforcando.Queria ter feito algo, qualquer coisa, tudo, teria aceitado matar para poder salvar seu amado pai. Porém não pode, apenas pode ser fraca e inútil, era isso. Era pequena, fraca, não sabia se defender, era completamente inútil. Uma pequena parte de si queria ver todos ali tendo esperança achando que tudo daria certo, contudo o ambiente estava morto, como toda a felicidade ali.
Oliver o peso na sua consciência tentava ao máximo o destruir. Sua cegueira e falta de utilidade gritavam em seus tímpanos, odiava aquilo, e o silêncio do carro apenas piorava. Ele não aguentava ser carregado por ai, apenas tendo que ser motivado e sendo sempre o primeiro a desistir. Não, ele não seria mais assim. Aprenderia a levantar sozinho, não iria mais ser levados pelos outros, esse era o momento de finalmente ser alguém:
-Vocês sabem, não é? - Oliver começou chamado atenção de todos, sem saber se todos o ouviam continuou. - Estamos perdidos, sozinhos, e por fim sem esperanças - suspirou -, contudo seria patéticos se desistimos aqui - o olharam surpreso. - Eu passei grande parte da minha vida desistindo, perdendo a esperança - bateu contra a porta do carro. - Eu estou cansado de desistir! Cansado do mundo nos tratar como lixo! Não importa quantas vezes no joguem, nos chutem ou até mesmo tente nos matar, somos uma família! Nos ergueremos juntos e continuaremos. - respirou fundo - por favor, não desistam, sei que devem pensar que são inúteis ou culpados, não são, a vida é apenas como uma correnteza, não podemos controla-la apenas aprender a lidar com os imprevistos dela. Uma vez meu - engasgou por um momento - um conhecido eu disse me, que não deveria temer, pois era um desperdício, a vida é completamente repleta de caos, se tiver medo deles e parar a cada um deles, nunca vencera. Sei que não tenho direito no momento de dizer isso, todavia quero que não tema para que juntos nos tornemos fortes. Acreditem em mim.
Nesse momento o silêncio reinou novamente, mas não por falta de falar, por milhares delas, cada personagem ali tinha uma reação diferente as palavras. Luka havia sido inteiramente motivada pelas palavras, sentia que aquilo foi dito diretamente para si, não um discurso para todos, Oliver se tornou sua nova figura paterna sem que a nova notasse. Hatsune estava orgulhosa pelo que o loiro havia declarado, nunca pensou que ele um dia fosse capaz de fazer aquilo, parecia que depois desse tempo ele havia mudado, todos haviam. Fukase estava completamente boquiaberto sem entender quem havia raptado o verdadeiro Oliver e colocado aquele clone no lugar, sorriu completamente abobado, não sabia o que dizer ou sentir apenas o encarava alegre:
-Obrigada p-Oliver - Luka foi a primeira a pronunciar-se.
-Desculpa se fez parecer que havíamos desistido ou algo do tipo - Hatsune disse envergonhada fazendo Luka sorrir.
-Oliver - Fukase disse voltando a olhar a estrada - você acha que conseguiremos?
-Se nos esforçarmos - Sorriu.
-Então conseguiremos.
A viagem a partir dai começou a melhor vagarosamente, cada um com mais esperança que o outro, mas todos a tinham.