Irmãos: parte 1.

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Aviso: esse capítulo, tais como os próximos, contiveram alguns palavrões.

O homem alto com mechas brancas nos cabelos, permaneceu parado ao lado do carro. Logo uma mulher com estatura media, cabelos brancos e roupas audaciosas saiu do automóvel; ambos não se moveram, pareciam esperar a saída das pessoas do carro.

A distância do carro deles era o bastante para que dificultasse a visão pela falta de luz, assim nem todos precisaram confronta-los. A perguntara era quem iria.

-Eu vou - Luka afirmou no banco de trás.

-Claro que não - Fukase rebateu um pouco nervoso.

-Todos aqui tem uma ficha manchada! Se eu ir posso fingir que está tudo bem - tentou argumentar.

-Não temos escolha - Oliver se manifestou -, se só um ir ele perguntar como crianças estão dirigindo, e caso eles queiram chegar as coisas podem piorar - suspirou. - A escolha mais segura e todos irem.

-Assim seriamos todos levados - Hatsune gritou em um sussurro assustado.

-Não tem como fugimos? - a rosada indagou.

-Eles ocuparam a estrada inteira, teríamos que desfiar deles passando pela mata, contudo eles ainda poderiam nos perseguir - tocou o volante do carro hesitante - e ainda mais, não sabemos se essa caminhonete velha aguenta andar na terra pura.

-Se ficarmos aqui? - sugeriu Miku.

-Eles viram - o loiro cerrou os punhos frustrado - seria melhor confrontá-los do que espera-los vir.

-Certo - Fukase acenou com a cabeça olhando para as meninas - caso qualquer coisa de errado, eu quero que vocês duas corram para mata juntas, eu e o Oliver cuidamos do resto - aquela pequena frase animou de certa forma Oliver, não pelo perigo, por não ser "eu cuido do Oliver".

-Mas assim vamos nos separar - Luka se aproximou da fresta do banco.

-Ira, mas vocês ficaram seguras - Oliver declarou terminando a conversa.

Todos dentro da caminhonete respiraram fundo e abriram suas portas. De um lado Hatsune e Oliver do outro Fukase e Luka, porém quando chegaram na frente do carro, ambos voltaram a andar juntos e próximos.

As crianças meio tensas na situação se aproximaram dos estranhos. No momento que o homem alto os avistou uma expressão de alegria e surpresa reinou em sua face. Aqueles que viam isso se entreolhavam confusos. Quando já estavam perto o bastante pararam encarando uns aos outros. Por um momento o homem abriu a boca, mas:

-Cale a boca, seu imundo - Oliver quase gritou, todos presentes pareciam surpresos menos o alto cara.

-Não é assim que se cumprimenta a família - o de luzes se aproximou.

-De mais um passo para perto da minha família que eu juro garantir que morra dessa vez - se aproximou em modo de ameaça.

-Parece que você evoluiu bastante, ou não - deu de ombros - continua fingindo ser alguém doce e ingenuo? - Fukase se virou e olhou para Oliver angustiado, o rosto dele estava enfurecido. - Me diz irmão, como me reconheceu?

-Não é fácil esquecer seu cheiro nojento de Vodka e remédios - cuspiu no outro. Seu semblante contorcido, parecia preste a rosnar.

-O que está acontecendo? - Luka se manifestou finalmente.

-É, você continua fingindo - o homem riu.

-O que você quer? Por que continua me seguindo? Eu salvei a bosta da sua vida - Caminhou até a frente do outro, aqueles que conheciam Oliver se assustaram quando viram como não havia hesitado ou recuado, nem se importaram com a linguagem.

-Eu não estava te procurando baixinho - bagunçou a cabeça do outro. - Seu amigo ruivo tem um bom preço no mercado - sorriu.

-Recuem - Oliver se virou para eles pedindo.

Eles se entreolharam e negaram, o menor suspirou irritado.

-O que você quer dessa vez? - voltou ao irmão.

-De você? - parecia pensar. - Olha Oliver queria que você volta-se comigo, sei alguém que adoraria te conhecer.

-Você é tão filho da puta - falou rindo de pura raiva.

-Calma, não são aqueles merdas que tiraram você de mim - ele colocou a mão na cintura. - Eu quero mata-los tanto quanto você - riu animado.

-Al, você sabe a bosta que eu fiz e ainda quer ser um irmão do caralho?

-Eu te perdoei, cara - se abaixou na altura dele - serio, eu acho que aquilo foi incrível e com meu atual trabalho você seria muito útil.

-Al - nesse momento algo e Fukase quebrou, a face de Oliver era um sorriso calmo de sempre aquele que tanto amava, por um momento acreditou, tudo que passara com ele, foi apenas uma mentira. - Vai se fude.

-Como você é difícil as vezes - suspirou se levantando. - Miriam.

A mulher que permanecia atrás apenas observando tirou da cintura uma arma, não parecia ser uma pistola normal, contudo ninguém queria ver qual é sua real função.

-O que pensas que vai fazer? - gritou para ele.

-Eu não me importo se você realmente me odeia, sabe o que eu fiz foi pelo meu próprio bem, e o que você fez foi para o seu próprio bem, então Oliver, por que caralhos o seu bem e mais importante que o meu?

-O que é dessa vez? - Abriu os braços com um sorriso cínico -Me vender? Me usar? Me drogar?

-'To tentando arrumar a sua vida de merda seu mal educado - bufou. - Ele - apontou para Fukase - seu amigo é um fudido por completo, você realmente acha que se ficar andando por ai com ele terá uma vida? Só pode ser uma piada! Irmão, se você vier comigo, podemos reconstruir tudo!

-E deixa-los? Como você faz?

-Oliver, eu 'to tentado arrumar esse caralho que nossa família se meteu, se quiser levar mais um problema - ele parou por um momento. - Leva.

-Não acredito em você.

-Eu teria motivos para mentir? - o semblante dele trazia certa chateação.

-Não tem motivos para me perdoar.

-Oliver, você é meu irmão, foi misericordioso, e ainda tem o mesmo sonho bobo de sempre - olhou para ele e suspirou. - Não é bobo quando é sinceiro - Oliver se surpreendeu quando ele disse isso.

-Todos ficaram bem?

-Sim.

-Não vai machucar ninguém?

-Nem um dedo.

-Quem que me encontrar?

-Sweet Ann, filha do Bitter Ann.

-Me dá um minuto - se afastou dele.

-Certo.

De cabeça baixa caminhou até sua família, nesse momento recebia três olhares diferentes. Luka, o olhava confusa, não entendia ainda a ligação daquele homem com Oliver. Hatsune, estava angustiada e tensa que algo acontecesse com ele. Fukase, um olhar seco, a mistura de decepção, tristeza, raiva e perdição.

-Se quiserem, vocês podem fugir agora - a voz dele estava fraca.

-Nós vamos com você - Hatsune se pronunciou quando viu raiva nos olhos de Fukase, sabia que poderia perder tudo se algo acontecesse naquele ponto - somos uma família, nós ficamos juntos não importa o momento, mesmo que - ela olhou para Al -um cara desconhecido afirme ser seu irmão e você comece a falar palavrão como se fosse ar.

-Desculpa, não queria que vissem isso.

-Ira explicar, não é? - a voz de Fukase saiu acida, era obvio o desgosto dele no momento.

-Sim, Fukase - prometeu com a voz triste, certa aflição o dominou ao ouvir o ódio na voz do outro, isso realmente o machucou. -Estamos indo.

Se viraram e caminharam até a caminhonete outra voz:

-Dessa vez as coisas darão certo - sorriu Al.

-As coisas nunca dão certo para gente - Luka murmurou baixo entrando no carro.

Mesmo Que O Destino Nos SepareOnde histórias criam vida. Descubra agora