Está tudo bem

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Fukase deixava sua mente vagar enquanto era arrastado por Rin pelos corredores. Estava desnorteado, mas não inconsciente. Os seus pensamentos rodeavam a mil, as vozes criando milhares de planos com finais desastrosos e confusos. Gostaria de parar Rin e correr para longe da loira o mais rápido possível, mas no momento sentia cada pedaço de seu corpo se contrair, em apenas pensar em cogitar a ideia de se mover. Sentia o gosto metálico do sangue em sua boca junto a sua testa que queimava pelo corte no local. Seu estomago ameaçava diversas vezes que iria expelir todo o conteúdo que ainda havia dentro de si.

Mesmo que no momento Fukase tentasse o máximo para não pensar sobre o que Rin disse, era quase impossível. Tudo parecia extremamente insano e desconexo, mas ainda assim era a resposta mais razoável que havia, é claro tirando as loucuras que as vozes inventavam. Como que ele na verdade era um órfão que havia sido surrado nos seus primeiros dias de vida e logo fora largado no hospício para ficar louco. Havia outras que eram de dar arrepios que no momento não fez esforço de lembrar.

Olhava em volta sentindo seus olhos queimarem com as luzes fortes e gritarem pedindo para que os fechasse. Algo que ele não faria até estar longe de Rin e perto de Oliver e Hatsune. Mesmo sabendo que ambos estavam em uma situação deveras positiva comparado com vosso estado atual. Ainda se sentia mal por não ter feito mais. Mais o que? Ele tinha visto Rin bater em Oliver, aquela lembrança em si já era horrível e o deixava, irritado com sigo e com a loira que o carregava. Como ela pode tocar em uma criatura tal bela e indefesa? Fukase repetia a pergunta toda vez que lembrava desse momento. Gostaria de voltar para o loiro e se assegurar que ele estava bem, ele não entendia porquê de quando o assunto era Oliver e Hatsune um extinto protetor o dominava e piorava quando estava incapacitado. Se lembrou do momento em que se colocara na frente de Hatsune para que a menor não fosse atingida. Não gostaria de nem imaginar o que teria feito se o impacto que ele tinha recebido no rosto atingisse na pequena e frágil garota. Fukase via Oliver e Hatsune como pequenos bonecos de porcelana que se eles não os protegessem, eles se quebrariam para sempre. Ele não se importava de ser chamado de mostro, de quebrar uma perna ou se machucar por eles, ele faria de tudo para os proteger. Ele tinha, não importa o que acontecesse... Isso era que o que lhe restava de sanidade e o que seu coração gritavam para ele.

Deixou sua mente vagar por um instante nas imagens de Oliver sorrindo. Não entendia e nem pretendia entender porque se sentia bem lembrando daquilo, muito menos porquê a risada do menor aquecia seu coração. Fukase resumidamente era alguém simplório e simples. Ele obviamente não era um livro aberto, jaz que todos sabemos que um livro aberto pode ter suas páginas arrancadas. Mas quando se tratava de gostar de alguém, ele deixava claro que iria proteger e permanecer ao lado dele. E assim decidiu que ficaria com Oliver e Hatsune, nem se aquilo custasse o resto de sua sanidade ou sua vida.

Rin logo abriu uma porta de modo grosseiro assustando os enfermeiros que ali jaziam. Eles olhavam assustados para Rin que tinha seu semblante nervoso e obviamente prometendo apenas com o olhar que quem lhe perguntasse ou ousasse falar com ela seria o próximo a ter um olho roxo. Uma mulher, já de idade ousou desviar os olhos da face de Rin para Fukase. A mulher teve um espanto silencioso. Qualquer um teria se visse um garoto não com mais de dezessete, com o rosto esmurrado sangrando preste a desmaiar e vomitar. Rin de modo desleixado jogou Fukase na cama e o lançou um olhar de desprezo:

-Quem tiver a coragem de encostar um dedo nele para ajuda-lo ganhara o presente de nunca mais colocar o pé nesse lugar amaldiçoado! - Rin bradou assustando as pessoas presentes que sempre viam a garota em seu estado sorridente e singelo uma pessoa, brando.

-S-Senhora - A mais velha chamou sem a olha-la assustada- Se n-não for... D-Desrespeito com vossa pessoa ... P-Poderia me-me dizer porquê disso? - Fala meio nervosa

-Tudo que deves saber e que ele irá para hospício Dolores – Ela fala de modo calmo e sai da sala deixando todos boquiabertos com a fala dela

Sem avisos nenhum, falas nas quais Fukase já esperava foram ditas em sussurros e murmúrios nojentos:

-Eu sabia que em alguma hora ele iria – Uma voz masculina fala a direita da cama de Fukase. Todos caminhavam de um lado para o outro ignorando o ruivo preste a deixar o cansaço domina

-Que repugnante – Uma mulher fala sem se importa com a presença do garoto

-Pelo menos não teremos que velo nunca mais – Uma voz mais velha fala

Em um último esforço, Fukase vira o rosto e olha para de relance para a velha senhora que havia se conversado com a loira. A mulher lhe lança um sorriso calmo e sincero 'Está tudo bem'. E com esse singelo e calmo sorriso Fukase respirou fundo e deixou o cansaço o dominar.

Sentiu seu corpo balançar suavemente e um cheiro suave de canela. Fukase odiava canela, achava aquilo tinha um gosto amargo e só servia para prender no dente, mas no momento... O cheiro nunca foi tão maravilhoso, ele podia se viciar facilmente:

-Fukase – A voz era suave e doce. Quando Fukase sentiu o ar quente bater contra seu rosto sentiu um leve arrepio e percebeu que estava muito próximo ao dono da voz... Oliver

Vagarosamente sentou na cama e sentiu sua cabeça a mil. Ainda atordoado viu do lado da cama Oliver próximo a si e Hatsune segurando a mão do mesmo e de fundo como se fosse o cenário vivo Len observava tudo sorrindo:

-Você está bem? - Oliver pergunta com o tom obviamente preocupado fazendo a situação parecer mil vezes pior do que realmente era... E a situação é bem ruim

-Eu... - Fukase solta um grunido de dor sentido sua cabeça martelar

-Fukase? - Oliver chama confuso

-Estou bem – Ele fala dando um sorriso calmo para Hatsune depois olhando para Oliver. Achou fofo ver o outro preocupado com sigo, mesmo que isso seja algo natural de acontecer. Passou a mão sobre a testa e sentiu que havia um curativo e e estranhou, por um minuto o rosto da senhora passou por sua mente

-Fu? Vamos, consegue se levantar? -Hatsune fala em tom baixo sorrindo vendo o amigo bem

-Por que? - Fukase pergunta confuso

-Porque vamos fugir – Oliver fala segurando o braço dele em uma forma de abraço sorrindo  

Mesmo Que O Destino Nos SepareOnde histórias criam vida. Descubra agora